Frase do dia
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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Esposa surda...

Um senhor idoso telefona ao médico para marcar
uma consulta para a sua mulher.
A secretária pergunta:
- Qual o problema de sua esposa?
- Surdez. Não ouve quase nada...
- Então o senhor vai fazer o seguinte: antes de trazê-la, faça um teste para facilitar o diagnóstico do médico.
Sem que ela esteja olhando, o senhor fala em tom normal, até perceber a que distância ela consegue ouví-lo.
E quando vier, diga ao médico a que distância o Sr. estava quando ela o ouviu.
- Certo?
- Está certo.
À noite, enquanto a mulher preparava o jantar, o velhote decidiu fazer o teste.
Mediu a distância que estava em relação à mulher.
E pensou:
"Estou a 15 metros de distância. Vai ser agora!"
- Maria, o que temos para jantar?
Silêncio...
Aproxima-se a 10 metros:
- Maria, o que temos para jantar?
Silêncio...
Fica a uma distância de 5 metros:
- Maria, o que temos para jantar?
Não ouve nada...
Por fim, encosta-se às costas da mulher e volta a perguntar:
- Maria! O que temos para jantar?
- FRANNNNGO... Já é a quarta vez que eu respondo!
Normalmente, na vida, pensamos que
as deficiências são dos outros e não nossas!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O tijolo

Um jovem e bem sucedido executivo dirigia em alta velocidade sua nova Ferrari.
De repente um tijolo espatifou-se na porta lateral da Ferrari!
Freou bruscamente e deu ré até o lugar de onde teria vindo o tijolo.
Saltou do carro e pegou bruscamente uma criança, empurrando-a contra um veículo estacionado e gritou:
- Por que isso? Quem é você? Que besteira você pensa que está fazendo?
Este é um carro novo e caro. Aquele tijolo que você jogou vai me custar muito dinheiro.
Por que você fez isto?
- Por favor senhor me desculpe, eu não sabia mais o que fazer!
Implorou o pequeno menino.
- Ninguém estava disposto a parar e me atender neste local.

Lágrimas corriam do rosto do garoto, enquanto apontava na direção dos carros estacionados.
- É meu irmão. Ele desceu sem freio e caiu de sua cadeira de rodas e não consigo levantá-lo.
Soluçando, o menino perguntou ao executivo:
- O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo em sua cadeira de rodas? Ele está machucado e é muito pesado para mim.
Movido internamente muito além das palavras, o jovem motorista engolindo "um imenso nó" dirigiu-se ao jovenzinho, colocando-o em sua cadeira de rodas.
Tirou seu lenço, limpou as feridas e arranhões, verificando se tudo estava bem.
- Obrigado e que Deus possa abençoá-lo, agradeceu a criança.
O homem viu então o menino se distanciar... empurrando o irmão em direção à casa.

Foi um longo caminho até a Ferrari.... um longo e lento caminho de volta.
Ele nunca consertou a porta amassada. Deixou assim para lembrá-lo de não ir tão rápido pela vida, sem que alguém precisasse atirar um tijolo para obter a sua atenção.

"Deus sussurra em nossas almas e fala aos nossos corações.
Algumas vezes, quando não temos tempo de ouvir,
ELE tem de jogar um TIJOLO em nós"
© Maktub

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O trajeto!

A minha infância posso garantir que foi doce! Quer dizer, mais ou menos doce! Ainda posso sentir o gosto de terra na boca que a chata da Sofia jogava na minha cara, no fim do dia quando íamos ao parque com brinquedos.

Tinha uma roupa que eu adorava e lembro muito bem, era um shorts vermelho bem curto e justo (eu já era piriguete aos 6 anos?!!!), a blusa era laranja com bolinhas pretas, e a sandália era uma Melissa que já estava um pouco velha, com tiras rasgadas, porque já tinha sido da Flavia, e aí já viu né! Sandália essa que no fim da tarde voltava com as bordas todas de terra, com a forma dos meus dedos.

