Frase do dia
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quarta-feira, 10 de março de 2010

Abraçando a Imperfeição

Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.

Naquela noite longínqua, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola.

Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado.

Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que ele disse:

" - Amor, eu adoro torrada queimada..."

Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse:

" - Filho, sua mãe teve hoje, um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou um melhor empregado, ou cozinheiro!"

O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.

Que possamos aprender a levar o bem, o mal, as partes feias de nossa vida colocando-as nas mãos de Deus . Porque afinal, ele é o único que poderá lhe dar uma relação na qual uma torrada queimada não seja um evento destruidor."

De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos - e com amigos.

Não ponha a chave de sua felicidade no bolso de outra pessoa, mas no seu próprio.

As pessoas sempre se esquecerão do que você lhes fez, ou do que lhes disse. Mas nunca esquecerão o modo pelo qual você as fez se sentir.

terça-feira, 9 de março de 2010

Internautas

Sobrevoadores do Mundo
Essa máquina pequena que tão simples lhe parece,
torna-o responsável por parte do que acontece.

BOATOS

Saiba filtrar as notícias que chegam a você:
Aqui você é responsável pela divulgação do Bem e do mal.

GUERRAS

Se nada pode fazer para impedi-las,
evite ouvir aqueles que alimentam o prosseguimento delas.

HOMENAGENS

Procure sempre divulgar os nomes
daqueles que tornam este mundo
um lugar melhor para se viver.

PRECONCEITOS

Lembre-se que aos olhos do Universo
todos os seres são iguais.

CORAÇÕES

Conserve a consciência de que aqueles
que se ligam virtualmente a
você são pessoas interessadas
em compartilhar sentimentos
tanto quanto você é.
Não as machuque.

LEALDADE

Procure ser merecedor da confiança
depositada em você
por aquele que nunca o viu.

DECEPÇÕES

Lembre-se que o outro não sabe
o que você espera dele.
Muitas vezes perdoe,
assim como você quer ser perdoado.

AMIZADE

Poucos vêm para esta rede
sem pensar em novas amizades.
Seja receptivo ao abraço de novos amigos.

UNIÃO

Esta, sim, é a que faz a força:
A Voz do Internauta é poderosa e deve ser usada
para o Bem de todo o Planeta.


Se Deus permitiu um meio de comunicação como este,
foi porque Ele acreditou
que você poderia cuidar bem dele.

Você é responsável por este presente vindo
diretamente do céu!

© Silvia Schmidt

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Relacionamentos

Depois de muito meditar sobre o assunto, concluí que os casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol.

Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal.

Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzche, com a qual concordo inteiramente.

Dizia ele: "Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: 'Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice?'

Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.

"Scherazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme "O Império dos Sentidos".

Por isso, quando o sexo já estava morto na cama,e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites.

O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer.

Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: "Eu te amo...."

Barthes advertia: "Passada a primeira confissão, 'eu te amo' não quer dizer mais nada."É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética.

Recordo a sabedoria de Adélia Prado: "Erótica é a alma".

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola.

Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar.

O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca.

Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la.

Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre.

O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado.

Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras.

Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá... Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada.

Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é Ter razão e o que se ganha é o distanciamento.Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração.

O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor...Ninguém ganha para que os dois ganhem.

E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...

© Rubem Alves

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Gente fina

"Cada um faz o que bem entender com o próprio corpo. Comer com liberdade é um direito e ninguém tem que se sacrificar para atender a um padrão estético, mas que ser magro é melhor do que ser gordo, é.

Pra saúde é melhor, pra se vestir é melhor, pra se locomover é melhor, pra dançar é melhor. Não quer dizer que um gordo não seja feliz. Geralmente, são felizes à beça, mais do que muito varapau.

Mas se fosse possível escolher entre ser magro e ser gordo sem nenhum efeito colateral de felicidade ou infelicidade, sem nenhum esforço, só no abracadabra, todo mundo iria querer ser magro, assim como todo mundo preferiria se cristalizar entre os 30 e os 50 anos. Eu acho. A não ser que eu esteja louca, o que é uma hipótese a considerar.

Porém, melhor que tudo é ser gente fina. Finíssima. Isso nada tem a ver com a tendência atual de ser seca, de parecer um esqueleto ambulante. Gente fina é outra coisa.

Gente fina é aquela que é tão especial que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa. Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação. Todos a querem por perto. Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões quando necessário. É simpática, mas não bobalhona. É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados: sabe transgredir sem agredir.

Gente fina é aquela que é generosa, mas não banana. Te ajuda, mas permite que você cresça sozinho. Gente fina diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente, não é para agradar. Gente fina se sente confortável em qualquer ambiente: num boteco de beira de estrada e num castelo no interior da Escócia.

Gente fina não julga ninguém, tem opinião, apenas.

"Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera." O que mais se pode querer?

Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa. Não veio ao mundo pra colocar areia no projeto dos outros. Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra. Gente fina é que tinha que virar tendência. Porque, colocando na balança, é quem faz a diferença."

© Martha Medeiros

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Pão com Manteiga

Conta a história que um casal tomava café da manhã no dia de suas bodas de prata.

A mulher passou a manteiga na casca do pão e o entregou para o marido, ficando com o miolo. Ela pensou: "Sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais o meu marido e, por 25 anos, sempre lhe dei o miolo. Mas hoje quis satisfazer meu desejo. Acho justo que eu coma o miolo pelo menos uma vez na vida". Para sua surpresa, o rosto do marido abriu-se num sorriso sem fim e ele lhe disse: "Muito obrigado por este presente, meu amor... Durante 25 anos, sempre desejei comer a casca do pão, mas como você sempre gostou tanto dela, jamais ousei pedir!"

Moral da história:

1. Você precisa dizer claramente o que deseja, não espere que o outro adivinhe...

2. Você pode pensar que está fazendo o melhor para o outro, mas o outro pode estar esperando outra coisa de você...

3. Deixe-o falar, peça-o para falar e quando não entender, não traduza sozinho. Peça que ele se explique melhor.

4. Esse texto pode ser aplicado não só para relacionamento entre casais, mas também para pais/filhos, amigos e mesmo no trabalho.

PS: Tão simples como um pão com manteiga!