Frase do dia
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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo!!!

© Carlos Drummond de Andrade

"O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história. O grande lance é viver cada momento como se a receita de felicidade fosse o AQUI e o AGORA.

Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais..., mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho?

Quero viver bem! Este ano que passou foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões. Normal. As vezes a gente espera demais das pessoas. Normal. A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou. Normal.

O ano que vai entrar vai ser diferente. Muda o ano, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com o seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?

O que desejo para todos é sabedoria! E que todos saibamos transformar tudo em boa experiência! Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim... Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passe-o para a categoria 3. Ou mude-o de classe, transforme-o em colega. Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.

O nosso desejo não se realizou? Beleza, não estava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de um lance que eu adoro): CUIDADO COM SEUS DESEJOS, ELES PODEM SE TORNAR REALIDADE.

Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam bem diferentes. Desejo para todo mundo esse olhar especial.

O ano que vai entrar pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar.
Somos egoístas, mas podemos entender o outro. O ano que vai entrar pode ser o bicho, o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular... ou... Pode ser puro orgulho! Depende de mim, de você! Pode ser. E que seja!!!

Feliz olhar novo!!! Que o ano que se inicia seja do tamanho que você fizer.

Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensarmos tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"

domingo, 27 de dezembro de 2009

Hedoismo

© José A. Pimentel

Conheço muitas pessoas que vão ao cinema, a boates e restaurantes e parecem eternamente insatisfeitas.

Até que li uma matéria com a escritora Chantal Thomas na revista República e ela elucidou minhas indagações internas com a seguinte frase: "Na sociedade moderna há muito lazer e pouco prazer". Lazer e prazer são palavras que rimam e se assemelham no significado, mas não se substituem. É muito mais fácil conquistar o lazer do que o prazer.

Lazer é assistir a um show, cuidar de um jardim, ouvir um disco, namorar, bater papo. Lazer é tudo o que não é dever. É uma desopilação. Automaticamente, associamos isso com o prazer: se não estivermos no trabalho, estaremos nos divertindo. Simplista demais. Em primeiro lugar, podemos ter muito prazer no trabalho, é só redefinir o que é prazer.

O prazer não está em dedicar um tempo programado para o ócio. O prazer é residente. Está dentro de nós, na maneira como a gente se relaciona com! o mundo. Chantal Thomas aborda a idéia de que o turismo, hoje, tem sido mais uma imposição cultural do que um prazer. As pessoas aglomeram-se em filas de museus e fazem reservas com meses de antecedência para ir comer no lugar da moda, pouco desfrutam disso tudo. Como ela diz, temos solicitações culturais em demasia. É quase uma obrigação você consumir o que está em evidência. E se é uma obrigação, ainda que ligeiramente inconsciente, não é um prazer.

Complemento dizendo que as pessoas estão fazendo turismo inclusive pelos sentimentos, passam rápido demais pelas experiências amorosas, entre elas o casamento. Queremos provar um pouquinho de tudo, queremos ser felizes mediante uma novidade. O ritmo é determinado pelas tendências de comportamento, que exigem uma apreensão veloz do universo.

Calma. O prazer é mais baiano.

O prazer não está em ler uma revista, mas na sensação de aprender algo. Não está em ver o filme que ganhou o Oscar, mas na emoção que ele pode lhe ! trazer. Não está em faturar uma garota, mas no encontro das almas. Está em tudo o que fazemos sem atender a pedidos. Está no silêncio, no espírito, está menos na mão única e mais na contramão. O prazer está em sentir. Uma obviedade que merece ser resgatada antes que a gente comece a unir o útil com o útil, deixando o agradável pra lá.

(**)Hedonismo (Dicionário Houaiss): "doutrina filosófica que encara o prazer e a felicidade como bem supremo. Dedicação ao prazer como estilo de vida."

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O amor não acaba, nós é que mudamos

Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro.
Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba? O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida.

As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos.

O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos. Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos.

O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito. O amor não acaba.. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar.

Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

© Martha Medeiros

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Dentro de um abraço

Onde é que você gostaria de estar agora, neste exato momento? Fico pensando nos lugares paradisíacos onde já estive, e que não me custaria nada reprisar: num determinado restaurante de uma ilha grega, na beira de diversas praias do Brasil e do mundo, na casa de bons amigos, em algum vilarejo europeu, numa estrada bela e vazia, no meio de um show espetacular, numa sala de cinema vendo a estreia de um filme muito esperado, e principalmente, no meu quarto e na minha cama, que nenhum hotel cinco estrelas consegue superar a intimidade da gente é irreproduzível.

Posso também listar os lugares onde não gostaria de estar: num leito de hospital, numa fila de banco, numa reunião de condomínio, presa num elevador, em meio a um trânsito congestionado, numa cadeira de dentista.

E então? Somando os prós e os contras, as boas e más opções, onde, afinal, é o melhor lugar do mundo?

Dentro de um abraço.

Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário? Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço, se dissolve.

Que lugar melhor para um recém-nascido, para um recém-chegado, para um recém-demitido, para um recém-contratado? Dentro de um abraço nenhuma situação é incerta, o futuro não amedronta, estacionamos confortavelmente em meio ao paraíso.

O rosto contra o peito de quem te abraça, as batidas do coração dele e as suas, o silêncio que sempre se faz durante esse envolvimento físico: nada há para se reivindicar ou agradecer, dentro de um abraço voz nenhuma se faz necessária, está tudo dito.

Que lugar no mundo é melhor para se estar? Na frente de uma lareira com um livro estupendo, em meio a um estádio lotado vendo seu time golear, num almoço em família onde todos estão se divertindo, num final de tarde de frente para o mar, deitado num parque olhando para o céu, na cama com a pessoa que você mais ama?

Difícil bater essa última alternativa, mas onde começa o amor, senão dentro do primeiro abraço? Alguns o consideram como algo sufocante, querem logo se desvencilhar dele.

