Frase do dia
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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A Arrogância

O diálogo abaixo é verídico. Foi travado em outubro de 1995, entre um navio da Marinha americana e as autoridades costeiras do Canadá, próximo ao litoral de Newfoundland.

Os americanos começaram na maciota:
- Favor alterar seu curso 15 graus para norte para evitar colisão com nossa embarcação.

Os canadenses responderam de pronto:
- Recomendo mudar o seu curso 15 graus para sul.

O americano ficou mordido:
- Aqui é o capitão de um navio da Marinha americana. Repito, mude o SEU curso.

Mas o canadense insistiu:
- Não, mude o SEU curso atual.

O negócio começou a ficar feio. O capitão americano berrou ao microfone:
- Este é o porta-aviões USS Lincoln, o segundo maior navio da frota americana no Atlântico. Estamos acompanhados de três destroyers, três fragatas e numerosos navios de suporte. Eu exijo que vocês mudem seu curso 15 graus para norte, ou então tomaremos contramedidas para garantir a segurança do navio.

E o canadense respondeu:
- Aqui é um humilde cidadão canadense, apenas capitão, num simples farol incrustado numa imensa rocha, na imensidão do Atlântico, câmbio...

Às vezes a nossa arrogância nos faz cegos...
Quantas vezes criticamos a ação dos outros, quantas vezes exigimos mudanças de comportamento nas pessoas que vivem perto de nós quando na verdade... nós é que deveríamos mudar o nosso rumo....

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Estratégia é tudo...

Um senhor vivia sozinho em Minnesota .
Ele queria virar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado.
Seu único filho, que o ajudava nesta tarefa, estava na prisão.
O homem então escreveu a seguinte carta ao filho:
"Querido Filho, estou triste, pois não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo, porque sua mãe sempre adorava as flores , esta é a época do plantio. Mas eu estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema, mas sei que você não pode me ajudar, pois estás na prisão.
Com amor, Seu pai."

Pouco depois, o pai recebeu o seguinte telegrama:
"PELO AMOR DE DEUS, pai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos!!!..."

Como as correspondências eram monitoradas na prisão...
Às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de Agentes do FBI e Policiais apareceram, e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar nenhum corpo.

Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera.

Esta foi a resposta:
"Pode plantar seu jardim agora, pai. Isso é o máximo que eu posso fazer no momento."

Estratégia é tudo!!!
Nada como uma boa estratégia para conseguir coisas que parecem impossíveis.
Assim, é importante repensar sobre as pequenas coisas que muitas vezes nós mesmos colocamos como obstáculos em nossas vidas.

"Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional."

(Desconheço o Autor)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Vivendo um dia de cada vez

Não determine seu valor comparando-se com os outros:
É só porque somos diferentes que cada um de nós é especial.

Não ajuste seus objetivos de acordo com o que os outros acham importante:
Só você sabe o que é melhor para si mesmo.

Não dê por garantidos aqueles que você mais ama:
Trate-os como se fossem sua vida, pois sem eles, ela não teria significado.

Não deixe sua existência escorregar pelos vãos dos seus dedos apegando-se ao passado ou lançando-se ao futuro:
Vivendo um dia de cada vez,você viverá todos os dias de sua vida.

Não desista quando ainda houver algo de si para dar:
Nada está realmente acabado até o momento em que você pára de tentar.

Não tenha medo de enfrentar desafios:
É correndo riscos que nós aprendemos a ser valentes.

Não feche as portas para o amor, dizendo que é impossível encontrá-lo:
A receita mais rápida para receber amor é dar amor,
e a mais rápida para perdê-lo é sufocá-lo demais.

Não jogue fora os seus sonhos:
Ser alguém sem sonhos é ser alguém sem esperança,
e viver sem esperança é viver sem propósito.

Não corra demais pela vida afora:
Assim você se esquece de onde esteve, como também para onde vai.

A vida não é uma corrida, mas uma jornada:
Consciente disso, você saboreia cada passo do seu caminho.
Você é eterno, assim como eterno é o oceano...
... caminhe ... navegue... voe ...

© Silvia Schmidt

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Uma questão de dimensões...

Um homem tentava compreender a natureza divina e então perguntou a Deus:

- Sehor, o que significa
um milhão de anos?

E uma voz poderosa,
vinda de todas as partes
simultaneamente, respondeu:

- Um milhão de anos para você
é como um minuto para mim...

Espantado, o homem
perguntou novamente:

- Senhor...
E um milhão de dólares?
O que significa um milhão de dólares
para Você?

E a mesma voz respondeu:

- Um milhão de dólares para você
é como um centavo para mim...

Pensativo,
o homem arriscou
uma última pergunta:

- O senhor poderia me
mandar esse seu centavo?

- É claro que sim, meu filho.
Aguarde um minuto!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Como vencer o desânimo!

Vocês têm idéia de como podemos fazer isto?
Então me acompanhe na história!

Um grande carro de luxo parou diante do pequeno escritório à entrada do cemitério e o chofer, uniformizado, dirigiu-se ao vigia.
- Você pode acompanhar-me, por favor? É que minha patroa está doente e não pode andar, explicou. Quer ter a bondade de vir falar com ela? Uma senhora de idade, cujos olhos fundos não podiam ocultar o profundo sofrimento, esperava no carro.
- Nestes últimos dois anos mandei-lhe cinco dólares por semana.
- Para as flores, lembrou o vigia.
- Justamente. Para que fossem colocadas na sepultura de meu filho.
- Vim aqui hoje, disse um tanto consternada, porque os médicos me avisaram que tenho pouco tempo de vida. Então quis vir até aqui para uma última visita e para lhe agradecer.
O funcionário teve um momento de hesitação, mas depois falou com delicadeza:
- Sabe, minha senhora, eu sempre lamentei que continuasse mandando o dinheiro para as flores.
- Como assim? Perguntou a senhora.
- É que... A senhora sabe... As flores duram tão pouco tempo, e afinal, aqui, ninguém as vê...
- O senhor sabe o que está dizendo? Retrucou a senhora.
- Sei, sim minha senhora. Pertenço a uma associação de serviço social, cujos membros visitam os hospitais e os asilos. Lá, sim, é que as flores fazem muita falta. Os internados podem vê-las e apreciar seu perfume.
A senhora deixou-se ficar em silêncio por alguns segundos. Depois, sem dizer uma palavra, fez um sinal ao chofer para que partissem.
Apenas alguns meses depois, o vigia foi surpreendido por outra visita.
Duplamente surpreendido porque, desta vez, era a própria senhora que vinha guiando o carro.
- Agora eu mesma levo as flores aos doentes, explicou-lhe, com um sorriso amável. O senhor tem razão. Os enfermos ficam radiantes e faz com que eu me sinta feliz. Os médicos não sabem a razão da minha cura, mas eu sei, é que reencontrei motivos para viver. Não esqueci meu filho, pelo contrário, dou as flores em seu nome e isso me dá forças.
Esta senhora descobrira o que quase todos não ignoramos, mas muitas vezes esquecemos. Auxiliando os outros, conseguirá auxiliar-se a si própria.

