Frase do dia
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

A Pipa e a Flor

"Fiquei triste vendo aquela pipa enroscada no galho da árvore. Rasgada, ela girava que girava, ao vento, como se quisesse escapulir. Mas não adiantava. Você já viu aqueles bichinhos de asas, quando eles caem em teias de aranhas? Era daquele jeito... Tive dó. Pipa não foi feita para acabar assim. Pipa foi feita para voar. E é tão bom quando a gente as vê, lá no alto... Eu sempre tive vontade de ser uma pipa..." (Rubem Alves)

Um menino confeccionou uma pipa. Ele estava tão feliz, que desenhou nela um sorriso. Todos os dias, ele empinava a pipa alegremente. A pipa também se sentia feliz e, lá do alto, observava a paisagem e se divertia com as outras pipas que também voavam.

Um dia, durante o seu vôo, a pipa viu lá embaixo uma flor e ficou encantada, não com a beleza da flor, porque ela já havia visto outras mais belas, mas alguma coisa nos olhos da flor a havia enfeitiçado.

Resolveu, então, romper a linha que a prendia a mão do menino e dá-la para a flor segurar. Quanta felicidade ocorreu depois!

A flor segurava a linha, a pipa voava; na volta, contava para a flor tudo o que vira.

Acontece que a flor começou a ficar com inveja e ciúme da pipa.

Invejar é ficar infeliz com as coisas que os outros têm e nós não temos; ter ciúme é sofrer por perceber a felicidade do outro quando a gente não está perto.

A flor, por causa desses dois sentimentos, começou a pensar: se a pipa me amasse mesmo, não ficaria tão feliz longe de mim...

Quando a pipa voltava de seu vôo, a flor não mais se mostrava feliz, estava sempre amargurada, querendo saber com quem a pipa estivera se divertindo.

A partir daí, a flor começou a encurtar a linha, não permitindo à pipa voar alto. Foi encurtando a linha, até que a pipa só podia mesmo sobrevoar a flor.

Esta história, segundo conta o autor, ainda não terminou e está acontecendo em algum lugar neste exato momento.

Há três finais possíveis para ela:

1 - A pipa, cansada pela atitude da flor, resolveu romper a linha e procurar uma mão menos egoísta.

2 - A pipa, mesmo triste com a atitude da flor, decidiu ficar, mas nunca mais sorriu.

3 - A flor, na verdade, era um ser encantado. O encantamento se quebraria no dia em que ela visse a felicidade da pipa e não sentisse inveja nem ciúme.

Isso aconteceu num belo dia de sol: a flor se transformou numa linda borboleta e as duas voaram juntas.

© Rubem Alves

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Declaração de amor para as mulheres

Se uma memória restou das festinhas e reuniões familiares da minha infância foi a divisão sexual entre as pessoas: mulheres de um lado, homens do outro.
Não sei se hoje isso ainda ocorre. Sou anti-social a ponto de não freqüentar qualquer evento com mais de 4 pessoas, o que não me credencia a emitir juízo. Mas era assim que a coisa rolava naqueles tempos.
Tive uma infância feliz: sempre fui considerado esquisito, estranho e solitário, o que me permitia ficar quieto observando tudo.
Bom, rapidinho verifiquei que o apartheid sexual ia muito além das diferenças anatômicas. A fronteira era determinada pelos pontos de vista, atitude e prioridades.
Explico: do lado masculino imperava o embate das comparações e disputas. Meu carro é mais potente, minha TV é mais moderna, meu salário é maior, a vista do meu apartamento é melhor, o meu time é mais forte, eu dou 3 por noite e outras cascatas típicas da macheza latina. Já do lado oposto, respirava-se outro ar. As opiniões eram quase sempre ligadas ao sentir.

