Frase do dia
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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Piquenique das Tartarugas

Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique.
As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram 7 anos preparando-se para o passeio.
Passados 6 meses, após acharem o lugar ideal, ao desembalarem a cesta de piquenique descobriram que estavam sem sal. Então, designaram a tartaruga mais nova para voltar em casa e pegar o sal. (por ser a mais rápida)

A pequena tartaruga lamentou, chorou e esperneou, mas concordou em ir com uma condição: que ninguém comeria até que ela retornasse.
Três anos se passaram...... Seis anos........ e a pequenina não tinha retornado. Ao sétimo ano de sua ausência, a tartaruga mais velha já não suportando mais a fome, decidiu desembalar um sanduíche.
Nesta hora, a pequena tartaruga saiu de trás de uma árvore e gritou:
'Viu! Eu sabia que vocês não iam me esperar. Agora que eu não vou mesmo buscar o sal.'

Algumas vezes em nossa vida as coisas acontecem da mesma forma.
Desperdiçamos nosso tempo esperando que as pessoas vivam à altura de nossas expectativas.
Ficamos tão preocupados com o que os outros estão fazendo que deixamos de fazer o que nos compete.

Como disse Mário Quintana: 'O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso'.

Por isso, vivamos nossa vida e deixemos de nos preocupar com a opinião e o interesse dos outros por nós.

'Não venci todas as vezes que lutei. Mas perdi todas as vezes que deixei de lutar'

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Em Algum Momento

Em algum momento da vida, você já desperdiçou uma oportunidade que se apresentou como a chance da sua vida?

Talvez, motivado por algum acontecimento no passado, preferiu não “arriscar-se” ou melhor, não tentar.

Acontece com muitas pessoas. Comigo já aconteceu. Medo de não conseguir. Medo de assumir um “Compromisso” maior que me julgava capaz de realizar.

Não se preocupe. Todos nós somos passíveis de falhas, de medos. Mas também somos dotados de recursos naturais, espirituais e intelectuais, que nos tornam capazes de superar esses detalhes, quando identificados e aceitos.

Digo: aceitos. Por que só podemos mudar uma situação se a aceitarmos como algo que nos incomoda, nos impede de crescer e de nos desenvolver.

Creio que ilustrando esse raciocínio com uma historinha, vai ficar mais fácil a compreensão. Não é mesmo?

Certa ocasião, um menino que tinha adoração por patins, pediu, pediu, tanto fez que um belo dia, ele conseguiu seu objeto de desejo.

Ficou muito feliz com o par de patins, não desgrudava dele um minuto sequer, era dia e noite, o menino e os patins.

Mas aconteceu algo perturbador. No primeiro tombo, no primeiro arranhão, ele ficou com medo de estragar os patins e resolveu guardá-los.

Os patins ainda eram a coisa que ele mais queria, o que ele mais gostava de fazer era estar com eles. Mas ele preferiu apenas ficar olhando e não usar mais para não estragar.

O tempo foi passando e os patins guardados. Passaram-se anos e o garoto esqueceu os patins.

Então, em um belo dia, ele se lembra, sente saudades e resolve recuperar o tempo perdido. Vai até o armário, revira tudo e finalmente encontra os patins. Corre para calçá-los e aí tem uma terrível surpresa.

Os patins não cabem mais no seu pé. O menino, acometido de profunda tristeza, chora e lamenta os anos perdidos e que não vai mais poder recuperar. Poderia sim comprar outro par, mas nunca seriam iguais aqueles.

Assim como o menino da história, são as pessoas.

Guardam sentimentos, com medo de vivê-los, de se machucar e depois, quando resolvem retomar este sentimento, muitas vezes ele já passou de sua melhor fase. Aqueles patins eram especiais para o menino, eram únicos, por mais que comprasse outro não iria ser igual.

Por isso, devemos enfrentar cada oportunidade, cada desafio como algo único.

Que tal buscar lá no íntimo de cada um de nos a fagulha de coragem, determinação, força de vontade, para enfrentar os nossos medos, superá-lo e pelo menos tentar.

Existem momentos que a chance aparece, se não a agarrarmos, ela vai embora e há uma grande possibilidade dela não voltar mais.

Quando realmente tentarmos, pode ser que não haja mais tempo.

Então, não guarde os patins, apenas para não estragá-los. Mais tarde podem não servir pra mais nada a não ser lembranças.

Se fizermos isso, será como se deixássemos para ser feliz em outra Hora.

Pense a respeito. E aproveite esse momento para transformar seu dia num BOM DIA.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Cavalinho e a Borboleta

Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás.

Eram elas, um cavalinho e uma borboleta. Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.

A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem.

Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza. Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada.

A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.

Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso. Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso.

Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.

Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto.

E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta. Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela.

Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.

Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.

-Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu.
-Ah, é você então o famoso cavalinho?

-Famoso, eu?

-É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?

-É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos.

-Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.

- Morreu? Como foi isso?

-Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém. Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.

Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.

- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste, sucumbiu e morreu.

-E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias?

-Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:

"Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."

Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.

Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes, foi você mesmo que o colocou no seu dorso.

© Silvana Duboc

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Faça a Sua Parte

Um homem morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica. Todos os dias ele pegava o ônibus das 6h15 e viajava cinqüenta minutos até o trabalho...

...à tardinha fazia a mesma coisa, voltando para a casa.

No ponto seguinte ao que homem subia, entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar na janela. Abria a bolsa tirava um pacotinho e passava viagem toda jogando alguma coisa para fora do ônibus.

Um dia, o homem reparou na cena. Ficou curioso. No dia seguinte, a mesma coisa. Certa vez o homem sentou-se ao lado da velhinha e não resistiu:

- Bom dia, desculpe a curiosidade, mas o que a senhora esta jogando pela janela ?

- Bom dia, respondeu a velhinha. - Jogo sementes...

- Sementes ?... Sementes de quê ?

- De flor.

É que eu viajo neste ônibus todos os dias. Olho para fora e a estrada é tão vazia. E gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho... Imagine como seria bom.

- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos... A senhora acha que essas flores vão nascer aí, na beira da estrada ?

- Acho, meu filho. Mesmo que muitas sejam perdidas, algumas certamente acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.

- Mesmo assim, demoram para crescer, precisam de água...

- Ah, eu faço minha parte. Sempre há dias de chuva. Além disso, apesar da demora, se eu não jogar as sementes, as flores nunca vão nascer.

Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu "trabalho". O homem desceu logo adiante, achando que a velhinha já estava meio "caduca".

O tempo passou. Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto...

... olhou para fora e viu margaridas na beira da estrada, hortênsias azuis, rosas, cravos, dálias... A paisagem estava colorida, perfumada, linda. O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e...nada !

Acabou perguntando para o cobrador, que conhecia todo mundo...

- A velhinha das sementes ? Pois é, morreu de pneumonia, no mês passado...

O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela, e sentiu uma lágrima correr pelo rosto, e um sorriso desabrochar em sua face...

"Quem diria, as flores brotaram mesmo..."

"Mas, pensando bem, de que adiantou o trabalho da velhinha ? A coitada morreu, e não pode ver esta beleza toda que ela fora responsável...".

Nesse instante, o homem escutou atrás de si, uma gostosa risada de criança...

Num banco logo atrás, um garotinha apontava pela janela entusiasmada...

- Olha mamãe, que lindo, quanta flor pela estrada... Como se chamam aquelas azuis ?...e as branquinhas ?

Então, o homem entendeu o que a velhinha tinha feito...

Mesmo não estando ali para contemplar as flores que tinha plantado, a velhinha devia estar feliz. Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as pessoas.

No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se numa janela e, com um sorriso maroto nos lábios, tirou um pacotinho do bolso...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O não de Eloá

Criando um Monstro

O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada?

Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental?
Permissividade da sociedade?
O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela não quis falar comigo'. A garota disse não, não quero mais falar com você.
E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um não. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados.
Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o não da menina Eloá foi o único. Faltaram muitos outros nãos nessa história toda.

Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19.
Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha.
Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida.
Faltou a polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá.
Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador converssasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram.

Simples assim. NÃO. Pelo jeito, a única que disse não nessa história foi punida com uma bala na cabeça.

O mundo está carente de nãos.
Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer não às crianças.
Mulheres ainda têm medo de dizer não aos maridos ( e alguns maridos, temem dizer não às esposas ).
Pessoas têm medo de dizer não aos amigos.
Noras que não conseguem dizer não às sogras.
Chefes que não dizem não aos subordinados.
Gente que não consegue dizer não aos próprios desejos.
E assim são criados alguns monstros.
Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um não, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco.

Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos.
Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias.
Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer:
Não, você não pode bater no seu amiguinho.
Não, você não vai assistir a uma novela feita para adultos.
Não, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei. Não, você não vai passar a madrugada na rua.
Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação.
Não, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos.
Não, essas pessoas não são companhias pra você.
Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate.
Não, aqui não é lugar para você ficar.
Não, você não vai faltar na escola sem estar doente.
Não, essa conversa não é pra você se meter.
Não, com isto você não vai brincar.
Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeiro não que a vida dá ( e a vida dá muitos ) surtam.

Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha.
Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante.

Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário.
Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um não. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer - é também responsabilidade. E quem ouve uns nãos de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso.

Acaba aprendendo que é importante dizer não a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O não protege, ensina e prepara.

Por mais que seja difícil, eu tento dizer não aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os nãos que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.


® Karina Cabral