Até entendo que há momentos em que é preciso estar fora de alcance, livre de qualquer tentáculo. Esse desejo de se manter solto é legítimo, mas hoje me permita não endossar manifestações de alforria. Entrando na semana dos namorados, recomendo fazer reserva num local aconchegante e naturalmente aquecido: dentro de um abraço que te baste.

© Martha Medeiros

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Você tem experiência?

No processo de seleção da Volkswagen do Brasil, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta: "Você tem experiência"?

A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos. Ele foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso, e ele com certeza será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia, e acima de tudo por sua alma.

Redação vencedora

Já fiz cosquinha na minha irmã pra ela parar de chorar,
Já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto,
Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo. Já confundi Sentimentos.
Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro,
Já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas,
Já subi em árvore pra roubar fruta,
Já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas,
Já escrevi no muro da escola,
Já chorei sentado no chão do banheiro,
Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando,
Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado,
Já me joguei na piscina sem vontade de voltar,
Já bebi uísque até sentir dormente os meus lábios,
Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso,
Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua,
Já gritei de felicidade,
Já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol,
Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração.

E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita:
"Qual sua experiência?" .

Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência...
Será que ser "plantador de sorrisos" é uma boa experiência?
Sonhos!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!

Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta:
Experiência? "Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?".

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Ponha um tubarão no seu tanque

Os japoneses sempre adoraram peixe fresco. Porém as águas perto do Japão não produzem muitos peixes há décadas. Assim, para alimentar a sua população, os japoneses aumentaram o tamanho dos navios pesqueiros e começaram a pescar mais longe do que nunca. Quanto mais longe os pescadores iam, mais tempo levava para o peixe chegar. Se a viagem de volta levasse mais do que alguns dias, o peixe já não era mais fresco.

E os japoneses não gostaram do gosto destes peixes. Para resolver este problema as empresas de pesca instalaram congeladores em seus barcos. Eles pescavam e congelavam os peixes em alto-mar. Os congeladores permitiram que os pesqueiros fossem mais longe e ficassem em alto mar por muito mais tempo. Entretanto, os japoneses conseguiram notar a diferença entre peixe fresco e peixe congelado, e é claro, eles não gostaram do peixe congelado.

Deste modo, o peixe congelado tornou os preços mais baixos. Então as empresas de pesca instalaram tanques de peixe nos navios pesqueiros. Eles podiam pescar e enfiar esses peixes nos tanques, "como sardinhas". Depois de certo tempo, pela falta de espaço, eles paravam de se debater e não se moviam mais. Eles chegavam cansados e abatidos, porém, vivos. Infelizmente, os japoneses ainda podiam notar a diferença do gosto. Por não se mexerem por dias, os peixes perdiam o gosto de frescor. Os japoneses preferiam o gosto de peixe fresco e não o gosto de peixe apático.

Então, como os japoneses resolveram este problema? Como eles conseguiram trazer ao Japão peixes com gosto de puro frescor? Se você estivesse dando consultoria para a empresa de pesca, o que você recomendaria? Quando as pessoas atingem seus objetivos tais como, quando encontram um namorado maravilhoso, começam com sucesso numa empresa nova, pagam todas suas dívidas ou o que quer que seja, elas podem perder as suas paixões. Elas podem começar a pensar que não precisam mais trabalhar tanto, então relaxam. Elas passam pelo mesmo problema que os ganhadores de loteria que gastam todo seu dinheiro, o mesmo problema de herdeiros que nunca crescem e de donas de casa, entediadas, que ficam dependentes de remédios de tarja preta. Para esses problemas, inclusive no caso dos peixes dos japoneses, a solução é bem simples. L. Ron Hubbard observou no começo dos anos 50.
"O homem progride, estranhamente, somente perante a um ambiente desafiador".

Quanto mais inteligente, persistente e competitivo você é, mais você gosta de um bom problema. Se seus desafios estão de um tamanho correto e você consegue, passo a passo, conquistar esses desafios, você fica muito feliz. Você pensa em seus desafios e se sente com mais energia. Você fica excitado em tentar novas soluções. Você se diverte. Você fica vivo! Para conservar o gosto de peixe fresco, as empresas de pesca japonesas ainda colocam os peixes dentro de tanques. Mas, eles também adicionam um pequeno tubarão em cada tanque. O tubarão come alguns peixes, mas a maioria dos peixes chega "muito vivo". Os peixes são desafiados. Portanto, ao invés de evitar desafios, pule dentro deles. Massacre-os.
Curta o jogo. Se seus desafios são muito grandes e numerosos, não desista. Se reorganize! Busque mais determinação, mais conhecimento e mais ajuda. Se você alcançou seus objetivos, coloque objetivos maiores. Uma vez que suas necessidades pessoais ou familiares forem atingidas, vá de encontro aos objetivos do seu grupo, da sociedade e até mesmo da humanidade.
Crie seu sucesso pessoal e não se acomode nele. Se aposente, mas invente. Você tem recursos, habilidades e destrezas para fazer diferença.
"Então, ponha um tubarão no seu tanque e veja quão longe você realmente pode chegar".

Eu coloquei um no meu hoje...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A nossa felicidade vista de Madrid

Jornalista Espanhol sobre a felicidade Brasileira

O texto não fala de política, disputas e vaidades.

O jornal espanhol fala de como nos sentimos felizes.

O jeito brasileiro de ser.

Uma agradável leitura.

O que explica Rio-2016?
A vocação inata do Brasil para a felicidade
EL PAIS
Juan Arias

O fato de o Rio de Janeiro ter ganhado a disputa para hospedar os Jogos
Olímpicos de 2016, deixando para trás cidades de grande prestígio como
Madri, Chicago e Tóquio, já foi analisado de todas as formas. Tudo foi dito.
Que a América do Sul já merecia uma Olimpíada. E é verdade. Que o Brasil é
hoje a potência econômica emergente da região. Também é verdade, assim como
que boa parte da vitória se deveu à enorme popularidade mundial do
carismático ex-metalúrgico e hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E
com ele a atuação do deus do futebol, Pelé, e do mago carioca Paulo Coelho,
que soube ganhar a simpatia das mulheres dos delegados do Comitê Olímpico
Internacional (COI), as quais convidou para jantar em um restaurante em
Copenhague, em um clima de felicidade brasileira. Ou terão sido só as
imagens das belezas únicas da mágica cidade carioca? Também, mas não só.

