Frase do dia
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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Sopre as Cinzas

Quem feriu você já feriu e já passou.
Lá na frente encontrará o inevitável retorno
e pelas mãos de outrem será ferido também.
A Vida se encarregará de dar-lhe o troco
e você, talvez, nem jamais fique sabendo.

O que importa de verdade é o que você sentiu
e, mais importante, é o que ainda você sente:

Mágoa? Rancor? Ressentimento? Ódio?

Você consegue perceber que esses sentimentos
foram escolhidos por você?
Somos nós que escolhemos o que sentir
diante de agressões e de ofensas.

Quem nos faz o " mal " é responsável pelo que faz,
mas NÓS somos responsáveis pelo que sentimos.
Essa responsabilidade tem a ver com o Amor que
devemos e temos que sentir por nós mesmos.

O ofensor fez o que fez e o momento passou,
mas o que ficou aí dentro de você?

Mágoa?
- Você sabia que de todas as drogas ela é a mais cancerígena?
Pela sua própria saúde, jogue-a fora.

Rancor?
- Ele é como um alimento preparado com veneno irreconhecível:
dia mais, dia menos, você poderá contrair doenças
de cujas origens nem suspeitará.

Ressentimento?
- Pois imagine-se vivendo dentro de um ambiente
constantemente poluído, enfumaçado, repleto de
bactérias e de incontáveis tipos de vírus:
é isso que seu coração e
seus pulmões estão tentando aguentar.
Até quando você acha que eles vão resistir?

Ódio?
- Seus efeitos são paralisantes.
Seu sistema imunológico entrará em conflito com esse
veneno que com o tempo poderá colocar você
face a face com a morte e talvez muito tarde
você venha a perceber que melhor seria ter deixado
que seu agressor colhesse os frutos do próprio plantio.

Por seu próprio Bem e só pelo seu Bem, perdoe.

O perdão o libertará e o fará livre para ser feliz.
Esqueça o " mal " que lhe foi feito.
Deixe que seu ofensor lembre-se dele através das
consequências com que, certamente, virá a arcar.

Mude seu destino ... seja o comandante da sua nau!
Escolha o melhor caminho para sua " viagem ".

... e se outras vezes o ferirem, perdoe ...
Perdoe ... nem que seja só por sacanagem !

Humancat
No livro " Sorte É Prá Quem Quer "

" O perdão é a única vingança aprovada pelo Universo "
® SILVIA SCHMIDT

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Amigo não tem Defeito...

O dono de uma loja estava colocando um anúncio na porta: “Cachorrinhos à venda”.
Esse tipo de anúncio sempre atrai as crianças, e logo um menininho apareceu na loja perguntando:
Qual o preço dos cachorrinhos?
O dono respondeu:
Entre R$ 30,00 e R$ 50,00.
O menininho colocou a mão em seu bolso e tirou umas moedas:
Só tenho R$2,37. Posso vê-los?
O homem sorriu e assobiou e atrás da loja saiu uma cadela correndo seguida por cinco cachorrinhos. Um dos cachorrinhos estava ficando consideravelmente para trás.
O menininho imediatamente apontou o cachorrinho que estava mancando.
O que aconteceu com esse cachorrinho??? perguntou.
O homem lhe explicou que quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida.
O menininho se emocionou e exclamou:
Pois esse é o cachorrinho que eu quero comprar!
E o homem respondeu:
Não, filho, você não vai comprar esse cachorro. Se você realmente o quer, eu te dou de presente. Para mim, ele não vale nada.
O menininho não gostou, e olhando direto nos olhos do homem, disse:
Eu não quero que você me dê o cachorrinho de presente.
Ele vale tanto quanto os outros, e eu pagarei o preço completo. Agora vou lhe dar meus R$ 2,37 e a cada mês trarei R$0,50 até que o tenha pago por completo.
O homem respondeu:- Eu não acredito que você quer de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de correr, saltar e brincar como os outros.
O menininho se agachou e levantou a barra de sua calça para mostrar sua perna esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um aparato de metal.
Olhou de novo ao homem e lhe disse:
Bom, eu também não posso correr muito bem, e o cachorrinho vai precisar de alguém que o entenda.
O homem, envergonhado, não conteve as lágrimas. Em seguida, sorriu e disse:
Filho, só espero que cada um destes outros cachorrinhos tenha um dono como você.