Falava-se de sentimentos, frustrações e recalques com uma falta de cerimônia que me deliciava.
Os maridos preferiam classificar aquele ti-ti-ti como fofoca. Discordo.
Destas reminiscências infantis veio a minha total e irrestrita paixão pelas mulheres. Constatem, é fácil. Enquanto o homem vem ao mundo completamente cru, freqüentando e levando bomba no bê-á-bá da vida, as mulheres já chegam na metade do segundo grau. Qualquer menina de 2 ou 3 anos já tem preocupações de ordem prática.
Ela brinca de casinha e aprende a dar um pouco de ordem nas coisas. Ela pede uma bonequinha que chama de filha e da qual cuida, instintivamente, como qualquer mãe veterana. Ela fala em namoro mesmo sem ter uma idéia muito clara do que vem a ser isso. Em outras palavras, ela já chega sabendo. E o que não sabe, intui.

Já com os homens a historia é outra. Você já viu um menino dessa idade brincando de executivo? Já ouviu falar de algum moleque fingindo ir ao banco pagar as contas? Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a entrega da declaração do Imposto de Renda? Não, nunca viram e nem verão.
Porque o homem nasce, vive e morre uma existência juvenil. O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos.
E aí reside a maior diferença: o que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é fantasia, é competição. É fuga.
Falo sem o menor pudor. Sou direto. Sou assim. Todo homem é assim. Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um privilegiado. Sempre consegui enxergar a beleza física feminina mesmo onde, segundo os critérios estéticos vigentes, ela inexistia.
Porque toda mulher é linda. Se não no todo, pelo menos em algum detalhe.
É só saber olhar. Todas têm sua graça.
E embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz idolatrar os ícones de cafajestismo, sempre me apaixonei perdidamente por todas as incautas que se aproximaram de mim. Incautas não por serem ingênuas, mas por acreditarem.

PORQUE TODA MULHER ACREDITA FIRMEMENTE NA POSSIBILIDADE DO HOMEM IDEAL.

E esse é o seu único defeito.

® Sérgio Gonçalves

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O Desempregado

Apresentou-se na firma de colocação de mão-de-obra.
Após horas na fila de desempregados,
chegou a sua vez de ser entrevistado:
- Sabe fazer o quê?
- Bem, entendo de construção civil, meu pai trabalhava no ramo.
Gosto de culinária e acho que não me daria mal na agricultura.

- Hum, Hum. O que tem feito ultimamente?
- Sou andarilho, espalho novas idéias e boas notícias.
- Ora, isso tudo é muito vago.
Quero saber quais são as suas aptidões.
- Sou bom em recursos humanos.
Sei organizar grupos e incentivar pessoas.

- Considera-se um homem dotado de espírito de competitividade?
- Sou mais pela solidariedade.
Gosto de somar esforços, unir o que está dividido,
quebrar distâncias, incluir os excluídos.
- Na área da saúde, tem algum conhecimento?
- Sim, às vezes faço curas por aí.

- Isso é exercício ilegal da medicina.
Só os médicos e os medicamentos cientificamente
comprovados podem curar.
Ou será que você também embarcou nessa onda
de que meditação cura?
- É, meditação traz boa saúde.
É o meu caso.
Medito todas as manhãs ou ao anoitecer.
Às vezes passo toda a noite meditando.
E, como vê, gozo de muito boa saúde.