Existe outro elemento pouco destacado, que é a vocação inata do Brasil e
dos brasileiros para a felicidade, que acaba se irradiando
internacionalmente, contagiando o mundo.

Se houvesse sido feita uma pesquisa nacional, teria aparecido que nesse dia
100% dos brasileiros se sentiram felizes quando o presidente do COI abriu o
envelope e apareceu Rio de Janeiro como vencedora da competição para
realizar os Jogos Olímpicos de 2016. Os brasileiros, que gozam de uma
formidável coesão nacional, estão sempre abertos para acolher qualquer
motivo para ser felizes. E abrigar os jogos lhes causou orgulho e
felicidade. E não escondem isso - outra característica do brasileiro.

Em minha primeira entrevista com a atriz de cinema e teatro Fernanda
Montenegro, quando cheguei ao Brasil, há dez anos, ela me disse algo que
nunca esqueci e que mais tarde pude tocar com a mão: "A diferença entre um
europeu e um brasileiro é que o brasileiro não se envergonha de dizer que é
feliz, e o europeu, sim".

Qualquer um que passa pelo Brasil, por turismo ou trabalho, sente-se
rapidamente capturado pela cordialidade, a exuberância afetiva, o
acolhimento alegre de sua gente, do norte ao sul do país. "É que com os
brasileiros não se pode brigar, porque sorriem até quando você fica
nervoso", me disse um correspondente argentino. É verdade. A vocação do
brasileiro é mais para a paz, a amizade, o entendimento mútuo, o desejo de
agradar, do que para a guerra ou a disputa. E então, o que acontece com a
violência que mata no Brasil mais que em outros países? Não é uma violência
brasileira, mas produzida pelo câncer do tráfico de drogas.

A melhor arma do brasileiro continua sendo o sorriso. O catedrático de
estética da Universidade do Rio Isaías Latuf foi indagado em plena na rua em
Buenos Aires se era brasileiro. "Como percebeu?", ele perguntou. E a
resposta foi: "Por seu sorriso".

Segundo uma pesquisa realizada em 2008 em 120 países pelo Instituto Gallup
e apresentado pela Fundação Getúlio Vargas, a felicidade do brasileiro é
superior a seu PIB. O jovem brasileiro aparece com uma avaliação da
felicidade superior à média mundial. O estudo revela que os jovens
brasileiros entre 15 e 29 anos apresentam maior esperança de ser felizes nos
próximos cinco anos do que os jovens do resto do mundo. E essa esperança de
felicidade alcança 9,29%.

Os psicólogos tentaram analisar esses dados. Como é possível que os jovens
de um país que aparece somente no 52º lugar no índice mundial de renda se
sintam os mais felizes do planeta? O psicólogo Dionisio Benaszewski atribui
isso ao fato de que, segundo a mesma pesquisa, os jovens brasileiros
valorizam mais a felicidade do que o trabalho ou o dinheiro. Se há algo que
de fato eu constatei no Brasil é que a maioria dos cidadãos, até os mais
pobres, não vivem para trabalhar; trabalham para viver e para viver felizes.
É quase impossível conseguir que alguém queira trabalhar em um domingo,
mesmo ganhando o dobro. Costumam dizer: "Ah, não, domingo não dá".

Segundo Benaszewski, existe outro elemento gerador de felicidade no Brasil,
que é causado pelas boas relações existentes entre membros da família e
entre vizinhos. Aqui a rede de solidariedade, sobretudo entre os mais
pobres, é formidável. Um exemplo disso são as favelas do Rio, que entre elas
se chamam de "comunidades". E o são. O elemento afeto nas relações e o afã
por ajudar-se mutuamente nas adversidades, ou de desfrutar os momentos
felizes, são proverbiais.

Costuma-se dizer que os brasileiros sabem tirar felicidade até das pedras
Eles a buscam na alegria e na tristeza. No dia em que o Rio ganhou como sede
dos Jogos Olímpicos, um casal de jovens brasileiros entrevistado em Madri
por um repórter do programa de Iñaki Gabilondo disse algo mais ou menos
assim: "Não fiquem tristes. Venham para o Rio, que é uma cidade maravilhosa,
que se sentirão felizes". Pensei que, se tivesse sido o contrário, se Madri
tivesse ganhado e o Rio, perdido, a jovem também teria se consolado de
alguma forma, dizendo que estava feliz na maravilhosa cidade de Madri.

Assim são os brasileiros. São mergulhadores no mar da felicidade e, como
não escondem isso, acabam contagiando os outros. Sem dúvida esse contágio
também teve a ver na hora da votação em Copenhague.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ei! Sorria!

Sorria.
Mas não se esconda atrás deste sorriso.
Mostre aquilo que você é. Sem medo.

Existem pessoas que sonham.
Viva.
Tente.
Felicidade é o resultado desta tentativa.

Ame acima de tudo.
Ame a tudo e a todos.
Não faça dos defeitos uma distância e, sim uma aproximação.

Aceite A vida, as pessoas.
Faça delas a sua razão de viver.
Entenda os que pensam diferentemente de você.
Não os reprove.

Olhe à sua volta, quantos amigos...
Você já tornou alguém feliz?
Ou fez alguém sofrer com o seu egoísmo?

Não corra...
Para que tanta pressa?
Corra apenas para dentro de você.
Sonhe, mas não transforme esse sonho em fuga.
Acredite!
Espere!

Sempre deve haver uma esperança.
Sempre brilhará uma estrela.
Chore!
Lute!

Faça aquilo que você gosta.
Sinta o que há dentro de você.

Ouça... Escute o que as pessoas têm a lhe dizer.
É importante.
Faça dos obstáculos degraus para aquilo que você acha supremo.
Mas não esqueça daqueles que não conseguiram subir a escada da vida.