Moral:
Na vida não importa como somos, mas que alguém nos aprecie pelo que somos, e nos aceite e nos ame incondicionalmente. Um verdadeiro amigo é aquele que chega quando o resto do mundo já foi embora.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Quem te merece?

O cara atende todas as suas vontades. Vive ligando, gravando fitas, chamando para uns programas bacanas e dizendo tudo aquilo que é muito bem-vindo: te adoro, te acho linda, não me imagino longe de ti. Está tudo muito bem, mas seu coração continua batendo devagar. Aí surge outro cara.
Ele fica com você um dia e desaparece no outro. Telefona num sábado e some no domingo. Diz que curte você, mas quer aproveitar a vida. Você escuta, então, um barulho que parece a bateria da escola de samba Imperatriz Leopoldinense invadindo seu quarto, mas é seu coração. Dá pra ouvi-lo bater daqui.

Que raio de mecanismo é esse que faz com que a gente se ligue em quem não nos dá bola?
Não é prerrogativa feminina, vale para ambos os sexos. Conheço muito cara que lambe o chão que pisa a menina que faz jogo duro.
Será que ainda não caducou aquela regra que diz que homens e mulheres difíceis é que são valorizados? Eu estou com o Jota Quest: "Um dia feliz às vezes é muito raro!" Então vamos saudar tudo o que for extremamente fácil. Que bom poder amar e ser amado na mesma sintonia e com a mesma intensidade. Xô, dificuldade! Pena que o ser humano é extremamente difícil. Cultivamos um lado masoquista que se revela quando menos precisamos dele. Temos uma necessidade congênita de enfrentar desafios. A conquista nos interessa mais que a vitória.

Nem pensar em sair do jogo. A gente não sossega enquanto aquele (a) idiota não perceber o quanto somos maravilhosas(os) e indispensáveis. Quando ele (ou ela) finalmente descobrir que está apaixonado(a) por nós e se entregar, aí sim poderemos relaxar, e partir pra outra. Essa é a má notícia: sofrer por amor é afrodisíaco. Agora a boa notícia: afrodisíaco para adolescentes.

Como ninguém estaciona nos 17 anos, a tendência é mais tarde, com mais experiência de vida e menos tempo a perder, homens e mulheres passarem a se valorizar mais e a querer ao seu lado só aqueles que estão dispostos a compartilhar bons momentos. É claro que a maturidade também tem uma quedinha por desafios, mas a auto-estima impede que esta quedinha, que é até saudável, se transforme num problema crônico de relacionamento. Em vez de complicar a própria vida, é bem mais fácil (extremamente fácil) lembrar do seguinte: Quem não te quer, não te merece!!!

® Martha Medeiros

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pense e Reflita

A vida coloca em nossos destinos pessoas e obstáculos,
A cada obstáculo uma surpresa, as vezes estas surpresas são desagradáveis
Basta saber lidar com esta situação e daremos a volta por cima.

As pessoas que passam pelo nosso caminho deixam marcas,
Algumas deixam marcas inesquecíveis e agradáveis de se lembrar
E outras deixam marcas de dor e sofrimento, mas é só encará-las de frente.

Superar situações é sinal de força e coragem,
Mas as vezes começamos a nos decepcionar sem tentar seperá-las
E nos damos por vencidos, mas levante a cabeça e encare todas elas com justiça e sabedoria.

As vezes pensamos em desistir de tudo e de todos, e nos entregar de corpo e alma a uma pessoa,
Mas pense bem, será que esta pessoa merece todo este sacrificio?
Não haja por empulso, sempre pare, pense e reflita, com calma, justiça e sabedoria.

Não deixe de lutar pelos seus ideais e pro tudo aquilo que você acha que é o certo a fazer...
Nunca magoe uma pessoa, pois depois você pode ser magoado...
Nunca deixe a inveja, mentira e ambição tomarem conta de você,
lute contra as coisas que vão causar dor e sofrimento...