A minha mãe era esplêndida na arte de me arrumar, lembro quando ela penteava meu cabelo longo e liso, a roupa sempre estava separada, e a sandália não sei como já estava limpa. Ela era mestre em tirar aquele caminhão de terra em minutos.

Depois daquele delicioso arroz, feijão e purê de batata, ela me levava sempre pontual, porque pra mim era inadmissível não ser a primeira da fila pra pegar na mão da tia Solange ou da tia Terezinha.

E lá iríamos naquele calor escaldante a pé, e conversando. Ela me contava sobre o que iria fazer ao longo do dia, e o que teria de lanche quando eu chegasse ao fim da tarde me esperando. O trajeto não era muito longo, mas eram minutos nossos, que ela segurava a minha mão e mostrava o mundo ao mesmo tempo.

O dia passava muito rápido, quando percebia já estava colocando a minha sandália toda suja de volta pra esperá-la. E é justamente nesse momento que estaria por vir a melhor parte.

Ela sempre já estava lá pra me buscar, esperando com aquele sorriso aberto, e eu cheia de saudade obviamente (depois reclamam porque ainda não fui morar sozinha com 24 anos!).

Íamos conversando, ela me contando sobre tudo o que tinha feito, quando de repente eu já avistava a porta da Padaria do André que me aguardava aberta. É lá morava um dos meus sonhos, e maiores parceiros da infância: O DIAMANTE NEGRO!

Eu ainda sinto aquele gosto doce, e da espera do dia todo pra que eu pudesse tê-lo de novo entre meus dedos.

Hoje, vejo que meus passos, minhas escolhas e todo o trajeto que, entre tortuosas estradas e belas paisagens, me trouxeram até aqui...

© Mariana Perez

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Trocando as lentes

Muitas vezes a única coisa que precisamos, é mudar a forma de sentir as coisas que nos cercam, mudar a forma como nosso coração sente. Ou sentir diferente, sentir com a mente, balancear o pensamento, contrariar o coração, negociar com a emoção.

Trocar as lentes dos nossos olhos. Ver com amplitude o que passou despercebido.

Voltar ao exato momento em que se perdeu o riso.

A verdade é que nem sempre o universo conspira contra nós, nem sempre a culpa foi nossa, nem sempre poderíamos ter feito tudo dar certo.

Se estamos vivos, as nossas chances não acabaram.

Nem sempre é real a sensação de pertencermos a outro planeta.

Nem sempre olhamos para nós mesmos da forma como deveríamos olhar.

Nem sempre nossas impressões são confiáveis.

Contrarie seus diagnósticos, desconfie do que já foi dito e escrito, nao engula o que ja veio mastigado. Recicle seus pensamentos, desafie o que se instalou por dentro.

Expulse o que nunca deveria ter entrado.

Com novas lentes, leia muito, a filosofia nos impulsiona a pensar.

Pensar nos impulsiona a mudar.

Abra todas as portas que você trancou, escancare-as para novos preceitos.

Permita que amanhã o vento que sopra lá fora refresque a sua alma.

Permita que suas orações renovem seu espírito.

Reformule a concepção de si mesmo. Trace uma nova rota para seu destino.

A verdade é que, errando ou acertando, somos sim dignos de sermos amados.

A cada dia envelhecemos e somos sim merecedores da felicidade que sonhamos.

A verdade é que não somos perfeitos, mas somos sim muito mais fortes do que supomos.

A verdade é que somos humanos e temos muito mais valor do que nos damos.

Um dia iremos desaparecer deste planeta, mas hoje somos mais importantes para alguém do que imaginamos.

Deixaremos saudades, mas que possamos levar a certeza de que fomos muito melhor do que nos julgamos.

© Lisiê Silva

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Edelweiss

E é no início do ano de 1939 que começa a nossa história.

Vivíamos na Áustria, um país coberto por flores, eu, meus pais e meu irmão. Éramos a imagem da família feliz e unida e entre nós reinava a certeza que nada na vida conseguiria nos separar, mas não foi bem assim.

Meu pai era um cirurgião de renome, minha mãe professora, daquelas dedicadas, que lecionava por puro amor aos seus alunos.

