Frase do dia
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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Não quero

Não quero alguém que morra de amor por mim... Só preciso de alguém que viva por Mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade. Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim... Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível... E que esse momento será inesquecível...

Só quero que meu sentimento seja valorizado. Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre... E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho... Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento... e não brinque com ele. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça,
para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz. Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras
pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim".

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento. Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena!!!


© Mário Quintana

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Outra história do Pequeno Príncipe

Bom, existe uma história mais tocante ainda que aconteceu de fato com o criador do Pequeno Príncipe, o escritor francês Antoine de St. Exupéry.
Poucas pessoas sabem que ele lutou na Guerra Civil Espanhola, quando foi capturado pelo inimigo e levado ao cárcere para ser executado no dia seguinte.

Nervoso, ele procurou em sua bolsa um cigarro, e achou um, mas suas mãos estavam tremendo tanto que ele não podia nem mesmo levá-lo à boca. Procurou fósforos, mas não tinha, porque os soldados haviam tirado todos os fósforos de sua bolsa. Ele olhou então para o carcereiro e disse: "Por favor, usted tiene fosforo?". O carcereiro olhou para ele e
chegou perto para acender seu cigarro. Naquela fração de segundo, seus olhos se encontraram, e St. Exupéry sorriu.

Depois ele disse que não sabia por que sorriu, mas pode ser que quando se chega perto de outro ser humano seja difícil não sorrir. Naquele instante, uma chama pulou no espaço entre o coração dos dois homens e gerou um sorriso no rosto do carcereiro também. Ele acendeu o cigarro de St. Exupéry e ficou perto, olhando diretamente em seus olhos, e continuou sorrindo. St. Exupéry também continuou sorrindo para ele, vendo-o agora como pessoa, e não como carcereiro.

Parece que o carcereiro também começou a olhar St. Exupéry como pessoa, porque lhe perguntou:
- "Você tem filhos?"
- "Sim", St. Exupéry respondeu, e tirou da bolsa fotos de seus filhos. O carcereiro mostrou fotos de seus filhos também, e contou todos os seus planos e esperanças para o futuro deles. Os olhos de St. Exupéry se encheram de lágrimas quando disse que não tinha mais planos, porque ele jamais os veria de novo. Os olhos do carcereiro se encheram de lágrimas também. E de repente, sem nenhuma palavra, ele abriu a cela e guiou St. Exupéry para fora do cárcere, através das sinuosas ruas, para fora da cidade, e o libertou. Sem nenhuma palavra, o carcereiro deu meia-volta e retornou por onde veio.

St. Exupéry disse:
- "Minha vida foi salva por um sorriso do coração". O que foi aquela "chama" que pulou entre o coração desses dois homens? Isso tem sido tema de intensa pesquisa atualmente, na medida em que os cientistas estão se dando conta de que o coração não é meramente uma bomba mecânica, mas um sofisticado sistema para receber e processar informações. De fato, o coração envia mais mensagens ao cérebro que o cérebro envia ao coração!
Como disse o filósofo francês Blaise Pascal:
- "O coração tem razões que a própria razão desconhece".
Estados emocionais negativos, como raiva ou frustração, geram ondas eletromagnéticas totalmente caóticas do coração, como se estivéssemos pisando no acelerador e no breque simultaneamente. Esse estado de batimentos desordenados é chamado de "incoerência cardíaca" e está ligado a doença cardíaca, envelhecimento precoce, câncer e morte prematura.

Em estados de amor ou gratidão, nosso batimento cardíaco torna-se "coerente". Isso diminui a secreção dos hormônios do estresse, reduz a depressão, hipertensão e insônia, melhora o sistema imune e aumenta a clareza mental. Essa é uma das razões pelas quais tem sido provado que as emoções positivas estão associadas à boa saúde física e mental - e à longevidade. Essa irradiação coerente do coração - essa "chama" de genuína afeição - pode afetar pessoas a uma distância de até 5 metros! Logo, na próxima vez em que você estiver numa situação difícil, respire profundamente, lembre-se de St. Exupéry e do Pequeno Príncipe e irradie a energia de seu coração. Como o Pequeno Príncipe nos lembrou, "somente com o coração podemos ver com clareza".