Quantas vezes o desânimo foi responsável pela derrota, perda ou mesmo desistência de um objetivo.
Precisamos estar com o coração firme, e buscar propósitos para transformarmo-nos e derrotar o desânimo que pode se alojar em nossa vida.
Não permita, que o desânimo seja um causador de derrotas em suas vidas.
Reaja ainda hoje, começando a desejar fazer deste dia um BOM DIA!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Sopre as Cinzas

Quem feriu você já feriu e já passou.
Lá na frente encontrará o inevitável retorno
e pelas mãos de outrem será ferido também.
A Vida se encarregará de dar-lhe o troco
e você, talvez, nem jamais fique sabendo.

O que importa de verdade é o que você sentiu
e, mais importante, é o que ainda você sente:

Mágoa? Rancor? Ressentimento? Ódio?

Você consegue perceber que esses sentimentos
foram escolhidos por você?
Somos nós que escolhemos o que sentir
diante de agressões e de ofensas.

Quem nos faz o " mal " é responsável pelo que faz,
mas NÓS somos responsáveis pelo que sentimos.
Essa responsabilidade tem a ver com o Amor que
devemos e temos que sentir por nós mesmos.

O ofensor fez o que fez e o momento passou,
mas o que ficou aí dentro de você?

Mágoa?
- Você sabia que de todas as drogas ela é a mais cancerígena?
Pela sua própria saúde, jogue-a fora.

Rancor?
- Ele é como um alimento preparado com veneno irreconhecível:
dia mais, dia menos, você poderá contrair doenças
de cujas origens nem suspeitará.

Ressentimento?
- Pois imagine-se vivendo dentro de um ambiente
constantemente poluído, enfumaçado, repleto de
bactérias e de incontáveis tipos de vírus:
é isso que seu coração e
seus pulmões estão tentando aguentar.
Até quando você acha que eles vão resistir?

Ódio?
- Seus efeitos são paralisantes.
Seu sistema imunológico entrará em conflito com esse
veneno que com o tempo poderá colocar você
face a face com a morte e talvez muito tarde
você venha a perceber que melhor seria ter deixado
que seu agressor colhesse os frutos do próprio plantio.

Por seu próprio Bem e só pelo seu Bem, perdoe.

O perdão o libertará e o fará livre para ser feliz.
Esqueça o " mal " que lhe foi feito.
Deixe que seu ofensor lembre-se dele através das
consequências com que, certamente, virá a arcar.

Mude seu destino ... seja o comandante da sua nau!
Escolha o melhor caminho para sua " viagem ".

... e se outras vezes o ferirem, perdoe ...
Perdoe ... nem que seja só por sacanagem !

Humancat
No livro " Sorte É Prá Quem Quer "

" O perdão é a única vingança aprovada pelo Universo "
® SILVIA SCHMIDT

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Amigo não tem Defeito...

O dono de uma loja estava colocando um anúncio na porta: “Cachorrinhos à venda”.
Esse tipo de anúncio sempre atrai as crianças, e logo um menininho apareceu na loja perguntando:
Qual o preço dos cachorrinhos?
O dono respondeu:
Entre R$ 30,00 e R$ 50,00.
O menininho colocou a mão em seu bolso e tirou umas moedas:
Só tenho R$2,37. Posso vê-los?
O homem sorriu e assobiou e atrás da loja saiu uma cadela correndo seguida por cinco cachorrinhos. Um dos cachorrinhos estava ficando consideravelmente para trás.
O menininho imediatamente apontou o cachorrinho que estava mancando.
O que aconteceu com esse cachorrinho??? perguntou.
O homem lhe explicou que quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida.
O menininho se emocionou e exclamou:
Pois esse é o cachorrinho que eu quero comprar!
E o homem respondeu:
Não, filho, você não vai comprar esse cachorro. Se você realmente o quer, eu te dou de presente. Para mim, ele não vale nada.
O menininho não gostou, e olhando direto nos olhos do homem, disse:
Eu não quero que você me dê o cachorrinho de presente.
Ele vale tanto quanto os outros, e eu pagarei o preço completo. Agora vou lhe dar meus R$ 2,37 e a cada mês trarei R$0,50 até que o tenha pago por completo.
O homem respondeu:- Eu não acredito que você quer de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de correr, saltar e brincar como os outros.
O menininho se agachou e levantou a barra de sua calça para mostrar sua perna esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um aparato de metal.
Olhou de novo ao homem e lhe disse:
Bom, eu também não posso correr muito bem, e o cachorrinho vai precisar de alguém que o entenda.
O homem, envergonhado, não conteve as lágrimas. Em seguida, sorriu e disse:
Filho, só espero que cada um destes outros cachorrinhos tenha um dono como você.

Moral:
Na vida não importa como somos, mas que alguém nos aprecie pelo que somos, e nos aceite e nos ame incondicionalmente. Um verdadeiro amigo é aquele que chega quando o resto do mundo já foi embora.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Quem te merece?

O cara atende todas as suas vontades. Vive ligando, gravando fitas, chamando para uns programas bacanas e dizendo tudo aquilo que é muito bem-vindo: te adoro, te acho linda, não me imagino longe de ti. Está tudo muito bem, mas seu coração continua batendo devagar. Aí surge outro cara.
Ele fica com você um dia e desaparece no outro. Telefona num sábado e some no domingo. Diz que curte você, mas quer aproveitar a vida. Você escuta, então, um barulho que parece a bateria da escola de samba Imperatriz Leopoldinense invadindo seu quarto, mas é seu coração. Dá pra ouvi-lo bater daqui.

Que raio de mecanismo é esse que faz com que a gente se ligue em quem não nos dá bola?
Não é prerrogativa feminina, vale para ambos os sexos. Conheço muito cara que lambe o chão que pisa a menina que faz jogo duro.
Será que ainda não caducou aquela regra que diz que homens e mulheres difíceis é que são valorizados? Eu estou com o Jota Quest: "Um dia feliz às vezes é muito raro!" Então vamos saudar tudo o que for extremamente fácil. Que bom poder amar e ser amado na mesma sintonia e com a mesma intensidade. Xô, dificuldade! Pena que o ser humano é extremamente difícil. Cultivamos um lado masoquista que se revela quando menos precisamos dele. Temos uma necessidade congênita de enfrentar desafios. A conquista nos interessa mais que a vitória.

