Frase do dia
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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Descubra suas 'gestalts abertas'

Você não sabe o que é gestalts? Vai ouvir falar...

Não tenho tempo para nada! Como vou arranjar tempo para fazer isto? Estou esgotado! Estou estressado! Essas queixas e outras semelhantes parecem familiares a você? São comuns a muitas pessoas hoje em dia.

Utilizar produtivamente nosso tempo é um problema para a maioria de nós: trabalho, família, estudo, vida social, esporte, lazer, cidadania e outras áreas de atividades requisitam continuamente nosso tempo. Às vezes nos parece que as 24 horas do dia não são suficientes para fazermos tudo o que necessitamos. E isto nos esgota.

Por vezes, iniciamos várias atividades e, por alguma razão, não as conseguimos concluir. Nos sentimos amarrados, sem produtividade. Estamos aparentemente fazendo muitas coisas, mas o resultado é frustrante... E nos sentimos esgotados, sem energia.

A psicologia da Gestalt pode nos ajudar, de forma simples e intuitiva, a compreender porque isto acontece e como podemos ser mais produtivos sem nos cansarmos tanto.

Gestalt (pronuncia-se guestalt) é uma palavra de origem alemã que pode ser traduzida aproximadamente como 'forma total' ou 'forma global'. A psicologia da Gestalt enfoca as leis mentais - os princípios que determinam a maneira como percebemos as coisas.

Podemos ter uma compreensão intuitiva de uma das leis básicas da Gestalt por meio das figuras abaixo.


Atividades não completadas no cotidiano consomem energia e podem provocar estresse.

A maioria das pessoas quando solicitadas, de surpresa, a dizerem rapidamente que figuras são estas, dirão que são um triângulo e um círculo. Mas estarão erradas. Triângulo e círculo são figuras fechadas e estas são abertas. Segundo a psicologia da Gestalt, este engano ocorre por duas razões básicas:

- Tendemos a perceber as coisas de maneira global num primeiro momento;

- Tendemos, inconscientemente, a fechar gestalts abertas, isto é, a concluir ou fechar figuras ou objetos que achamos que estão incompletos.

Esta segunda razão é a base de uma maneira mais produtiva de utilizarmos nosso tempo.

Comecemos com um exemplo: vamos imaginar que, querendo ficar em forma, perder a barriga, nos inscrevemos numa academia de ginástica. Começamos com entusiasmo e depois, por falta de vontade ou 'falta de tempo', vamos espaçando as vezes que a freqüentamos, até pararmos. Contudo, não abandonamos o nosso sonho de ficar em forma, 'justificando' para nós mesmos e para os outros que, quando tivermos tempo, voltaremos a freqüentar a academia e ficaremos em ótima forma! Este sonho ou projeto de ficar em forma, enquanto não concluído ou claramente abandonado, é uma gestalt aberta que continua nos puxando energia.

Se além desta gestalt aberta, tivermos muitas outras, como por exemplo, o curso de inglês que queremos fazer, mas protelamos, a viagem com que sonhamos continuamente e nunca nos mobilizamos de fato para realizá-la, a construção de uma casa de campo, a reorganização dos arquivos do escritório ou a arrumação do 'quarto de despejo' (“qualquer dia destes eu dou um jeito nisto”), nosso nível de energia pessoal disponível diminui. Isto porque cada gestalt aberta nos requisita continuamente energia para fechá-la.

Quanto mais gestalts abertas tivermos, menos energia psíquica teremos disponível, causando aquela sensação de cansaço, stress, dificuldade de tomar decisões.

© Leonel Vieira
psicólogo clínico e organizacional.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O Escravo

