Frase do dia
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

O medo causado pela inteligência

Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar,amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas.

O velho pôs a mão no ombro de Churchill edisse, em tom paternal:
- "Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento "assusta."
E ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pode dar ao pupilo que se inicia numa carreira difícil.
A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência.

Isso na Inglaterra. Imaginem aqui no Brasil.

Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa:
"Há tantos burros mandando em homens de inteligência que às vezes fico pensando que a burrice é uma ciência".

Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de
posições.
Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder.
Mas é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar.
Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos.

Dentro desse raciocínio, que poderia ser uma extensão do Elogio da Loucura de Erasmo de Roterdan, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa fingir de burra se quiser vencer na vida.

É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social.
Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota automaticamente a entrada de uma jovem
mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de
um talentoso jovem que os possa ameaçar.
Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas, enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender.
É um paradoxo angustiante.

Infelizmente temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida.
Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues:
"Finge-te de idiota e terás o céu e a terra".

O problema é que os inteligentes gostam de brilhar!
Que Deus os proteja, então, dos medíocres!...

sábado, 10 de abril de 2010

Mozart e seu cão fiel

Wolfgang Amadeus Mozart, grande compositor clássico, nasceu no dia 27 de janeiro de 1756, em Salzburgo, na Áustria. Extremamente importante, esse compositor do século XVIII, é considerado como um dos músicos mais famosos. Foi em Paris, quando Wolfgang tinha sete anos, que suas primeiras obras publicadas apareceram.

Mozart teve vários anos de glória, sendo reconhecido por reis e rainhas de toda Europa. No entanto, nunca soube lidar com dinheiro. A exploração de sua bondade e genialidade musical logo surgiria por parte de grandes oportunistas. Já casado, começou a ver sua vida desmoronar. A mulher, abandonou-o. A mãe, que tanto amava, adoeceu gravemente. Mozart, sem dinheiro, vendia composições em troca de remédios para sua mãe, que faleceu após alguns meses. Triste e desiludido, Mozart caiu enfermo.

O único amigo fiel, seu cachorro, foi quem ficou ao seu lado até o dia de sua morte, em 5 de Dezembro de 1791. Mozart foi enterrado numa vala comum, em Viena. Sua mulher, Constanze Weber, que estava em Paris, ficou sabendo da morte de Mozart e partiu para Viena afim de visitar o túmulo do marido. Ao chegar lá, entrou em desespero ao saber que Mozart havia sido enterrado como indigente, sem que lhe dessem nem uma placa com seu nome como lápide.
Era dezembro (inverno europeu), fazia frio e chovia em Viena. Constanze resolveu 'vasculhar' o cemitério à procura de alguma 'pista' que pudesse dizer onde Mozart fôra enterrado. Procurando entre os túmulos, viu um pequeno corpo, congelado pelo frio, em cima da terra batida. Chegando perto reconhece o cachorro querido de Mozart.

Hoje, quem visitar Viena, verá um grande mausoléu, onde está o corpo de Mozart e de seu cachorro. Foi por causa do amor desse animal de estimação que Mozart pode ser achado e removido da vala comum onde fôra enterrado. Ele permaneceu com seu dono até depois do final. Morreu junto ao tumulo de seu dono porque, sem ele, não poderia mais viver.

"Em toda a história do mundo há apenas uma coisa que o dinheiro não pode comprar: o abano da cauda de um cachorro."

Foto: Vivi e Scooby

terça-feira, 30 de março de 2010

Dicionário de Palavras ao Vento

Arrependimento é uma inútil vontade de pedir ao tempo para voltar atrás;
Belo é tudo que faz os olhos pensarem ser coração;
Carnaval , esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada;
Desculpas, é uma palavra que pretende ser beijo;
Efêmero é quando o eterno passa logo;
Escuridão é o resto da noite, se alguém recortar as estrelas;
Fé é toda certeza que dispensa provas;
Gente: carne, osso, alma e sentimento, tudo isso ao mesmo tempo;
História: quando todas as palavras do dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer coisa que tenha acontecido ou sido inventada;
Idade, aquilo que você tem certeza que vai ganhar de aniversário, queira ou não queira;
Janela`, por onde entra tudo que é lá fora;
Lá, onde a gente fica pensando se está melhor ou por do que aqui;
Lágrima, sumo que sai pelos olhos quando se espreme um coração;
Loucura, coisa que quem não tem só pode ser completamente louco;
Madrugada, quando vivem os sonhos;
Noiva, moça que geralmente usa branco por fora e vermelho por dentro;
Óbvio, não precisa explicar;
Pecado, algo que os homens inventaram e então inventaram que foi Deus que inventou;
Q, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.
Rebolar, o que se tem que fazer para chegar lá;
Segredo, aquilo que você está louco para contar;
Sexo: quando o beijo é maior do que a boca;
Talvez, resposta pior que ¨não¨, uma vez que ainda deixa, meio bamba, uma esperança;
Tanto, um muito que até ficou tonto;
Último, que anuncia o começo de outra coisa;
Único: tudo que, pela facilidade de virar nenhum, pede cuidado;
Vazio, um termo injusto com a palavra nada;
Xingamento é uma palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém;
Zíper, fecho que precisa de um bom motivo para ser aberto;

© Adriana Falcão

quinta-feira, 25 de março de 2010

Paciência

No parque, uma mulher sentou-se ao lado de um homem.