Nem pensar em sair do jogo. A gente não sossega enquanto aquele (a) idiota não perceber o quanto somos maravilhosas(os) e indispensáveis. Quando ele (ou ela) finalmente descobrir que está apaixonado(a) por nós e se entregar, aí sim poderemos relaxar, e partir pra outra. Essa é a má notícia: sofrer por amor é afrodisíaco. Agora a boa notícia: afrodisíaco para adolescentes.

Como ninguém estaciona nos 17 anos, a tendência é mais tarde, com mais experiência de vida e menos tempo a perder, homens e mulheres passarem a se valorizar mais e a querer ao seu lado só aqueles que estão dispostos a compartilhar bons momentos. É claro que a maturidade também tem uma quedinha por desafios, mas a auto-estima impede que esta quedinha, que é até saudável, se transforme num problema crônico de relacionamento. Em vez de complicar a própria vida, é bem mais fácil (extremamente fácil) lembrar do seguinte: Quem não te quer, não te merece!!!

® Martha Medeiros

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pense e Reflita

A vida coloca em nossos destinos pessoas e obstáculos,
A cada obstáculo uma surpresa, as vezes estas surpresas são desagradáveis
Basta saber lidar com esta situação e daremos a volta por cima.

As pessoas que passam pelo nosso caminho deixam marcas,
Algumas deixam marcas inesquecíveis e agradáveis de se lembrar
E outras deixam marcas de dor e sofrimento, mas é só encará-las de frente.

Superar situações é sinal de força e coragem,
Mas as vezes começamos a nos decepcionar sem tentar seperá-las
E nos damos por vencidos, mas levante a cabeça e encare todas elas com justiça e sabedoria.

As vezes pensamos em desistir de tudo e de todos, e nos entregar de corpo e alma a uma pessoa,
Mas pense bem, será que esta pessoa merece todo este sacrificio?
Não haja por empulso, sempre pare, pense e reflita, com calma, justiça e sabedoria.

Não deixe de lutar pelos seus ideais e pro tudo aquilo que você acha que é o certo a fazer...
Nunca magoe uma pessoa, pois depois você pode ser magoado...
Nunca deixe a inveja, mentira e ambição tomarem conta de você,
lute contra as coisas que vão causar dor e sofrimento...

Lembre-se sempre a vida é para ser vivida com cuidado e sabedoria,
Aproveite para fazer as pazes com as pessoas que você teve algum desentendimento
E nunca esqueça que você é a peça fundamental para fazer um mundo melhor para se viver...
E a vida também é construída por você,
então à construa da melhor maneira possível e não deixando imperfeições

® Ana Flávia

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Nossos Segredos

Eu tenho alguns segredos, você também tem não é?

São segredos que não revelo a ninguém, acho que não me entenderiam.

Não conto esses meus segredos porque não quero ser questionada, não desejo ser criticada, não preciso ser indagada de nada.

Meus segredos são meus, não pretendo dividi-los com ninguém porque ainda não encontrei alguém que possa ouvi-los, digeri-los e ao final me dar simplesmente um sorriso.

Não encontrei alguém que possa depois de escutá-los apenas dizer-me... Eu lhe compreendo!

Não encontrei um alguém especial que não me questione sobre tudo que ouviu, que não me exija minúcias, alguém que somente me ouça e me dê a certeza que entendeu tudo, até mesmo os detalhes que eu não contei.

Eu tenho enormes segredos guardados aqui dentro de mim. Eles me acompanham, e as pessoas que me rodeiam nem percebem, nem sonham.

Mas os meus segredos não são tão diferentes dos seus, por isso mesmo é que você está me lendo e se identificando comigo de uma forma ímpar.

Na verdade, segredos não são mistérios, eles são todos meio iguais.

Eles parecem só nossos, parece que só nós vivemos aquela situação, ou aquele sentimento, ou aquela dúvida, ou aquele estado de espírito, ou aquela fraqueza, ou aquela tentação, ou aquela insegurança, ou aquela vergonha, ou aquele desconforto, ou aquele medo, ou aquela revolta....

......mas não é verdade, todos sentimos tudo isso e todos nos tolhemos de contar a alguém por mil razões e a maior delas é o receio de ser criticado, de ser discriminado, de virar conversa fiada na mesa de um bar.

Mas eu ainda não encontrei ninguém confiável assim como você também não e na verdade nem tenho procurado, quero que meus segredos continuem guardados.

À noite quando eu me deito penso neles, converso com cada um deles, são na realidade os meus maiores ouvintes, porque não me perguntam nada, apenas me ouvem e quem dorme ao meu lado nem percebe, nem escuta a nossa conversa silenciosa.

Eu tenho segredos, uns impublicáveis, outros questionáveis, alguns discutíveis e ainda outros incabíveis, só eu mesma consigo carregá-los.

Eles são meus, sempre serão meus e o dia que eu partir daqui, que a minh'alma deixar o meu corpo, levarei cada um deles comigo para onde for... Porque não encontrei ninguém... Porque não tive a oportunidade de esbarrar com você que está lendo isso agora.

Quem sabe se tivéssemos nos conhecido teríamos nos entendido. Talvez você tivesse me contado os seus segredos e em troca eu lhe daria os meus.

Mas não aconteceu... Por isso vou continuar guardando esses meus segredos, mas se um dia nos cruzarmos, prometo... Eu guardo também os seus e em troca lhe entrego os meus.
Bom dia! :)
® Silvana Duboc

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Piquenique das Tartarugas

Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique.
As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram 7 anos preparando-se para o passeio.
Passados 6 meses, após acharem o lugar ideal, ao desembalarem a cesta de piquenique descobriram que estavam sem sal. Então, designaram a tartaruga mais nova para voltar em casa e pegar o sal. (por ser a mais rápida)

A pequena tartaruga lamentou, chorou e esperneou, mas concordou em ir com uma condição: que ninguém comeria até que ela retornasse.
Três anos se passaram...... Seis anos........ e a pequenina não tinha retornado. Ao sétimo ano de sua ausência, a tartaruga mais velha já não suportando mais a fome, decidiu desembalar um sanduíche.
Nesta hora, a pequena tartaruga saiu de trás de uma árvore e gritou:
'Viu! Eu sabia que vocês não iam me esperar. Agora que eu não vou mesmo buscar o sal.'