- Que mais sabe fazer?
- Sei pescar, preparar anzóis, monitorar
uma embarcação e até assar peixes.
- Bem, no momento não há procura neste ramo.
Os japoneses já ocuparam todas as vagas.
Se fosse escolher uma profissão, qual seria?
- A de publicitário. Creio que sou bom de propaganda.
- Que tipo de produto gostaria de vender?
- A felicidade.
- A felicidade?
- Sim, como o senhor escutou.
- Meu caro, a felicidade é o bem mais procurado do mundo.
É uma demanda infinita.
É o que todo mundo busca.
Só que ninguém ainda descobriu como oferecê-la no mercado.
O máximo que temos conseguido é tentar convencer
que ela resulta da soma dos prazeres.
- Como assim?
- Se você usar esta roupa, tomar aquela bebida,
passar no cabelo aquele produto, viajar para tal lugar,
você haverá de encontrar a felicidade.
- Mas isso é enganar a freguesia.
A felicidade não se confunde com nenhum bem de posse.
Ela só pode ser encontrada no amor.
- Bela teoria!
E pensa que as pessoas não têm medo de amar?
- Têm medo porque não têm fé.
Se acreditassem em alguém e em si mesmas, amariam despudoradamente.
- Vejo que você é mesmo bom de lábia.
Quer um emprego de vendedor de cosméticos?
- Prefiro não vender ilusões.
Melhor oferecer esperanças.
- Esperanças? Do jeito que o mundo está?
Cara, trate de ganhar seu dinheiro.
Hoje em dia é cada um por si e Deus por ninguém.
- Não penso assim.
Se houver esperança de um futuro melhor,
haverá indignação frente ao presente injusto.
Então as pessoas haverão de mudar as coisas.
- Pelo que vejo você gosta de política.
- Não sou político, mas exerço o meu direito de cidadania.
Defendo os direitos dos pobres.
- Desconfio que você é um desses vagabundos
utópicos que nas praças divertem os jovens aos domingos.
Você bebe?
- Só vinho.
- Como é o seu nome?
- Jesus, mas pode me chamar de Emmanuel.

® Frei Roberto

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A Arrogância

O diálogo abaixo é verídico. Foi travado em outubro de 1995, entre um navio da Marinha americana e as autoridades costeiras do Canadá, próximo ao litoral de Newfoundland.

Os americanos começaram na maciota:
- Favor alterar seu curso 15 graus para norte para evitar colisão com nossa embarcação.

Os canadenses responderam de pronto:
- Recomendo mudar o seu curso 15 graus para sul.

O americano ficou mordido:
- Aqui é o capitão de um navio da Marinha americana. Repito, mude o SEU curso.

Mas o canadense insistiu:
- Não, mude o SEU curso atual.

O negócio começou a ficar feio. O capitão americano berrou ao microfone:
- Este é o porta-aviões USS Lincoln, o segundo maior navio da frota americana no Atlântico. Estamos acompanhados de três destroyers, três fragatas e numerosos navios de suporte. Eu exijo que vocês mudem seu curso 15 graus para norte, ou então tomaremos contramedidas para garantir a segurança do navio.

E o canadense respondeu:
- Aqui é um humilde cidadão canadense, apenas capitão, num simples farol incrustado numa imensa rocha, na imensidão do Atlântico, câmbio...

Às vezes a nossa arrogância nos faz cegos...
Quantas vezes criticamos a ação dos outros, quantas vezes exigimos mudanças de comportamento nas pessoas que vivem perto de nós quando na verdade... nós é que deveríamos mudar o nosso rumo....

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Estratégia é tudo...

Um senhor vivia sozinho em Minnesota .
Ele queria virar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado.
Seu único filho, que o ajudava nesta tarefa, estava na prisão.
O homem então escreveu a seguinte carta ao filho:
"Querido Filho, estou triste, pois não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo, porque sua mãe sempre adorava as flores , esta é a época do plantio. Mas eu estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema, mas sei que você não pode me ajudar, pois estás na prisão.
Com amor, Seu pai."

Pouco depois, o pai recebeu o seguinte telegrama:
"PELO AMOR DE DEUS, pai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos!!!..."

Como as correspondências eram monitoradas na prisão...
Às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de Agentes do FBI e Policiais apareceram, e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar nenhum corpo.

Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera.

Esta foi a resposta:
"Pode plantar seu jardim agora, pai. Isso é o máximo que eu posso fazer no momento."

Estratégia é tudo!!!
Nada como uma boa estratégia para conseguir coisas que parecem impossíveis.
Assim, é importante repensar sobre as pequenas coisas que muitas vezes nós mesmos colocamos como obstáculos em nossas vidas.

"Ter problemas na vida é inevitável, ser derrotado por eles é opcional."

(Desconheço o Autor)