Descubra aquilo de bom dentro de você.
Procure acima de tudo ser gente. Eu também vou tentar.

Hei, você...
Não vá embora.
Eu preciso lhe dizer que você pode e deve ser feliz...
Porque você existe!

Ei, ouça ...
Escute o que as pessoas têm a lhe dizer...
É importante!

Faça dos obstáculos degraus para aquilo que você acha supremo.
Mas não esqueça daqueles que não conseguiram subir a escada da vida.

Ei, descubra aquilo de bom dentro de você.
Procure acima de tudo ser gente.
Eu também vou tentar.

Ei, você...
Não vá embora.
Eu preciso lhe dizer que você pode e deve ser feliz ...
Porque você existe!

Na foto: Júlia Maryane

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Era uma vez...

Era uma vez gatinha branca.

Um dia ela conheceu um gatinho preto. Miau, miau... Aconteceu. Os dois se apaixonaram. Porém (sempre existe um porém até em estórias infantis), os gatinhos viviam distantes. Preciso explicar melhor: eles viviam distantes apenas geograficamente porque estavam sempre conectados. A gatinha branca às vezes fica pensativa. Repare no olhar dela. Parece triste mas não está não. Apenas sonha... Vive num lugar bonito cercada de amiguinhos e de flores.

O gatinho preto, que não é mostrado nesta página, mas faz parte desta estória, mora em outro sítio. Carinhoso e brincalhão, o gatinho preto vive cercado de muito verde, de carinho e conforto. A gatinha branca e o gatinho preto descobriram que, para continuarem a ser muito amigos, deverão continuar separados fisicamente. Apenas fisicamente. Inteligentes e sensíveis como são, eles adotaram um comportamento ético. Um acordo tácito e repetem para si mesmos uma verdade:

"Para estar próximos, não é necessário estar junto."

Esta estória não é recomendada para criança muito pequena. É mais apropriada para adultos, porque adultos não esquecem que um dia já brincaram de faz-de-conta. Se você gostou da estória de amor entre esses dois gatinhos, procure entender que a vida prepara situações em que o sonho deve permanecer sonho e que realidade deve ser respeitada como fato concreto. É outra estória. Mas linda também.

Existem gatinhos pretos que vivem em terras distantes, muito longe... Outros já foram para o céu... Por isso, se você prestar atenção, verá que o olhar da gatinha branca não é triste. Ela apenas sonha. E sonhar é bom.

As mães quando colocam os filhos para dormir costumam dizer: "Durma e sonhe com os anjinhos."

Mas poderiam dizer apenas: "Durma e sonhe... Amanhã o sol voltará a brilhar. E todos serão felizes para sempre!!!

Da gatinha branca. Para o gatinho que não aparece nesta página.
© Erony Marcellino

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sentar-se à janela do avião

Era criança quando, pela primeira vez, entrei em um avião. A ansiedade de voar era enorme.
Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o vôo desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cada vez mais rápido até a decolagem..

Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens, chegando ao céu azul. Tudo era novidade e fantasia.

Cresci, me formei, e comecei a trabalhar. No meu trabalho, desde o início, voar era uma necessidade constante.
As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, a estar em dois lugares num mesmo dia.
No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhos de menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal.

O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse.

Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápido e sair rápido.
As poltronas do corredor agora eram exigência .. Mais fáceis para sair sem ter que esperar ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo.

Por um desses maravilhosos ‘acasos’ do destino, estava eu louco para voltar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitiba o mais rápido possível.

O vôo estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona.
Sem pensar concordei de imediato, peguei meu bilhete e fui para o embarque.
Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela. Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar.

E, num rompante, assim que o avião decolou, lembrei-me da primeira vez que voara.
Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga. Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pela chuva, apareceu o céu.
Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer.

Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista.
Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu casamento, do meu trabalho e convívio pessoal?
Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela janela da nossa vida.

A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos.
Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece.

Se você também está num ritmo acelerado, pedindo sempre poltronas do corredor, para embarcar e desembarcar rápido e ‘ganhar tempo’, pare um pouco e reflita sobre aonde você quer chegar. A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não é anunciada pelo comandante. Não sabemos quanto tempo ainda nos resta. Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não perder nenhum detalhe.

Afinal, a vida, a felicidade e a paz são caminhos e não destinos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Hoje eu vi um menino...

Hoje eu vi um menino sozinho brincando na rua. Não deveria ter mais do que quatro anos. O menino, lindo, estava sujo, imundo, nariz escorrendo, pés descalços, usava roupas maiores do que o seu magro corpo. Hoje eu vi um menino brincando com o lixo jogado sobre a calçada numa rua localizada na zona "nobre", ou "jardins", na Capital de São Paulo.

Hoje senti bem de perto o quanto o abandono pode destruir um pequeno e indefeso ser humano. Perguntei seu nome. Ele respondeu com naturalidade: "Não tenho nome".
Insisti e falei, todos os meninos tem nome. A frágil criaturinha respondeu com voz de quase bebê: "Minha mãe me chama de peste". Engoli em seco e perguntei: "Quer que eu brinque com você?"

Ele levantou os olhos por um instante e respondeu:"Sim". Perguntei o que ele queria que eu fizesse. Pediu que o ajudasse a colocar um cone de papelão dentro do outro
- muitos deles estavam misturados a outras espécies de lixo descartável. Em nenhum momento sorriu. Passei algum tempo com o garotinho fazendo de conta que aquela brincadeira era muito interessante para mim. E era. E foi. E será.

Hoje eu vi um lindo menino abandonado e sujo numa rua que não fica na periferia. Hoje brinquei, com o coração machucado, com um menino que aprendeu a repetir que seu nome é "peste". Quando ele se afastou e foi procurar outra brincadeira, como faz qualquer criança de sua idade, me senti abandonada. Perdi o rumo.

Hoje brinquei na calçada apoiando cones de papelão para valorizar um menino que desconhece seu nome. Parada na calçada pensei, dentro de alguns minutos será noite: onde irá se abrigar o menino sem nome que tem como referência de identidade uma mãe que o chama de "peste"?