Lembre-se sempre a vida é para ser vivida com cuidado e sabedoria,
Aproveite para fazer as pazes com as pessoas que você teve algum desentendimento
E nunca esqueça que você é a peça fundamental para fazer um mundo melhor para se viver...
E a vida também é construída por você,
então à construa da melhor maneira possível e não deixando imperfeições

® Ana Flávia

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Nossos Segredos

Eu tenho alguns segredos, você também tem não é?

São segredos que não revelo a ninguém, acho que não me entenderiam.

Não conto esses meus segredos porque não quero ser questionada, não desejo ser criticada, não preciso ser indagada de nada.

Meus segredos são meus, não pretendo dividi-los com ninguém porque ainda não encontrei alguém que possa ouvi-los, digeri-los e ao final me dar simplesmente um sorriso.

Não encontrei alguém que possa depois de escutá-los apenas dizer-me... Eu lhe compreendo!

Não encontrei um alguém especial que não me questione sobre tudo que ouviu, que não me exija minúcias, alguém que somente me ouça e me dê a certeza que entendeu tudo, até mesmo os detalhes que eu não contei.

Eu tenho enormes segredos guardados aqui dentro de mim. Eles me acompanham, e as pessoas que me rodeiam nem percebem, nem sonham.

Mas os meus segredos não são tão diferentes dos seus, por isso mesmo é que você está me lendo e se identificando comigo de uma forma ímpar.

Na verdade, segredos não são mistérios, eles são todos meio iguais.

Eles parecem só nossos, parece que só nós vivemos aquela situação, ou aquele sentimento, ou aquela dúvida, ou aquele estado de espírito, ou aquela fraqueza, ou aquela tentação, ou aquela insegurança, ou aquela vergonha, ou aquele desconforto, ou aquele medo, ou aquela revolta....

......mas não é verdade, todos sentimos tudo isso e todos nos tolhemos de contar a alguém por mil razões e a maior delas é o receio de ser criticado, de ser discriminado, de virar conversa fiada na mesa de um bar.

Mas eu ainda não encontrei ninguém confiável assim como você também não e na verdade nem tenho procurado, quero que meus segredos continuem guardados.

À noite quando eu me deito penso neles, converso com cada um deles, são na realidade os meus maiores ouvintes, porque não me perguntam nada, apenas me ouvem e quem dorme ao meu lado nem percebe, nem escuta a nossa conversa silenciosa.

Eu tenho segredos, uns impublicáveis, outros questionáveis, alguns discutíveis e ainda outros incabíveis, só eu mesma consigo carregá-los.

Eles são meus, sempre serão meus e o dia que eu partir daqui, que a minh'alma deixar o meu corpo, levarei cada um deles comigo para onde for... Porque não encontrei ninguém... Porque não tive a oportunidade de esbarrar com você que está lendo isso agora.

Quem sabe se tivéssemos nos conhecido teríamos nos entendido. Talvez você tivesse me contado os seus segredos e em troca eu lhe daria os meus.

Mas não aconteceu... Por isso vou continuar guardando esses meus segredos, mas se um dia nos cruzarmos, prometo... Eu guardo também os seus e em troca lhe entrego os meus.
Bom dia! :)
® Silvana Duboc

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Piquenique das Tartarugas

Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique.
As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram 7 anos preparando-se para o passeio.
Passados 6 meses, após acharem o lugar ideal, ao desembalarem a cesta de piquenique descobriram que estavam sem sal. Então, designaram a tartaruga mais nova para voltar em casa e pegar o sal. (por ser a mais rápida)

A pequena tartaruga lamentou, chorou e esperneou, mas concordou em ir com uma condição: que ninguém comeria até que ela retornasse.
Três anos se passaram...... Seis anos........ e a pequenina não tinha retornado. Ao sétimo ano de sua ausência, a tartaruga mais velha já não suportando mais a fome, decidiu desembalar um sanduíche.
Nesta hora, a pequena tartaruga saiu de trás de uma árvore e gritou:
'Viu! Eu sabia que vocês não iam me esperar. Agora que eu não vou mesmo buscar o sal.'

Algumas vezes em nossa vida as coisas acontecem da mesma forma.
Desperdiçamos nosso tempo esperando que as pessoas vivam à altura de nossas expectativas.
Ficamos tão preocupados com o que os outros estão fazendo que deixamos de fazer o que nos compete.