Eu tinha então dez anos e meu irmão quinze. Nossos dias e nossas noites eram muito alegres. Meus pais tinham o hábito de nos levarem até a varanda de nossa casa após o jantar para vermos as estrelas e enquanto fazíamos isso, cada um ia contando as coisas boas que haviam acontecido no seu dia. Não que não pudéssemos contar as ruins, mas é que naquela época das nossas vidas só aconteciam coisas boas. Não me recordo de algum dia ter visto um deles triste.

Depois que contávamos tudo e que admirávamos bastante as estrelas, cantávamos ao som do violão do meu irmão. A primeira música sempre era Edelweiss, linda, sonora, trazia paz aos nossos corações.
Ah! como era bom cantar Edelweiss junto da minha família e debaixo das estrelas, eu tinha a sensação que poderia fazer aquilo a vida toda sem jamais enjoar.

Mas, enfim, o tempo foi passando e veio a guerra e só se ouvia falar em Hitler e eu não entendia bem que homem era aquele, nem o que ele representava e então eu continuava todas as noites olhando para as estrelas junto das pessoas que eu mais amava.

Um dia, um terrível dia de dezembro que jamais esquecerei, tivemos que partir. Me lembro que meu pai veio até nós e nos disse delicadamente:

"Vamos ter que passar algum tempo sem ver as estrelas no céu"

Fomos covardemente arrancados de nossa casa por soldados, fomos levados a um local que viria a ser a nossa nova casa, chamava-se campo de concentração.

Lá, não fomos felizes e lá eu pude ver pela primeira vez o semblante da minha família triste, nem pareciam aquelas pessoas adoráveis que conviviam comigo naquela varanda.

Todas as noites eu dizia à minha mãe que queria ver as estrelas, cantar sob elas e ela me respondia com lágrimas nos olhos que durante um pequeno período a única estrela que eu poderia ver era a que eu trazia pendura no pescoço, de seis pontas, tão linda quanto as que brilhavam no céu.

Acontece que minha mãe se enganou, não foi um período tão curto assim que ficamos por lá e com o tempo foram me levando muito mais coisas além das estrelas do céu, foram me levando tudo.

Levaram-me a estrela do pescoço também, levaram meus pais para um banho do qual eles nunca mais voltaram, levaram meu irmão dentro de um trem que eu nunca soube para onde foi, levaram o meu sorriso, a minha alegria de viver, levaram a minha infância, só não levaram a minha voz e por isso, todas as noites ao deitar, eu fechava os olhos e cantava baixinho Edelweiss e aí eu podia ver as estrelas, o meu pai, a minha mãe, o meu irmão, a varanda da nossa casa....
A minha imaginação eles também não conseguiram levar...

Hoje eu tenho a absoluta certeza que realmente eu nunca teria me cansado de cantar na varanda com a minha família, que eu, de forma alguma, abandonaria o meu país, que minha mãe foi a pessoa mais doce que eu conheci, que meu pai foi a imagem da dignidade, que meu irmão foi o meu grande companheiro e que tocava violão como ninguém.

Hoje eu sei a verdadeira razão das lágrimas de meus pais ao se despedirem de mim apenas porque iriam tomar um banho e o motivo do abraço tão apertado que meu irmão me deu naquela tarde em que foi colocado dentro daquele trem.

Hoje eu sei de tantas coisas que eu não queria saber, sei que os homens podem agir como animais ferozes, sei que raças, credos, religiões, são apenas subterfúgios que o homem usa para deixar o leão que existe dentro deles despertar.

Hoje eu sei que o tempo é poderoso, mas não tão poderoso a ponto de apagar qualquer coisa que tenha sido muito boa ou muito ruim.

Hoje eu sei finalmente, que a saudade é o campo de concentração do coração.

Hoje eu sei que o maior tesouro que existe na vida é a paz.

Shalom!

Dedicado a todos os judeus que tiveram as suas vidas exterminadas durante Holocausto e às suas famílias que sofrem por essas perdas até hoje.
© Silvana Duboc