Algumas vezes em nossa vida as coisas acontecem da mesma forma.
Desperdiçamos nosso tempo esperando que as pessoas vivam à altura de nossas expectativas.
Ficamos tão preocupados com o que os outros estão fazendo que deixamos de fazer o que nos compete.

Como disse Mário Quintana: 'O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso'.

Por isso, vivamos nossa vida e deixemos de nos preocupar com a opinião e o interesse dos outros por nós.

'Não venci todas as vezes que lutei. Mas perdi todas as vezes que deixei de lutar'

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Em Algum Momento

Em algum momento da vida, você já desperdiçou uma oportunidade que se apresentou como a chance da sua vida?

Talvez, motivado por algum acontecimento no passado, preferiu não “arriscar-se” ou melhor, não tentar.

Acontece com muitas pessoas. Comigo já aconteceu. Medo de não conseguir. Medo de assumir um “Compromisso” maior que me julgava capaz de realizar.

Não se preocupe. Todos nós somos passíveis de falhas, de medos. Mas também somos dotados de recursos naturais, espirituais e intelectuais, que nos tornam capazes de superar esses detalhes, quando identificados e aceitos.

Digo: aceitos. Por que só podemos mudar uma situação se a aceitarmos como algo que nos incomoda, nos impede de crescer e de nos desenvolver.

Creio que ilustrando esse raciocínio com uma historinha, vai ficar mais fácil a compreensão. Não é mesmo?

Certa ocasião, um menino que tinha adoração por patins, pediu, pediu, tanto fez que um belo dia, ele conseguiu seu objeto de desejo.

Ficou muito feliz com o par de patins, não desgrudava dele um minuto sequer, era dia e noite, o menino e os patins.

Mas aconteceu algo perturbador. No primeiro tombo, no primeiro arranhão, ele ficou com medo de estragar os patins e resolveu guardá-los.

Os patins ainda eram a coisa que ele mais queria, o que ele mais gostava de fazer era estar com eles. Mas ele preferiu apenas ficar olhando e não usar mais para não estragar.

O tempo foi passando e os patins guardados. Passaram-se anos e o garoto esqueceu os patins.

Então, em um belo dia, ele se lembra, sente saudades e resolve recuperar o tempo perdido. Vai até o armário, revira tudo e finalmente encontra os patins. Corre para calçá-los e aí tem uma terrível surpresa.

Os patins não cabem mais no seu pé. O menino, acometido de profunda tristeza, chora e lamenta os anos perdidos e que não vai mais poder recuperar. Poderia sim comprar outro par, mas nunca seriam iguais aqueles.

Assim como o menino da história, são as pessoas.

Guardam sentimentos, com medo de vivê-los, de se machucar e depois, quando resolvem retomar este sentimento, muitas vezes ele já passou de sua melhor fase. Aqueles patins eram especiais para o menino, eram únicos, por mais que comprasse outro não iria ser igual.

Por isso, devemos enfrentar cada oportunidade, cada desafio como algo único.

Que tal buscar lá no íntimo de cada um de nos a fagulha de coragem, determinação, força de vontade, para enfrentar os nossos medos, superá-lo e pelo menos tentar.

Existem momentos que a chance aparece, se não a agarrarmos, ela vai embora e há uma grande possibilidade dela não voltar mais.

Quando realmente tentarmos, pode ser que não haja mais tempo.

Então, não guarde os patins, apenas para não estragá-los. Mais tarde podem não servir pra mais nada a não ser lembranças.

Se fizermos isso, será como se deixássemos para ser feliz em outra Hora.

Pense a respeito. E aproveite esse momento para transformar seu dia num BOM DIA.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Cavalinho e a Borboleta

Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás.

Eram elas, um cavalinho e uma borboleta. Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.

A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem.

Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza. Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada.

A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.

Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso. Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso.

Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.

Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto.

E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta. Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela.

Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.

Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali.

-Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu.
-Ah, é você então o famoso cavalinho?

-Famoso, eu?

-É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?

-É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos.

-Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.

- Morreu? Como foi isso?

-Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém. Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.

Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.

- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste, sucumbiu e morreu.

-E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias?

-Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:

"Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."

Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.

Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes, foi você mesmo que o colocou no seu dorso.

© Silvana Duboc

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Faça a Sua Parte

Um homem morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica. Todos os dias ele pegava o ônibus das 6h15 e viajava cinqüenta minutos até o trabalho...

...à tardinha fazia a mesma coisa, voltando para a casa.

No ponto seguinte ao que homem subia, entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar na janela. Abria a bolsa tirava um pacotinho e passava viagem toda jogando alguma coisa para fora do ônibus.

Um dia, o homem reparou na cena. Ficou curioso. No dia seguinte, a mesma coisa. Certa vez o homem sentou-se ao lado da velhinha e não resistiu:

- Bom dia, desculpe a curiosidade, mas o que a senhora esta jogando pela janela ?

- Bom dia, respondeu a velhinha. - Jogo sementes...

- Sementes ?... Sementes de quê ?

- De flor.

É que eu viajo neste ônibus todos os dias. Olho para fora e a estrada é tão vazia. E gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho... Imagine como seria bom.

- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos... A senhora acha que essas flores vão nascer aí, na beira da estrada ?

- Acho, meu filho. Mesmo que muitas sejam perdidas, algumas certamente acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.

- Mesmo assim, demoram para crescer, precisam de água...

- Ah, eu faço minha parte. Sempre há dias de chuva. Além disso, apesar da demora, se eu não jogar as sementes, as flores nunca vão nascer.

Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu "trabalho". O homem desceu logo adiante, achando que a velhinha já estava meio "caduca".

O tempo passou. Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto...

... olhou para fora e viu margaridas na beira da estrada, hortênsias azuis, rosas, cravos, dálias... A paisagem estava colorida, perfumada, linda. O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e...nada !

Acabou perguntando para o cobrador, que conhecia todo mundo...

- A velhinha das sementes ? Pois é, morreu de pneumonia, no mês passado...

O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela, e sentiu uma lágrima correr pelo rosto, e um sorriso desabrochar em sua face...

"Quem diria, as flores brotaram mesmo..."

"Mas, pensando bem, de que adiantou o trabalho da velhinha ? A coitada morreu, e não pode ver esta beleza toda que ela fora responsável...".

Nesse instante, o homem escutou atrás de si, uma gostosa risada de criança...

Num banco logo atrás, um garotinha apontava pela janela entusiasmada...

- Olha mamãe, que lindo, quanta flor pela estrada... Como se chamam aquelas azuis ?...e as branquinhas ?

