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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Amor demais faz tão mal quanto amor de menos

O amor é uma necessidade de todo ser vivo. É ele quem mantém acesa a chama da esperança e nos faz acreditar na vida mesmo quando a dor chega. Sem o amor não teríamos forças para viver e sua falta faz-nos sentir incapazes de amar ou ser amado por alguém. Quem recebeu amor sabe amar. Quem não foi amado, tem medo até de falar sobre este sentimento.

Um dos grandes perigos em se tratando de receber amor é o mal que o excesso dele faz na nossa vida. Quem foi amado demais se tornou incapaz de levantar-se depois da queda. Amor em excesso nos paralisa. Faz-nos enxergar a vida com um olhar pequeno, onde nossas vontades devem estar sempre em primeiro lugar. Amar em excesso é semelhante ao ato de aumentar a dose de um remédio, para que o doente se cure mais rápido. Muitas vezes, o resultado é desastroso.

Filhos que foram amados demais se tornaram adultos carentes. Cresceram “embaixo das asas” dos seus pais e hoje não sabem administrar a própria vida. Vivem esperando a aprovação dos outros e se decepcionam quando as coisas não giram ao seu redor. São eternos insatisfeitos, pois aprenderam em casa que o mundo existe para lhes servir. A carência que o excesso de amor traz torna o homem pequeno e incapaz de ser quem ele é.

Os filhos são um presente para os pais, mas todo presente pode se quebrar se não for bem manuseado. Filhos criados com excesso de mimos tornam-se filhos que mais parecem pais dos próprios pais. A disciplina é essencial para a formação do caráter do individuo. Quando o filho tem espaço para fazer em casa o que bem quer e pode, sairá dela sem o mínimo de direção para a própria vida. Disciplina é saber dizer não na hora certa. Negar-se a concordar com tudo o que o filho faz para lhe ensinar que neste mundo dependemos uns dos outros.

A melhor medida de amor a ser aplicada é aquela que permite que o outro seja ele mesmo. Pais devem permitir que os filhos aprendam errando e errem para aprender. Só faz bem feito quem aprendeu a fazer por si só. Conheço um adulto incapaz de ficar no escuro porque enquanto criança seus pais eram coniventes com seu medo da escuridão. Passaram para o filho um sentimento de inferioridade quando poderiam fazê-lo criticar seu medo bobo e tornar-se um adulto sem tal fobia.

Recado importante para os pais: seus filhos precisam de amor, mas cuidado para não amá-los em excesso. O resultado de tal atitude é desastroso, pois gera adultos paralisados, engessados em seus próprios medos. O verdadeiro amor é aquele que nos prepara para a batalha. Ninguém nunca nos disse que viver é fácil e quem foi amado demais talvez pense que o é. Viver é enfrentar desafios e tenho a impressão que só quem foi amado na medida certa tem força suficiente para compreender esta verdade e seguir andando com as próprias pernas.

© Paulo Franklin

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