Como disse Mário Quintana: 'O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso'.

Por isso, vivamos nossa vida e deixemos de nos preocupar com a opinião e o interesse dos outros por nós.

'Não venci todas as vezes que lutei. Mas perdi todas as vezes que deixei de lutar'

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Em Algum Momento

Em algum momento da vida, você já desperdiçou uma oportunidade que se apresentou como a chance da sua vida?

Talvez, motivado por algum acontecimento no passado, preferiu não “arriscar-se” ou melhor, não tentar.

Acontece com muitas pessoas. Comigo já aconteceu. Medo de não conseguir. Medo de assumir um “Compromisso” maior que me julgava capaz de realizar.

Não se preocupe. Todos nós somos passíveis de falhas, de medos. Mas também somos dotados de recursos naturais, espirituais e intelectuais, que nos tornam capazes de superar esses detalhes, quando identificados e aceitos.

Digo: aceitos. Por que só podemos mudar uma situação se a aceitarmos como algo que nos incomoda, nos impede de crescer e de nos desenvolver.

Creio que ilustrando esse raciocínio com uma historinha, vai ficar mais fácil a compreensão. Não é mesmo?

Certa ocasião, um menino que tinha adoração por patins, pediu, pediu, tanto fez que um belo dia, ele conseguiu seu objeto de desejo.

Ficou muito feliz com o par de patins, não desgrudava dele um minuto sequer, era dia e noite, o menino e os patins.

Mas aconteceu algo perturbador. No primeiro tombo, no primeiro arranhão, ele ficou com medo de estragar os patins e resolveu guardá-los.

Os patins ainda eram a coisa que ele mais queria, o que ele mais gostava de fazer era estar com eles. Mas ele preferiu apenas ficar olhando e não usar mais para não estragar.

O tempo foi passando e os patins guardados. Passaram-se anos e o garoto esqueceu os patins.

Então, em um belo dia, ele se lembra, sente saudades e resolve recuperar o tempo perdido. Vai até o armário, revira tudo e finalmente encontra os patins. Corre para calçá-los e aí tem uma terrível surpresa.

Os patins não cabem mais no seu pé. O menino, acometido de profunda tristeza, chora e lamenta os anos perdidos e que não vai mais poder recuperar. Poderia sim comprar outro par, mas nunca seriam iguais aqueles.

Assim como o menino da história, são as pessoas.

Guardam sentimentos, com medo de vivê-los, de se machucar e depois, quando resolvem retomar este sentimento, muitas vezes ele já passou de sua melhor fase. Aqueles patins eram especiais para o menino, eram únicos, por mais que comprasse outro não iria ser igual.

Por isso, devemos enfrentar cada oportunidade, cada desafio como algo único.

Que tal buscar lá no íntimo de cada um de nos a fagulha de coragem, determinação, força de vontade, para enfrentar os nossos medos, superá-lo e pelo menos tentar.

Existem momentos que a chance aparece, se não a agarrarmos, ela vai embora e há uma grande possibilidade dela não voltar mais.

Quando realmente tentarmos, pode ser que não haja mais tempo.

Então, não guarde os patins, apenas para não estragá-los. Mais tarde podem não servir pra mais nada a não ser lembranças.

Se fizermos isso, será como se deixássemos para ser feliz em outra Hora.

Pense a respeito. E aproveite esse momento para transformar seu dia num BOM DIA.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Cavalinho e a Borboleta

Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás.

Eram elas, um cavalinho e uma borboleta. Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.

A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem.

Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza. Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada.

A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.

Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso. Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso.

Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.

Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto.

E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta. Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela.

Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.

Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.

-Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu.
-Ah, é você então o famoso cavalinho?

-Famoso, eu?

-É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?

-É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos.

-Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.

- Morreu? Como foi isso?

-Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém. Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.

Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.

- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste, sucumbiu e morreu.

-E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias?

-Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:

"Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."

Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.

Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes, foi você mesmo que o colocou no seu dorso.

© Silvana Duboc

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Faça a Sua Parte

Um homem morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica. Todos os dias ele pegava o ônibus das 6h15 e viajava cinqüenta minutos até o trabalho...

...à tardinha fazia a mesma coisa, voltando para a casa.