Então, o homem entendeu o que a velhinha tinha feito...

Mesmo não estando ali para contemplar as flores que tinha plantado, a velhinha devia estar feliz. Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as pessoas.

No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se numa janela e, com um sorriso maroto nos lábios, tirou um pacotinho do bolso...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O não de Eloá

Criando um Monstro

O que pode criar um monstro? O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras duas jovens por... Nada?

Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida? Deficiência social ou mental?
Permissividade da sociedade?
O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela não quis falar comigo'. A garota disse não, não quero mais falar com você.
E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um não. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados.
Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei que o não da menina Eloá foi o único. Faltaram muitos outros nãos nessa história toda.

Faltou um pai e uma mãe dizerem que a filha de 12 anos NÃO podia namorar um rapaz de 19.
Faltou uma outra mãe dizer que NÃO iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o filho do tal apartamento a puxões de orelha.
Faltou outros pais dizerem que NÃO iriam atender ao pedido de um policial maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já tinha escapado com vida.
Faltou a polícia dizer NÃO ao próprio planejamento errôneo de mandar a garota de volta pra lá.
Faltou o governo dizer NÃO ao sensacionalismo da imprensa em torno do caso, que permitiu que o tal sequestrador converssasse e chorasse compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram.

Simples assim. NÃO. Pelo jeito, a única que disse não nessa história foi punida com uma bala na cabeça.

O mundo está carente de nãos.
Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer não às crianças.
Mulheres ainda têm medo de dizer não aos maridos ( e alguns maridos, temem dizer não às esposas ).
Pessoas têm medo de dizer não aos amigos.
Noras que não conseguem dizer não às sogras.
Chefes que não dizem não aos subordinados.
Gente que não consegue dizer não aos próprios desejos.
E assim são criados alguns monstros.
Talvez alguns não cheguem a sequestrar pessoas. Mas têm pequenos surtos quando escutam um não, seja do guarda de trânsito, do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco.

Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal.

Os pais dizem, 'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas de bebês com 1 ou 2 anos.
Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de aniversário faraônicas para suas crias.
Sem falar nos adolescentes. Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer:
Não, você não pode bater no seu amiguinho.
Não, você não vai assistir a uma novela feita para adultos.
Não, você não vai fumar maconha enquanto for contra a lei. Não, você não vai passar a madrugada na rua.
Não, você não vai dirigir sem carteira de habilitação.
Não, você não vai beber uma cervejinha enquanto não fizer 18 anos.
Não, essas pessoas não são companhias pra você.
Não, hoje você não vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate.
Não, aqui não é lugar para você ficar.
Não, você não vai faltar na escola sem estar doente.
Não, essa conversa não é pra você se meter.
Não, com isto você não vai brincar.
Não, hoje você está de castigo e não vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes NÃOS crescem sem saber que o mundo não é só deles. E aí, no primeiro não que a vida dá ( e a vida dá muitos ) surtam.

Usam drogas. Compram armas. Transam sem camisinha.
Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante.

Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo contrário.
Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um amor real, sem culpa, tranquilo e livre, conseguem perfeitamente entender uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um não. Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer - é também responsabilidade. E quem ouve uns nãos de vez em quando também aprende a dizê-los quando é preciso.

Acaba aprendendo que é importante dizer não a algumas pessoas que tentam abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam pessoas que nos amem. O não protege, ensina e prepara.

Por mais que seja difícil, eu tento dizer não aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora - e tento respeitar também os nãos que recebo. Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais desmedida e absurda dos nossos dias.


® Karina Cabral

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Estamos com Fome de Amor

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".

Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.

Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.

Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".

Antes idiota que infeliz!

® Arnaldo Jabor
Presente de Cleide

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Encontrei um Anjo

Dia desses eu estava sentado numa sala de espera aguardando a minha vez para cortar o cabelo, com o Toninho, da Super Quadra Tupã. Estava muito distraído, lendo uma daquelas revistas que sempre tem em sala de espera, quando adentrou uma menina, linda, magra, muito branquinha e aparentemente, de uns sete anos de idade. Ela usava um arco a lhe prender os cabelos finos e lisos que iam até os ombros, roupas que denunciavam a origem pobre, mas que também mostravam um cuidado materno especial, pois estavam muito limpas e cheirosas. Era uma criança impossível de não ser notada, sorriso aberto, carisma a flor da pele e trazia numa das mãos um cartão de loteria instantânea, dessas conhecidas como "raspinha". Já completamente cativado não me preocupei em disfarçar o meu encanto e fiquei ali torcendo para que ela me dirigisse a palavra. Era como se eu soubesse que algo especial estava para acontecer.