© Susan Andrews

O essencial é invisível para os olhos... bom dia!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Caráter não se ensina, se vive!

Numa tarde de domingo, o pai e seus dois filhos chegam ao parque de diversões, e dirigem-se à bilheteria, onde o pai pergunta:

- Olá, boa tarde. Quanto custa a entrada?

- São R$20,00 para o senhor e para qualquer criança maior de seis anos.

A entrada é grátis se eles tiverem seis anos ou menos.
Quantos anos eles têm?

- O menor tem três anos e o maior sete anos – respondeu o pai.

O rapaz da bilheteria então comentou:

- Poxa, se tivesse me dito que o mais velho tinha seis anos, eu não notaria a diferença, e você poderia ter economizado R$ 20,00.

O pai então respondeu:

- É verdade, talvez você não notasse a diferença, mas meus filhos saberiam que eu menti.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A menina e o tempo

Ela caminhava sem perceber a beleza daquela estrada.

Arvores com tons variados de verde, plantas de várias espécies, e flores de um colorido vibrante ornamentavam o caminho, o sol quente havia dado uma trégua, a temperatura estava fresca naquela manhã, mas a menina estava imersa em pensamentos, quando parou por alguns instantes e olhou para trás.

Viu o seu corpo atravessando o tempo, e constatou que sua alma ainda carregava os mesmos sonhos de antes. Mas agora os seus passos estavam mais lentos, e ela se perguntava, se ainda teria tempo para dividir os seus sonhos com alguém.

Quem aceitaria caminhar ao seu lado, trazendo na bagagem outros sonhos tantos, que se misturariam com os sonhos dela, e ambos dividiriam a tarefa de transformar a soma desses sonhos em realidade?

Neste momento, ela ouviu um assovio vindo de longe, chegando aos seus ouvidos, de mansinho, assim como quem canta uma canção ao vento.

Ela olhou para a frente, e viu nitidamente o tempo passando por ela, e lhe acenando. Ela acenou de volta.

O tempo percebeu, admirado, que ela o via. Então ele parou, olhou para a menina e lhe falou:
- Você é a menina que carrega sonhos... seus pensamentos me trouxeram até aqui.

Ela disse ao tempo: Eu, menina? Sem ironia, ok?

O tempo, sem perder tempo, respondeu:
Menina sim... uma menina que caminha há 48 anos, mas com o mesmo coração dos 20, e das mais sonhadoras...

Continue caminhando sem olhar para trás! Seja firme! Não pare.

Ela argumentou:
Como posso continuar caminhando, se carrego tantos sonhos comigo?
Percebe como meus passos ficam mais lentos, a cada sonho sonhado?
Ta difícil caminhar, mas não posso abandonar os meus sonhos, sinto o peso deles, não tenho com quem dividi-los... e eu...

O Tempo a interrompeu:
Deixe esta tarefa de carregar sonhos para mim!
Eu carrego os sonhos de todo o mundo!
Fique tranqüila menina, os sonhos são imortais, são feitos de matéria indestrutível.
Se pressupõe que sua caminhada ficará mais leve, entregue-me os seus sonhos.
Eu os levarei comigo, os guardarei para você, e a menina os terá novamente, mas em um outro tempo...

Então a Menina entregou todos os seus sonhos para o tempo.

E o tempo passando, se foi.

Agora ela caminhava leve, mas começava a sentir uma sensação estranha... um vazio...

Desanimada, parou na margem da estrada, olhou para os lados, foi quando percebeu que a paisagem mudou, e ela nem sabia para onde iria...