No ponto seguinte ao que homem subia, entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar na janela. Abria a bolsa tirava um pacotinho e passava viagem toda jogando alguma coisa para fora do ônibus.

Um dia, o homem reparou na cena. Ficou curioso. No dia seguinte, a mesma coisa. Certa vez o homem sentou-se ao lado da velhinha e não resistiu:

- Bom dia, desculpe a curiosidade, mas o que a senhora esta jogando pela janela ?

- Bom dia, respondeu a velhinha. - Jogo sementes...

- Sementes ?... Sementes de quê ?

- De flor.

É que eu viajo neste ônibus todos os dias. Olho para fora e a estrada é tão vazia. E gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho... Imagine como seria bom.

- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos... A senhora acha que essas flores vão nascer aí, na beira da estrada ?

- Acho, meu filho. Mesmo que muitas sejam perdidas, algumas certamente acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.

- Mesmo assim, demoram para crescer, precisam de água...

- Ah, eu faço minha parte. Sempre há dias de chuva. Além disso, apesar da demora, se eu não jogar as sementes, as flores nunca vão nascer.

Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu "trabalho". O homem desceu logo adiante, achando que a velhinha já estava meio "caduca".

O tempo passou. Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto...

... olhou para fora e viu margaridas na beira da estrada, hortênsias azuis, rosas, cravos, dálias... A paisagem estava colorida, perfumada, linda. O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e...nada !

Acabou perguntando para o cobrador, que conhecia todo mundo...

- A velhinha das sementes ? Pois é, morreu de pneumonia, no mês passado...

O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela, e sentiu uma lágrima correr pelo rosto, e um sorriso desabrochar em sua face...

"Quem diria, as flores brotaram mesmo..."

"Mas, pensando bem, de que adiantou o trabalho da velhinha ? A coitada morreu, e não pode ver esta beleza toda que ela fora responsável...".

Nesse instante, o homem escutou atrás de si, uma gostosa risada de criança...

Num banco logo atrás, um garotinha apontava pela janela entusiasmada...

- Olha mamãe, que lindo, quanta flor pela estrada... Como se chamam aquelas azuis ?...e as branquinhas ?

Então, o homem entendeu o que a velhinha tinha feito...

Mesmo não estando ali para contemplar as flores que tinha plantado, a velhinha devia estar feliz. Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as pessoas.

No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se numa janela e, com um sorriso maroto nos lábios, tirou um pacotinho do bolso...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O não de Eloá

Criando um Monstro

O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada?

Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental?
Permissividade da sociedade?
O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela não quis falar comigo'. A garota disse não, não quero mais falar com você.
E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um não. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados.
Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o não da menina Eloá foi o único. Faltaram muitos outros nãos nessa história toda.

Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19.
Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha.
Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida.
Faltou a polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá.
Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador converssasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram.

Simples assim. NÃO. Pelo jeito, a única que disse não nessa história foi punida com uma bala na cabeça.

O mundo está carente de nãos.
Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer não às crianças.
Mulheres ainda têm medo de dizer não aos maridos ( e alguns maridos, temem dizer não às esposas ).
Pessoas têm medo de dizer não aos amigos.
Noras que não conseguem dizer não às sogras.
Chefes que não dizem não aos subordinados.
Gente que não consegue dizer não aos próprios desejos.
E assim são criados alguns monstros.
Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um não, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco.

Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos.
Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias.
Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer:
Não, você não pode bater no seu amiguinho.
Não, você não vai assistir a uma novela feita para adultos.
Não, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei. Não, você não vai passar a madrugada na rua.
Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação.
Não, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos.
Não, essas pessoas não são companhias pra você.
Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate.
Não, aqui não é lugar para você ficar.
Não, você não vai faltar na escola sem estar doente.
Não, essa conversa não é pra você se meter.
Não, com isto você não vai brincar.
Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeiro não que a vida dá ( e a vida dá muitos ) surtam.

Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha.
Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante.

Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário.
Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um não. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer - é também responsabilidade. E quem ouve uns nãos de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso.

Acaba aprendendo que é importante dizer não a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O não protege, ensina e prepara.

Por mais que seja difícil, eu tento dizer não aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os nãos que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.


® Karina Cabral