- O senhor compra pra ajudar? É dez real...
- Reais, disse eu para ver a reação dela.
- É mesmo. Minha mãe sempre me corrige: dez reais. Mas o senhor compra? A minha vontade era comprar o cartão, mas não queria acabar logo com a conversa e continuei:
- Depende... Pra ajudar o quê?
- É pra ajudar a gente lá em casa. Meu pai tá desempregado e a minha mãe tá muito doente. Eu tô vendendo essa raspinha aqui pra poder comprar leite pro meu irmãozinho.
Ele tem dois anos e meio. A essa altura eu já tinha certeza de que compraria o cartão. Não que me comovesse além do normal com essa história tão comum do nosso sofrido povo brasileiro. Era puro encantamento com aquela menina.
- Como é o seu nome?
- Amanda... Nossa! Como o senhor ficou vermelho!
- É que eu tive uma filha que se chamava Amanda... A última lembrança que eu tenho dela, ela era assim como você... Sabe? Em todo lugar que eu vou eu sempre encontro uma Amanda.
- Onde tá a sua filha agora?
- Ela morreu num acidente faz algum tempo. Talvez ela esteja "vendendo cartões" no céu pra ajudar lá em casa..
- O senhor ficou triste, né? Desculpa..
- Não, eu não estou triste. Mas o que é que a sua mãe tem?
- Eu não sei dizer não senhor. Mas o meu pai vive chorando escondido. Ele bem que tenta disfarçar. Eu também finjo que não noto, mas eu sei que ele tá chorando. Eu não gosto de ver meu pai chorando... O senhor vai comprar, não vai? Eu vou contar um segredo: este cartão aqui está premiado, sabia?
- É ? Onde você conseguiu este cartão? E como você sabe que ele está premiado?
- Foi um anjo que desceu lá do céu e me deu ele pra eu vender. Ele disse que é um cartão premiado.
- Um anjo??
- É ! Por quê? O senhor não acredita?
- Acredito sim. Mas se o anjo lhe deu o cartão e disse que é premiado, por que você o está vendendo? Por que você não raspa ele e fica com o prêmio? Assim você vai poder ajudar toda a sua família, a sua mãe...
- Mas eu não posso ficar com ele não senhor.
- Por que não? - O anjo me disse que era pra eu vender por dez real. - Reais! - É. Por dez reais. E que não era pra eu raspar ele senão eu estaria sendo gananciosa. Eu não sei o que quer dizer essa palavra "gananciosa", o senhor sabe?
- Eu também não sei não. Esse anjo fala muito difícil... Mas eu tenho certeza que você não é isso não... - Ele falou que eu tinha de dar a sorte pra alguém que eu encontrasse e que eu gostasse, e eu gostei do senhor. O senhor compra?
- Como você sabia que era um anjo de verdade?
- Ele tinha duas asas bem grandes e desceu voando lá do céu.
- Como era o nome dele?
- Ele não falou o nome dele não senhor.
- E você não perguntou?
- Se o senhor visse um anjo o senhor ia ficar fazendo pergunta? Eu fiquei foi mudinha.
- E por que esse anjo apareceu logo pra você?
- É que eu estava rezando pro menino Jesus, pedindo pro meu pai arranjar um emprego e pedindo pra Ele curar a minha mãe, então o anjo apareceu pra mim. Ele disse que se eu vendesse esse cartão que ele me deu, por dez real... - Reais! - É, reais... Se eu vendesse, Jesus já tinha autorizado ele a curar a minha mãe e a arranjar um emprego pro meu pai, mas, que se eu ficasse com o cartão só ia acontecer coisa ruim.
Então se eu comprar o cartão que o anjo deu pra você, só vai me acontecer coisa ruim?
- Não. O senhor não entendeu. Eu é que não posso ficar com o cartão. A pessoa que comprar ele, vai tá sendo boa e vai tá acreditando no anjo. Então, pra quem comprar, só vai acontecer coisa boa. O senhor vai receber o prêmio e não vai mais ser triste.
- Quem disse pra você que eu sou triste?
- O seus olhos e o seu jeito de falar. O senhor parece uma pessoa triste, sabia?
- Sabia... Tá bom. Eu compro o seu cartão. Deixando escapar um breve suspiro, Amanda agarrou os dez "real" e, num gesto que me deixou surpreso e muito feliz, me deu um beijo no rosto. Ela parou na minha frente e ficou olhando eu guardar o cartão no bolso, com um sorriso bobo nos meus lábios. Um tanto decepcionada ela perguntou:
- O senhor não vai raspar pra ver se está mesmo premiado?
- Não. Eu tenho certeza de que está.
- Mas se o senhor não raspar não vai poder receber o prêmio.
- Eu já recebi quando você entrou aqui.
- Eu não entendi o que o senhor quis dizer.
- Mas o seu anjo entendeu, minha filha. O seu anjo entendeu, meu anjo... Ela foi embora meio que desconfiada, olhou pra trás algumas vezes e eu nunca mais a vi. Sempre que volto ao Toninho, ou paro na super quadra para alguma coisa, corro os olhos pelas calçadas. Tenho certeza de que a verei um dia. Quero saber se sua mãe está melhor e se seu pai já "arranjou" um emprego. Quanto ao cartão, eu ainda não me atrevi a raspá-lo e creio que nunca o farei. Gosto de acreditar que sou o único homem no mundo que ganhou um cartão de loteria premiado, dado por um anjo e trazido por outro. Quanto ao prêmio, penso que não pode haver um mais valioso do que esta história toda.

(Esta crônica, foi escrita por Robson, de Londrina, que perdeu sua filha Amanda - 3 anos - no mar, durante as férias)

" Nunca fique triste numa despedida! Uma despedida é necessária para haver um reencontro. E encontrar-se depois de momentos e de vidas, é certo para os que são amigos."

- Richard Bach - Livro: Ilusões

Se vc chegou até aqui, com certeza seu anjo já se manifestou em sua vida. Podemos encontrá-lo em diversas formas, e não apenas em forma barroca. Os anjos são a pura extensão de DEUS, assim como VOCÊ!!!! um bom dia!!!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Porteiro

Não havia no povoado pior ofício do que aquele: porteiro do clube. Mas, que outra coisa poderia fazer aquele homem? O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, e não tinha nenhuma outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do lugar um jovem cheio de idéias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento. Fez mudanças e chamou os funcionários para novas instruções. Ao porteiro, disse:

- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal, onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, senhor - balbuciou -, mas eu não ser ler nem escrever!

- Ah, quanto eu o sinto! Mas, se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.
- Mas, senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisso a minha vida inteira, não sei fazer outra coisa.
- Olha, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo para fazer. Eu sinto muito.
Sem mais, deu meia-volta e foi embora.

O porteiro sentiu como se o mundo desmoronasse. Que fazer? Então lembrou que no clube, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele de pronto a arrumava, com cuidado e com carinho. Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego. Mas, só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado. Porém, poderia usar o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa. Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma mula para ir ao povoado mais próximo realizar a compra. E assim o fez.

No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
- Venho para perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de comprar um, mas eu preciso dele para trabalhar, já que fiquei sem emprego.
- Bem, mas eu o devolvo amanhã bem cedo.
- Se é assim, está bem.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e lhe disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar. E, além do mais, a casa de ferragens mais próxima está a dois dias de viagem daqui.
- Façamos um trato - disse o vizinho. - Eu pagarei os dias de ida e volta mais o preço do martelo, já que você está sem trabalho no momento. Que lhe parece? Realmente, isso lhe daria trabalho por mais dois dias...

Ele aceitou. Voltou a montar sua mula e viajou. No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo. Eu também necessito de algumas ferramentas e estou disposto a pagar-lhe seus dias de viagem e mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não disponho de tempo para viajar. Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi embora. E nosso amigo guardou as palavras que escutara: "Não disponho de tempo para viajar". Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para trazer as ferramentas.

Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro, trazendo mais ferramentas do que as que havia vendido. De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.
A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar a viagem, faziam encomendas. Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o que precisavam. Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas, e, alguns meses depois, comprou uma vitrine e um balcão, transformando o galpão na primeira loja de ferragens do povoado.

Todos estavam contentes e compravam dele. Já não viajava, os fabricantes é que lhe enviavam seus pedidos. E ele era um bom cliente. Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja de ferragens do que gastar dias em viagens.
Então ele lembrou de um amigo que era torneiro e ferreiro e pensou que ele poderia fabricar as cabeças dos martelos. E logo - por que não? - as chaves de fenda, os alicates, as talhadeiras... E depois, os pregos e os parafusos.