Ela disse:
Aquele ali é meu filho, o de suéter vermelho deslizando no escorregador.

- Um bonito garoto - respondeu o homem - e completou: - Aquela de vestido branco, pedalando a bicicleta, é minha filha.

Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua filha.

- Clara, o que você acha de irmos?

Mais cinco minutos, pai. Por favor. Só mais cinco minutos!

O homem concordou e Clara continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração.

Os minutos se passaram, o pai levantou-se e novamente chamou sua filha:
- Hora de irmos, agora?

Mas, outra vez Clara pediu:
- Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutos!

O homem sorriu e disse:
- Está certo!

- O senhor é certamente um pai muito paciente - comentou a mulher ao seu lado.

O homem sorriu e disse:

- O irmão mais velho de Clara foi morto no ano passado por um motorista bêbado,
quando montava sua bicicleta perto daqui. Eu nunca passei muito tempo com meu filho e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele.

Eu me prometi não cometer o mesmo erro com Clara.
Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta.
Na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-lá brincar...

Em tudo na vida estabelecemos prioridades... Quais são as suas?

Lembre-se: nem tudo o que é importante é prioritário, e nem tudo o que é necessário é indispensável!

"Aquele que procura um amigo sem defeitos termina sem amigos."

- Presente de Jéssica Caroso -

quinta-feira, 18 de março de 2010

O ombro amigo

De que matéria e substância é feito um amigo? Como pode um estranho equiparar-se a nosso pai e a nossa mãe, até mesmo sobrepujá-los em lealdade e dedicação? Que amálgama une um amigo a outro? Em que mistura de elementos se alicerça afinal uma amizade? Não há dúvida de que a amizade suplanta o amor por não correr o risco de ser efêmera.

É essa perenidade que diferencia a amizade do amor e a faz mais nobre que o amor.
Quando cessarem todos os recursos, quando ficar de prontidão a voz dos necrológios para gritar que você morreu, ainda restará na última cidadela de proteção um amigo. O amigo é o mais sólido, o mais imarcescível abrigo contra a solidão devastadora.
O grande óbice ao desespero é um amigo, o único obstáculo ao suicídio é um amigo.

Por que ele é amigo, não se saberia dizer. É amigo como um cão fiel, sem motivo, trata-se de uma simples escolha. Há pessoas que nasceram para ser amigos. É da sua natureza ajudar, amparar, estar ao lado, construir, velar, mourejar em pura amizade.
O amor também se diferencia da amizade porque esta é absolutamente desinteressada. O amigo ajuda o outro amigo porque esta é a sua missão, a de dar sentido à vida do outro.

No amor, um dos amantes ama o outro porque a felicidade do outro fá-lo lucrar. Na amizade, um amigo ajuda o outro sem lucrar nada, apenas para ajudar, amparar, diligenciar. Mil vezes, se eu tiver de escolher, preferiria ter um grande amigo a um grande amor. E, se eu tiver um grande amor, ele sobreviverá aos tempos e se tornará perpétuo só no caso de que ele se transforme em uma grande amizade. O amor é temporal, a amizade é eterna.

Se me faltarem todas as forças, se todos os elementos que me mantêm erguido soçobrarem, ainda assim permaneço em vida e prossegue acesa no meu coração a chama da esperança, se um amigo existir. A vida só pode cessar quando faltar um amigo. Um amigo é infinitamente mais útil que a riqueza, o luxo, a fartura e a ostentação. O maior tesouro da vida é um amigo. A maior e mais importante desgraça é a falta de um amigo.

Cultive um amigo, se é que se possa cultivá-lo, se é que essa atração que o move não seja simplesmente natural e espontânea. Agradeça ao seu amigo, embora ele exista independentemente de qualquer agradecimento ou homenagem. Quando se dedica, não está em busca de gratidão, ele só é amigo porque é da sua vocação telúrica a amizade.
Procure saber se você tem, no seu círculo de amizades, um amigo. Se o tiver, só assim a vida terá sentido.

© Paulo Sant’Ana