Neste bairro chamado "jardins", nesta cidade denominada capital financeira de um país chamado Brasil, conheci um dos muitos brasileirinhos reféns da mais absoluta miséria física e moral. Hoje eu vi um menino condenado pelo crime de ter nascido!

© Erony Marcellino

sábado, 14 de novembro de 2009

Eu posso fazer mais do que isso

A mãe, com apenas 26 anos, parou ao lado do leito de seu filhinho de 6 anos, que estava morrendo de leucemia. Embora o coração dela estive pleno de tristeza e angústia, ela também tinha um forte sentimento de determinação.
Como qualquer outra mãe, ela gostaria que seu filho crescesse e realizasse seus sonhos. Agora, isso não seria mais possível, por causa da leucemia terminal. Mas, mesmo assim, ela ainda queria que o sonho de seu filho se transformasse realidade. Ela tomou a mão de seu filho e perguntou:
- "Billy, você alguma vez já pensou o que você gostaria de ser quando crescer? Você já sonhou o que gostaria de fazer com sua vida?" "Mamãe, eu sempre quis ser um bombeiro quando eu crescer."
A mãe sorriu e disse: - " Vamos ver se podemos transformar esse sonho em realidade."Mais tarde, naquele mesmo dia, ela foi ao corpo de bombeiros local, na cidade de Phoenix, Arizona, onde se encontrou com um bombeiro de enorme coração, chamado Bob. Ela explicou a situação de seu filho, seu último desejo e perguntou se seria possível dar ao seu filhinho de seis anos uma volta no carro dos bombeiros em torno do quarteirão.
O bombeiro Bob disse:
- "Veja, NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! Se você estiver com seu filho pronto às sete horas da manhã, na próxima quarta-feira, nós o faremos um bombeiro honorário por todo o dia. Ele poderá vir para o quartel,comer conosco, sair para atender as chamadas de incêndio!""E se você nos der as medidas dele,nós conseguiremos um uniforme verdadeiro para ele, com chapéu, com o emblema de nosso batalhão,um casaco amarelo igual ao que vestimos e botas também. Eles são todos confeccionados aqui mesmo na cidade e conseguiremos eles rapidamente."
Três dias depois, o bombeiro Bob pegou o garoto, vestiu-o em seu uniforme de bombeiro e escoltou-o do leito do hospital até o caminhão dos bombeiros. Billy ficou sentado na parte de trás do caminhão, e foi levado até o quartel central. Ele estava no céu. Ocorreram três chamados naquele dia na cidade e Billy acompanhou todos os três. Em cada chamada ele foi em veículos diferentes: no caminhão tanque, na van dos paramédicos e até no carro especial do chefe do corpo de bombeiros. Ele também foi filmado pelo programa de televisão local.
Tendo seu sonho realizado, todo o amor e atenção que foram dispensadas a ele acabaram por tocar Billy, tão profundamente que ele viveu três meses mais que todos os médicos haviam previsto.Uma noite, todas as suas funções vitais começaram a cair dramaticamente e a enfermeira-chefe, que acreditava no conceito de que ninguém deveria morrer sozinho, começou a chamar ao hospital toda a família.
Então, ela lembrou do dia que Billy tinha passado como um bombeiro, e ligou para o chefe e perguntou se seria possível enviar algum bombeiro para o hospital naquele momento de passagem, para ficar com Billy. O chefe dos bombeiros respondeu:
"NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! Nós estaremos aí em cinco minutos. E faça-me um favor? Quando você ouvir as sirenes e ver as luzes de nossos carros, avise no sistema de som que não se trata de um incêndio. É apenas o corpo de bombeiros vindo visitar, mais uma vez, um de seus mais distintos integrantes. E você poderia abrir a janela do quarto dele? Obrigado!"
>> Cinco minutos depois, uma van e um caminhão com escada Magirus chegaram no hospital, estenderam a escada até o andar onde estava o garoto e 16 bombeiros subiram pela escada até o quarto de Billy. Com a permissão da mãe, eles o abraçaram e seguraram e falaram para ele o quanto eles o amavam.
Com um sopro final, Billy olhou para o chefe e perguntou:
"Chefe, eu sou mesmo um bombeiro?"
"Billy, você é um dos melhores"- disse o chefe.
Com estas palavras, Billy sorriu e fechou seus olhos pela última vez.


E você, diante do pedido de seus amigos, filhos e parentes, tem respondido "EU POSSO FAZER MAIS QUE ISSO!" Reflita se sua vida tem sido em serviço ao próximo, e tome uma decisão hoje mesmo.

(Está história é verídica).

Se você esta vivo, aliás: Você já viveu hoje?


- Presente de Tatiane

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Crônica para Verônica (fato real)

Verônica nasceu em Angola, que é considerado o pior lugar do mundo para alguém nascer. Verônica tinha olhos enormes, boca de anjinho, nariz de boneca, cabelo enrolado, típico querubim barroco. Verônica tinha dois anos de vida, tinha mãe e tinha pai, era amada e, se tivesse uma chance, se vencesse a fome e a indiferença que varrem o mundo, certamente seria uma moça linda, doce filha das terras angolanas.

Entretanto, não foi assim que se deu ...

Um dia, sem outras razões senão a ira desenfreada e um ódio sem limites, um homem mau entrou na casa de Verônica e atirou na mãe dela. A mulher, que segurava a criança nos braços, teve o corpo trespassado pela bala que, num impacto brutal, acabou saindo pelas costas da menina.... Só quem viu seu olhar incrédulo, seu espanto mudo, a perplexidade daquela garotinha linda, entendeu porque a maldade do mundo se alimenta da desesperança .... Confesso que chorei, e ainda choro, sempre que escrevo ou falo sobre ela... Telespectadora do horror, vi quando a equipe médica colocou seu corpo pequenino sobre a maca metálica, tentando salvá-la a qualquer custo. Ainda pude ouvir seu choro de bebê, sua última expressão de vida ... .