Em poucos anos, o nosso amigo se transformou, com seu trabalho, em um rico e próspero fabricante de ferramentas.
Um dia, decidiu doar uma escola ao povoado. Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício. No dia da sua inauguração, o prefeito entregou-lhe as chaves da cidade, abraçou-o e disse-lhe:
- É com grande orgulho e gratidão que pedimos conceder-nos a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do Livro de Atas desta nova escola.
- A honra seria minha - disse o homem. - A coisa que mais me daria prazer seria assinar o Livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.
- O senhor?! - disse o prefeito, sem acreditar. - O senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado! E o que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?

- Ah, isso eu posso responder - disse o homem com calma. - Se eu soubesse ler e escrever... ainda seria o porteiro do clube!

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Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.
Mas, as adversidades podem ser bênçãos, porque as crises
estão cheias de oportunidades.

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Meus irmãos, tende por motivo de alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz força. (Tiago, 1:2-3)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O que foi que o mendigo disse?

Levantou da cama e vestiu-se naquela manhã de domingo.
Sem nada para fazer, saiu de casa e andou sem rumo.
Até aquele dia, nunca tinha reparado como era penoso viver sem amor.
Depois de andar durante horas, sentou-se à sombra de uma árvore frondosa no banco de uma praça, de cabeça baixa.

Ao seu lado, sentou-se um homem que, pelo seu aspecto, pareceu-lhe um mendigo.
Quase se levantou para seguir o seu caminho, mas o sorriso do homem o reteve.
Aos poucos, se estabeleceu um diálogo e uma animada conversa que se estendeu por horas.
Finalmente, o marido se levantou do banco, deixando dinheiro na mão do mendigo.

Sua postura já estava diferente. Agora, com passo enérgico, voltou para casa, tomou banho, fez a barba e se vestiu com todo cuidado.
Saiu sem dar explicações e sua mulher, que já não o amava, se mostrou levemente curiosa com a sua nova atitude. Voltou à noite, bem tarde.

No dia seguinte, cumprimentou gentilmente sua mulher e foi trabalhar.
Na volta, vestiu um short, calçou tênis e fez uma longa caminhada noturna.
Dormiu com excelente disposição. O dia seguinte foi igual, talvez melhor.
Sua mulher, que não o amava, e seus filhos se surpreenderam.
Parecia ter perdido a tristeza.
Ganhara uma força e uma elegância que a família nunca antes tinha notado.

Continuou a ser gentil com a mulher, mas nunca mais lhe pediu desculpas ou explicações, nem exigiu que fizesse amor com ele.
Passaram-se semanas.
A atitude do marido continuava firme e a disposição otimista instalou-se de vez.
A mulher sentia-se cada vez mais intrigada com a mudança miraculosa do marido e teve mais simpatia por suas novas atitudes, sábias e moderadas.
Embora ela persistisse em não amá-lo, ele melhorava seu desempenho como pessoa e como pai.
Agora, os amigos o procuravam.
Era evidente que tinha se transformado num homem sábio.

Quanto a mim, sou um sujeito profundamente curioso, talvez por ser escritor e fui à mesma praça onde estivera o marido a fim de procurar o mendigo.
Pude reconhecê-lo imediatamente. Sem vacilar, sentei-me a seu lado.
Apresentei-me e perguntei o que ele tinha dito para o marido.

Sorrindo, o mendigo me respondeu: "Ah, lembro... Não dei grande conselho. Disse-lhe apenas que, com minha experiência de mendigo, aprendi que nunca se deve pedir dinheiro e, pelas mesmas razões, jamais se deve suplicar amor. Essas são duas coisas que sempre nos negam quando as pedimos".

E sorrindo, acrescentou: "O dinheiro, a gente ganha; o amor se conquista".

Não me pediu nada. Mesmo assim, agradecido, dei-lhe R$ 100,00.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O Jeito Deles

O que é que faz a gente se apaixonar por alguém? Mistério misterioso. Não é só porque ele é esportista, não é só porque ela é linda, pois há esportistas sem cérebro e lindas idem, e você, que tem um, não vai querer saber de descerebrados. Mas também não basta ser inteligente, por mais que a inteligência esteja bem cotada no mercado.

Tem que ser inteligente e... algo mais. O que é este algo mais? Mistério decifrado: é o jeito.

A gente se apaixona pelo jeito da pessoa. Não é porque ele cita Camões, não é porque ela tem olhos azuis: é o jeito dele de dizer versos em voz alta como se ele mesmo os tivesse escrito pra nós; é o jeito dela de piscar demorado seus lindos olhos azuis, como se estivesse em câmera lenta.

O jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa pra fora das calças. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de suspirar no final das frases. O jeito de beijar. O jeito de sorrir.

Vá tentar explicar isso.

Pelo meu primeiro namorado, me apaixonei porque ele tinha um jeito de estar nas festas parecendo que não estava, era como se só eu o estivesse enxergando. O segundo namorado me fisgou porque tinha um jeito de morder palitos de fósforo que me deixava louca – ok, pode rir. Ele era um cara sofisticado, e por isso mesmo eu vibrava quando baixava nele um caminhoneiro. O terceiro namorado tinha um jeito de olhar que parecia que despia a gente: não as roupas da gente, mas a alma da gente. Logo vi que eu jamais conseguiria esconder algum segredo dele, era como se ele me conhecesse antes mesmo de eu nascer.

Por precaução, resolvi casar com o sujeito e mantê-lo por perto.

E teve aqueles que não viraram namorados também por causa do jeito: do jeito vulgar de falar, do jeito de rir – sempre alto demais e por coisas totalmente sem graça –, do jeito rude de tratar os garçons, do jeito mauricinho de se vestir: nunca um desleixo, sempre engomado e perfumado, até na beira da praia. Nenhum defeito nisso. Pode até ser que eu tenha perdido os caras mais sensacionais do universo.

Mas o cara mais sensacional do universo e a mulher mais fantástica do planeta nunca irão conquistar você, a não ser que tenham um jeito de ser que você não consiga explicar. Porque esses jeitos que nos encantam não se explicam mesmo.