A resposta veio imediata: Para quem não carrega sonhos, qualquer lugar serve...

O horizonte, antes colorido, tornou-se preto e branco. As cores fugiram de sua estrada... foram-se com os sonhos. O Azul Céu, o Vermelho Paixão, o Rosa Amor, o Amarelo Alegria.
Fugiram também, o sabor e a cor dos caramelos.

O perfume da vida foi junto. Um tem tudo a ver com o outro:
Sonhos, cores, caramelos e perfumes.

(Do universo das cores, só restou o verde dos seus olhos a refletir o que ela não entendia)

Chegou a noite e no gramado cinzento ela deitou e adormeceu. Teve sonhos que lhe falavam sobre a importância de cada pessoa carregar os seus sonhos, mesmo que fossem sonhos antigos, que nunca poderiam se realizar. O peso de perder os sonhos era maior que o peso de carregá-los. Dormindo, ela entendeu que os sonhos não precisam ser realizados, basta que existam. Precisam existir para preencher vazios.

Sonhos são companheiros de estrada. Existem para colorir a vida. São toda a beleza dos dias.

Ela acordou com os primeiros raios de sol, estava feliz, havia entendido o que precisava entender... Sentia uma necessidade imensa de sonhar novos sonhos e carregá-los consigo, pelo mesmo caminho, até o fim da estrada.

As cores voltavam suavemente, agora ela já tinha o primeiro sonho para carregar: a vontade de sonhar novamente. (talvez, por isso, o verde nunca sairá dos seus olhos...)

© Lisie Silva, 17 de Julho de 2011 - Manaus

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O presente

Fui à livraria comprar um buquê de versos. O florista que me atendeu disse-me que estavam em falta. Mas não desisti. Fui até a loja que vende flores e pedi um livro de poesias cheirando a jasmins. O livreiro desculpou-se dizendo que estava esgotado.

Teimoso como sou entrei no circo querendo comprar a tristeza do palhaço, mas só tinham para vender a caricatura do seu sorriso.

Diante disso, fui até a maternidade tentando achar um pouco de ternura, mas a enfermeira garantiu-me que isso só se encontra nos livros de poesia. Então, ante o dilema de parar ou seguir, decidi continuar à procura do presente, pois queria mandar algo que significasse mais do que apenas um mimo.

Sim, revirei meia cidade buscando alguns gritos de felicidade, mas só achei gemidos de segunda mão. Tentei encontrar suspiros de prazer, porém o lojista só dispunha de silêncios que não paravam de gritar. Revirei as estantes à cata de um vinho feito de suor gerado no desejo e de lágrimas paridas na emoção do encontro, mas apenas achei garrafas vazias e cansadas de esperar por quem as encha.

E foi assim que de prateleira em prateleira, de loja em loja, de bairro em bairro, esgotei o estoque de possibilidades, pois na cidade apenas sobraram sem mácula as esquinas da vida, as praças da esperança, as árvores impávidas, e os ninhos sem cadeado onde habitam os pássaros sem tristeza.

Por tudo isso é que só me restou uma alternativa, e a uso antes que seja tarde demais. Espero então que aproveite a esquina que lhe mando para nela aguardar até que o sinal da felicidade fique verde de alegria; a praça, para que desde um dos seus bancos, e olhando o céu, possa desfolhar a alegoria do amanhecer recitando borboletas de todas as cores; as árvores, para que à sombra dos seus galhos floresça a inspiração sempre que ela visite os seus domínios; os ninhos, para dar guarida ao gorjeio sentimental que sua sensibilidade borde em prosa e verso sobre a toalha de renda da vida; e os pássaros felizes, para que sobrevoem as paisagens que a sua imaginação lhes implante nas retinas.

Como ja disse, isto foi o único que achei para mandar. Sei que é muito pouco, pouco até demais, não mais do que uma amostra de esperança, mas como tratei de explicar, foi o único que achei para mandar.

© Bruno Kampel