Verônica-menina-anjo-pretinha-linda não resistiu, foi ficar entre as estrelas que enfeitam os céus da África.
Não bastasse a fome que certamente já enfrentava, as doenças e as desgraças que a miséria acarreta, o desrespeito das lutas raciais daquele país, Verônica levou em suas costas as marcas da covardia dos verdadeiros assassinos, aqueles que se escondem em máscaras de omissão, pois há muitas formas de matar, usando os outros ...
Uso Verônica como uma bandeira para falar das crianças de todo o mundo, inclusive das nossas crianças brasileiras, filhas da fome e do esquecimento, sombras perdidas nas esquinas imundas, expostas aos perigos impunemente.

Lancemos um olhar para as noites pontilhadas de estrelas !

- Quantas delas não serão outras Verônicas, anônimas, vítimas da Paz que o homem teima em manchar de lágrimas e sangue ?
- Quantas delas não serão outras vítimas das leis que pregam que cada um é por si, nenhum por todos ?
- Quando é que vamos lembrar que Deus nos fez lanterneiros, esperando apagar as trevas ?

Se a história de Verônica tocou sua alma, sua morte não terá sido em vão.
Pense: Neste exato momento, em muitos lugares do mundo, mais perto do que você pensa, a maldade está se alimentando da vida nossas crianças... E enquanto a maldade come, o egoísmo avança...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Um Dia Você Aprende

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar as mãos e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.

E começa aprender que beijos não significa contrato e presentes não são promessas.

E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de algum tempo você aprende que o sol queima, se ficar exposto por muito tempo.

E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam.

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando, e você precisa perdoá-la por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.

E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.

E que bons amigos são a família, que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos, se compreendermos que amigos mudam, percebe que seu velho amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida, são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.

Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa onde já chegou, mas aonde esta indo, mas se você não sabe onde esta indo qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática.

Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute, quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.

Aprende que a mais de seus pais em você do que você suponha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dará o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar atrás.

Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.

E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.




© William Shakespeare

sábado, 31 de outubro de 2009

Matemática Interessante

Maio de 2009, numa cidade litorânea do RS, muito frio e mar agitado, a cidade parece deserta... Os habitantes, endividados e vivendo as custas de crédito. Por sorte chega um viajante rico e entra num pequeno hotel.

O mesmo saca duas notas de R$ 100,00, põe no balcão e pede para ver um quarto. Enquanto o viajante vê o quarto, o gerente do hotel sai correndo com as duas notas de R$ 100,00 e vai até o açougue pagar suas dívidas com o açougueiro.

Este, pega as duas notas e vai até um criador de suínos a quem deve e paga tudo. O criador, por sua vez, pega também as duas notas e corre ao veterinário para liquidar sua dívida.

O veterinário, com a duas notas em mãos, vai até a zona pagar o que devia a uma prostituta (em tempos de crise essa classe também trabalha a crédito). A prostituta sai com o dinheiro em direção ao hotel, lugar onde, as vezes, levava seus clientes e que ultimamente não havia pago pelas acomodações, e paga a conta.

Nesse momento, o gringo chega novamente ao balcão, pede as duas notas de volta, agradece e diz não ser o que esperava e sai do hotel e da cidade.

Ninguém ganhou nenhum vintém, porém agora toda a cidade vive sem dívidas e com o crédito restaurado, e começa a ver o futuro com confiança!

MORAL DA HISTÓRIA: Quando o dinheiro circula, não há crise!!!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Amor demais faz tão mal quanto amor de menos

O amor é uma necessidade de todo ser vivo. É ele quem mantém acesa a chama da esperança e nos faz acreditar na vida mesmo quando a dor chega. Sem o amor não teríamos forças para viver e sua falta faz-nos sentir incapazes de amar ou ser amado por alguém. Quem recebeu amor sabe amar. Quem não foi amado, tem medo até de falar sobre este sentimento.

Um dos grandes perigos em se tratando de receber amor é o mal que o excesso dele faz na nossa vida. Quem foi amado demais se tornou incapaz de levantar-se depois da queda. Amor em excesso nos paralisa. Faz-nos enxergar a vida com um olhar pequeno, onde nossas vontades devem estar sempre em primeiro lugar. Amar em excesso é semelhante ao ato de aumentar a dose de um remédio, para que o doente se cure mais rápido. Muitas vezes, o resultado é desastroso.

Filhos que foram amados demais se tornaram adultos carentes. Cresceram “embaixo das asas” dos seus pais e hoje não sabem administrar a própria vida. Vivem esperando a aprovação dos outros e se decepcionam quando as coisas não giram ao seu redor. São eternos insatisfeitos, pois aprenderam em casa que o mundo existe para lhes servir. A carência que o excesso de amor traz torna o homem pequeno e incapaz de ser quem ele é.

Os filhos são um presente para os pais, mas todo presente pode se quebrar se não for bem manuseado. Filhos criados com excesso de mimos tornam-se filhos que mais parecem pais dos próprios pais. A disciplina é essencial para a formação do caráter do individuo. Quando o filho tem espaço para fazer em casa o que bem quer e pode, sairá dela sem o mínimo de direção para a própria vida. Disciplina é saber dizer não na hora certa. Negar-se a concordar com tudo o que o filho faz para lhe ensinar que neste mundo dependemos uns dos outros.

A melhor medida de amor a ser aplicada é aquela que permite que o outro seja ele mesmo. Pais devem permitir que os filhos aprendam errando e errem para aprender. Só faz bem feito quem aprendeu a fazer por si só. Conheço um adulto incapaz de ficar no escuro porque enquanto criança seus pais eram coniventes com seu medo da escuridão. Passaram para o filho um sentimento de inferioridade quando poderiam fazê-lo criticar seu medo bobo e tornar-se um adulto sem tal fobia.