® Martha Medeiros

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Carta aos Jovens do Brasil

(MAS DEVE SER EXTENSIVA A TODOS OS JOVENS DO MUNDO)

Meu nome é Patrícia, tenho 17 anos, e encontro-me no momento quase sem forças, mas pedi para a enfermeira Dani, minha amiga, para escrever esta carta que será endereçada aos jovens de todo o Brasil, antes que seja tarde demais.
Eu era uma jovem "sarada", criada em uma excelente família de classe média alta de Florianópolis. Meu pai é Engenheiro Eletrônico de uma grande estatal, e procurou sempre para mim e para meus dois irmãos dar tudo de bom e o que tem de melhor, inclusive liberdade que eu nunca soube aproveitar. Aos 13 anos participei e ganhei um concurso para modelo e manequim para a Agência Kasting e fui até o final do concurso que selecionou as novas Paquitas do programa da Xuxa.

Fui também selecionada para fazer um Book na Agência Elite em São Paulo.
Sempre me destaquei pela minha beleza física, chamava a atenção por onde passava.
Estudava no melhor colégio de "Floripa", Coração de Jesus.
Tinha todos os garotos do colégio aos meus pés.Nos finais de semana freqüentava schoping, praias, cinemas, curtia com minhas amigas tudo o que a vida tinha de melhor a oferecer a pessoas saradas, física e mentalmente. Porém, como a vida nos prega algumas peças, o meu destino começou a mudar em outubro de 1994.

Fui com uma turma de amigos para a OKTOBERFEST em Blumenau.
Os meus pais confiavam em mim e me liberaram sem mais apego.
Em "Blu", achei tudo legal, fizemos um esquenta no "Bude, famoso barzinho da Rua XV. À noite fomos à "PROEB" e no "Pavilhão Galegão" tinha um "show maneiro" da Banda Cavalinho Branco. Aquela movimentação de gente era "trimaneira".

Eu já tinha experimentado algumas bebidas, tomava escondido da mamãe o Licor Amarula, mas nunca tinha ficado bêbada. Na quinta feira, primeiro dia de OKTOBER, tomei o meu primeiro porre de CHOPP, que sensação legal, curti a noite inteira "doidona", beijei uns 10 carinhas, inclusive minhas amigas colocavam o CHOPP numa mamadeira misturado com guaraná para enganar os "meganha", porque menor não podia beber; mas a gente bebeu a noite inteira e os "Otário" não percebiam.
Lá pelas 4 h da manhã, fui levada ao Posto Médico, quase em coma alcoólico, numa maca dos Bombeiros.Deram-me umas injeções de glicose para melhorar.
Quando fui ao apartamento quase "vomitei as tripas", mas o meu grito de liberdade estava dado. No dia seguinte aquela dor de cabeça horrível, um mal estar daqueles com tensão "pregmestru".

No sábado conhecemos uma galera de S. Paulo, que alugaram "apê" no mesmo prédio.
Nem imaginava que naquele dia eu estava sendo apresentada ao meu futuro assassino.
Bebi um pouco no sábado, a festa não estava legal, mas lá pelas 5.30hs da manhã fomos ao "apê" dos garotos para curtir o restante da noite. Rolou de tudo e fui apresentada ao famoso baseado "Cigarro de Maconha", que me ofereceram. No começo resisti, mas chamaram a gente de "Catarina careta", mexeram com nossos brios e acabamos experimentando.

Fiquei com uma sensação esquisita, de baixo astral, mas no dia seguinte antes de ir embora experimentei novamente.
O garoto mais velho da turma o "Marcos", fazia carreirinho e cheirava um pó branco que descobri ser cocaína. Ofereceram-me, mas não tive coragem aquele dia.
Retornamos à "Floripa" mas percebi que alguma coisa tinha mudado, eu sentia a necessidade de buscar novas experiências não demorou muito para eu novamente deparar-me com meu assassino "DRUES".
Aos poucos meus melhores amigos foram se afastando quando comecei a me envolver com uma galera da pesada, e sem perceber eu já era uma dependente química; a partir do momento que a droga começou a fazer parte do meu cotidiano.

Fiz viagens alucinantes, fumei maconha misturada com esterco de cavalo, experimentei cocaína misturada com um monte de porcaria. Eu e a galera descobrimos que misturando cocaína com sangue ela ficava mais forte o efeito, e aos poucos não compartilhávamos a seringa e sim o sangue que cada um cedia para diluir o pó.
No início a minha mesada cobria os meus custos com as malditas, porque a galera repartia e o preço era acessível. Comecei a comprar a "branca" a R$ 7,00 o grama, mas não demorou muito para conseguir sòmente a R$ 15, 00, a boa que eu precisava no mínimo 5 doses diárias. Saía na sexta-feira e retornava aos domingos com meus "novos amigos".

Às vezes a gente conseguia o "extasy", dançávamos nos "Points" a noite inteira e depois farra.
O meu comportamento tinha mudado em casa, meus pais perceberam, mas no inicio eu disfarçava e dizia que eles não tinham nada a ver com a minha vida.
Comecei a roubar em casa pequenas coisas para vender ou trocar por drogas. Aos poucos o dinheiro foi faltando e para conseguir grana fazia programas com uns velhos que pagavam bem.
Sentia nojo de vender o meu corpo, mas era necessário para conseguir dinheiro.
Aos poucos toda a minha família foi se desestruturando. Fui internada diversas vezes em Clinicas de Recuperação. Meus pais sempre com muito amor gastavam fortunas para tentar reverter o quadro. Quando eu saía da Clinica agüentava alguns dias, mas logo estava me picando novamente.

Abandonei tudo: escola, bons amigos e família.
Em dezembro de 1997 a minha sentença de morte foi decretada; descobri que havia contraído o vírus da AIDS, não sei se me picando, ou através de relações sexuais muitas vezes sem camisinha.
Devo ter passado o vírus a um montão de gente, porque os homens pagavam mais para transar sem camisinha.
Aos poucos os meus valores que só agora reconheço foram acabando, família, amigos, pais, religião, Deus, até Deus, tudo me parecia ridículo.
Papai e mamãe fizeram tudo, por isso nunca vou deixar de amá-los. Eles me deram o bem mais precioso que é a vida e eu o joguei pelo ralo.
Estou internada, com 24kg, horrível, não quero receber visitas porque não podem me ver assim, não sei até quando sobrevivo, mas no fundo do coração peço aos jovens não entrem nessa viagem maluca... Você com certeza vai se arrepender assim como eu, mas percebo que é tarde demais.

** Obs.: Patrícia encontrava-se internada no Hospital Universitário de Florianópolis e descreve a enfermeira Danelise, que Patrícia veio a falecer 14 horas mais tarde, de parada cardíaca respiratória em conseqüência da AIDS. ***

Repasse....por mais que se divulgue, sempre corremos o risco de ver nossos jovens se destruindo, mas não vamos desistir....um depoimento verídico, as vezes podera ser um bom alerta.