Recado importante para os pais: seus filhos precisam de amor, mas cuidado para não amá-los em excesso. O resultado de tal atitude é desastroso, pois gera adultos paralisados, engessados em seus próprios medos. O verdadeiro amor é aquele que nos prepara para a batalha. Ninguém nunca nos disse que viver é fácil e quem foi amado demais talvez pense que o é. Viver é enfrentar desafios e tenho a impressão que só quem foi amado na medida certa tem força suficiente para compreender esta verdade e seguir andando com as próprias pernas.

© Paulo Franklin

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sofrimento no amor

Vendo o sofrimento de quem ama cheguei a três perguntas tão simples quando a dificuldade de a elas se alcançar. Faço-as de forma coloquial:

1) – Sou eu que faço você sofrer?

2) – Ou é você que sofre por minha causa?

3) – Ou, ainda, é você que sofre por sua própria causa?

O que está acima formulado deve ser encadeado para dar, melhor, a idéia da mistura das linhas de sofrimento que se cruzam no amor: sou eu que faço você sofrer?

É você que sofre por minha causa ou é você que sofre por sua própria causa?

Responder a essas perguntas (leva anos) é essencial na relação de amor. A resposta demandará tempo, sofrimento, em cada caso, será diferente. Se encontrada, melhorará qualquer relação. Ou constará o seu termino. Suprimirei a terceira parte da pergunta (”é você que sofre por sua própria causa?”). Ela existe me milhares de casos. Talvez seja o mais freqüente. Quando a pessoa sofre apenas por sua própria causa, o problema fica reduzido a ela, que deve tratar-se ou buscar alguma forma de melhorar.

Independe da relação amorosa, embora sobre ela faça incidir seus resultados. A pergunta ficará então mais simples: “Sou eu que faço você sofrer ou é você que sofre por minha causa?” Dá no mesmo. Depende de quem diga. Se sou eu que faço sofrer, então são os meus atos, atitudes e ações, os geradores do seu sofrimento. Nesse caso, ou mudo, ou continuarei provocando sofrimentos.

Será uma questão de cessar os atos, ações, atitudes ou comportamentos feitos (consciente ou inconscientemente) para provocar sofrimento, por sadismo, egoísmo, incapacidade de perceber as fronteiras da sua tolerância, ou por raiva, vingança, neurose. Se é você que sofre por minha causa, tudo é diferente, embora igual possa parecer.
Os meus atos, atitudes, reações, comportamentos, mesmo sem qualquer intenção ofendem, fazem mal, danificam, fazem sofrer.

Por que? Porque você sofre por minha causa. O sofrimento não é causado por mim. Ele está em você e eu o causo, ou potencializo. Mesmo não desejando ver você sofrer, pelo simples fato de ser como sou, você estará sofrendo. Não sou eu quem faz você sofrer. O sofrimento é causado por mim. Ser o que sou e quem sou, faz você sofrer, irrita de graça, machuca sem querer.

Na vida e na relação do amor, as duas faces dessa realidade misturam-se, interpenetram-se, atrapalham-se. Num par amoroso há atitudes conscientes, e sobretudo inconsciente, feitas para o outro sofrer e uma tendência desse outro de sofrer por causa do parceiro, independente do que ela faça.

Êta bichinho complicado, esse tal de ser humano. =]

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Amores impossíveis



O que torna os amores impossíveis mais bonitos é justamente a impossibilidade. Esta atrai.
A dificuldade nos impulsiona, nos motiva. Exatamente como o perigo. As pessoas gostam de se medir às dificuldades porque têm necessidade de provar que são mais fortes. Assim, quanto mais difícil, mais o amor parece ser grande, excepcional e único. E quem não quer viver algo grande, excepcional e único?!
Num amor impossível cabem todos os sonhos, todas as perfeições, o mínimo detalhe é idealizado. Colocamos na nossa cabeça que aquela pessoa é exatamente o que esperamos da vida, mesmo se tudo parece contra. Ele fica pra sempre, mesmo se outros amores vêm e vão depois... e deixa aquela sensação de inacabado que nos persegue pra sempre.
Creio que no quebra-cabeças da vida é aquela pecinha que fica faltando para completar o todo. E mesmo se as noventa e nove outras estão lá, é aquela que falta, só aquela que deixa aquela dorzinha estranha que a gente não sabe definir, mas que sente de forma tão nítida e clara.
Acontece de um amor impossível tornar-se possível e isso quase sempre rouba a magia do sentimento. Inconscientemente muitos sabem disso, o que leva pessoas a preferirem viver um impossível que dá satisfação que um possível que pode abrir os olhos para a realidade. Porque uma vez que o amor torna-se possível, acaba a expectativa, acaba o sonho... e o homem foi feito pra ter sonhos, pra esperar por eles! O que explica o porquê de uma pessoa amar outra pela eternidade e nunca se declarar, de certos amores virtuais preferirem continuar no virtual.
Um amor impossível pode marcar uma pessoa mais que toda uma vida vivida ao lado de outra. E no outono da vida, quando o passado se faz mais presente que o próprio presente, é aquele amor que vai fazer brilhar os olhos e lembrar ao coração que ele ainda bate.
O impossível é belo!... como o arco-íris, o horizonte, o céu, o infinito!... que mantém acesa a chama no coração do homem e o faz sentir-se vivo.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Falando de Saudades

Todo mundo fala em saudade, e nós adoramos dizer que saudade é uma palavra que não existe em várias línguas (e realmente, “ Mi manchi”, “I miss you”, ou “je te manque” estão longe de expressar, exprimir o nosso “tô com saudades”).

Só que a saudade que sentimos têm variações. Existem as saudades boas e as ruins, as nostálgicas resignadas, e as doídas. E só quem já sentiu cada uma delas, sabe diferenciar uma da outra. Ao falar (escrever) em saudades, lembro de uma música do inesquecível Luiz Gonzaga, regravada pelo Gilberto Gil, chamada “Qui nem jiló”.
Ela diz assim, em um trechinho:

Se a gente lembra só por lembrar
O amor que a gente um dia perdeu
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer que é feliz sem saber
Pois não sofreu
Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade, entonce aí é ruim
[...] Saudade assim faz doer e amarga qui nem jiló

Muito legal a letra desta música, daquelas que a gente para pra pensar no que o cara estava falando. Quando fala …"da saudade que a gente “lembra só por lembrar”, Luiz Gonzaga diz que ela é boa, porque não se está sofrendo.
Acredito que não é bem assim. Sim, pois há casos em que não se sofreu mesmo, e há casos em que se sofreu sim senhor, e como! – só que não se está sofrendo mais, e as saudades então nos dão uma nostalgia gostosa. Mas só são capazes de enxergar esses detalhes, só têm capacidade de sentir esse tipo de saudade, as pessoas que conseguem não guardar mágoa e rancor: você lembra das coisas boas, dá aquela saudade gostosa, mas ela não dói justamente porque você não pensa (ou não quer) viver aquilo de novo; você sabe que já foi, que faz parte do passado, e que é bom que seja assim (afinal tem tanta coisa pra gente viver…).
Normalmente a gente sente esse tipo de saudade de anos bons da vida, de lugares em que se viveu, de viagens feitas, de pessoas amigas que perdemos o contato, etc (claro que amores passados precisam de uma dose maior de compreensão e desprendimento, mas também rola).
Mas tem o outro lado da moeda, né? Achei na internet um texto interessante, que diz:

A saudade é um bicho. Pode fazer-se dele um animal de companhia ou uma fera imprevisível e de difícil doma. Em qualquer dos casos a trela deve andar sempre curta e firme porque sem saudade os bichos somos nós. E, se nos arranhar, há que lamber rápido para apanhar ainda o sabor da ferida fresca”.

Para usar a comparação utilizada no texto, a saudade domada é a boa, a que foi citada lá em cima. A indômita (ou o outro lado da moeda da saudade “boa”), é aquela saudade doída, a dor da falta que a pessoa (ou um lugar, ou um grupo de pessoas ou um tempo da sua vida) faz – e no entanto, você sabe que não tem a menor possibilidade de rever aquela pessoa, reviver aquele sentimento ou então reviver aquela época da vida. É doído justamente porque vc ainda não se acostumou com a idéia de que algumas coisas não vão mais se repetir, não vão mais acontecer – só que vc não queria que fosse assim. Saudade doída sempre tem angústia e frustração dentro dela.
Mas ainda não falei da melhor e mais gostosa das saudades, a saudade boa mesmo: aquela com data pra terminar, aquela que a gente pode matar, aquela que a gente sabe que vai matar.
A diferença entre a saudade “doída” e esta última é praticamente a diferença entre gula e fome: enquanto a saudade que eu chamei de doída é quase um estado famélico, a saudade que a gente pode matar é aquela vontade de comer um doce no fim de semana, depois de uma semana inteira de regime, sabe? Sorte daqueles que têm o privilégio de senti-la.
Tem também um outro tipo de saudades, que julgo ser disparado o pior tipo delas: a saudade do que não aconteceu, a saudade do que não foi vivido; aquilo que o incrivel Manuel Bandeira tão bem definiu como ” A vida inteira que poderia ter sido e não foi”; aquela vida que Fernando Pessoa, angustiado, perguntou um dia : “quem escreverá a história do que poderia ter sido?”.
Ah, essa saudade…não tem tempo no mundo que faça passar…
O segredo está em fazer com que, apesar de doída, ela não infeccione; está em aprender a conviver com ela, e aceitá-la como parte de nós. Está em dar um espaço para ela existir, ao invés de sufocá-la e fazer de conta que ela não existe. Não adianta alguém te dizer “você não deve sentir isso”, porque todo mundo sabe que não deve. Só que fingir que ela não existe não a faz desaparecer certo? Porque afinal de contas, como escreveu Mário Quintana,
Somos donos de nossos atos, mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos, mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos, mas não podemos prometer sentimentos…
Atos sao pássaros engaiolados, sentimentos são passaros em vôo.
Então, melhor deixá-los voar, melhor colocá-los pra fora – porque assim, eles não nos fazem mal. Certo? Pra quem achou esse texto meio sem pé nem cabeça: acho que ele é mesmo sem pé nem cabeça. Mas quem disse que tudo na vida tem que ser milimetricamente racional e ponderado, certo? Gostei tanto do texto da Lady Rasta, que o trouxe nesta tarde de terça-feira, pra que você pudesse também viajar um pouco…
Um tempo atrás, uma matéria na revista Superinteressante, falava sobre as traduções, mencionava (além da eterna dificuldade na tradução da palavra saudade) uma forma que os ingleses inventaram para descrever o sentimento (obviamente, fazendo uma metáfora):

“Quer saber como os ingleses traduzem a nossa representante na lista?
Pegue nostalgia, desejo intenso, tristeza e afeto, misture tudo, adicione açúcar, sal e uma dose de cachaça, tudo isso enquanto ouve algum samba.”

E ainda dizem que os ingleses são frios. Pois não é que eles pegaram direitinho aquele sentido de “molejo de amor machucado” que toda mulher digna desse nome, segundo Vinicius de Moraes, deveria ter?

© Lady Rasta

sábado, 19 de setembro de 2009

Eu amo você e pronto…

Sabe, eu achei que conhecia um pouco dos loucos…
Até que te conheci… Ai então quem enlouqueceu fui eu…
Nunca entendi esses limites… Mas vc me fez ver que não existem.
Por isso tenho medo do seu amor… Me ajuda!
Me ensina como acender a chama da coragem!
A chama do amor louco… Irresponsável, atrevido, sedutor…
Você me enlouquece com teus versos… tuas palavras de amor
e carinho. Fico feliz em saber que sou teu principe.
Gosto dessas tuas loucuras boas…Só você me faz fantasiar
e entrar nas tuas loucuras.
Você me trás de volta a uma realidade maior…
Você me anima por dentro. Trás de volta minha alegria, me
leva junto nos teus sonhos… Fico quietinho…
Só quero ser criança de novo. Viver um novo sonho
contigo meu amor… Sabe? Eu amo você! E Pronto…