Um escravo,  tendo sido criado sob o estudo da espiritualidade,  tornou-se de grande valor para o seu senhor,  por causa da sua honradez e bom comportamento; tanto, que seu senhor o elevou a uma posição de importância, isto é,  administrador das suas fazendas.
Numa ocasião, o seu senhor desejou comprar mais vinte escravos, e mandou que o novo administrador os escolhesse,  dizendo que queria os mais fortes,  e os que trabalhassem melhor.
O escravo foi ao mercado e começou a sua busca;  fixou a vista num velho e decrépito escravo,  e disse ao senhor que  aquele havia de ser um dos escolhidos.
O senhor ficou surpreendido com a escolha,  e não queria concordar,  sem entender nada o pobre velho pediu que fossem indulgentes com ele.
O negociante então,  disse que se eles comprassem vinte,  daria o velho de graça.
A compra,  portanto,   foi feita,  e os escravos foram levados para as fazendas do seu novo senhor;  mas o antigo escravo tratou o velho decrépito com muito mais cuidado e atenção do que a qualquer dos outros.
Levou-o para sua casa, dava-lhe da sua comida, quando tinha frio, levava-o para o sol, quando tinha calor colocava-o debaixo das arvores de cacau,  a sombra.
Admirado das atenções que o seu antigo escravo dispensava a um outro escravo,  seu senhor lhe perguntou por que fazia isso.

 Decerto não se interessaria tanto por ele sem ter algum motivo especial:
 - É teu parente,  talvez teu pai?
O pobre escravo respondeu:
 - Não senhor não é meu pai.
 - É então o teu Irmão mais velho?
 - Não senhor não é meu irmão.
 - Então é teu tio ou outro parente?
 - Não tenho parentesco algum com ele,  nem mesmo é meu amigo.
 - Então,  perguntou o seu senhor,  por que motivo tens tanto interesse por ele?
 - Ele é meu inimigo,  senhor,  respondeu o escravo,  vendeu-me a um negociante,  mas aprendi nos ensinamentos do Mestre que devemos perdoar os nossos inimigos e que quando o teu inimigo tiver fome,  dá-lhe de comer,  e quando ele tiver sede,   dá-lhe de beber...

E esta é a oportunidade que tenho de colocar meus aprendizados em prática.

- Autor desconhecido -

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Apenas um Instrumento


Há muito tempo eu me faço essa pergunta
Me diz.... Qual a importância da aparência?
Será que o corpo é a razão da existência?
E a alma não passa de algo banal?
Desde a infância
Eu me pergunto a mesma coisa
Será que a roupa tem maior valor?
Será que o nosso espírito tem cor?
E o que usamos é o essencial

Fique certo de que eu não sou o que vês
Não se iluda nem se prenda a bobagem
Pois seja ouro, ferro, cobre ou manganês
A matéria não passará de roupagem
O nosso corpo é apenas o instrumento
E se o temos é preciso trabalhar
Porém não se esqueça de olhar pra dentro
Pois de bem com a alma devemos estar

Ta lá dentro, tá no fundo isso eu sei
tá na alma, onde os olhos não vêem

tá lá dentro, tá no fundo isso eu sei
tá na alma, onde os olhos não vêem

Fique certo de que eu não sou o que vês
Não se iluda nem se prenda a bobagem
Pois seja ouro, ferro, cobre ou manganês
A matéria não passará de roupagem
O nosso corpo é apenas o instrumento
E se o temos é preciso trabalhar
Em prol do bem
Porém não esqueça de olhar pra dentro
Pois de bem com a alma devemos estar
Tá lá dentro, tá no fundo isso eu sei
Tá na alma, onde os olhos não vêem

O verdadeiro valor tá na essência
Não, não se deixe levar pelas aparências


- Vibrações Rasta -

sábado, 20 de outubro de 2012

5 maneiras de saber quando é hora de se casar

Dias, meses, anos de namoro, todo mundo perguntando quando será o casamento. E quando de fato vai chegando a hora, as pergunta mais frequente é: como posso saber com certeza que essa é a pessoa escolhida?
Bem, se você quiser evitar as grandes dores de cabeça e arrependimentos, é preciso ter sempre em mente 5 coisinhas…
 
5 – Vocês não tem que impressionar um ao outro
 
Se você tentar domesticar 49 gatos vadios e todos eles fincarem suas garras em seu antebraço, você vai supor que o 50° também vai. Mesmo que ele ronrone e se esfregue em seus tornozelos, você enterra suas mãos em seus bolsos, se protegendo.
Desde que a maioria de nós passou a não encontrar o “verdadeiro amor” na primeira experiência, estamos amaldiçoados a suportar tentativa após tentativa de se conectar com as pessoas que nós normalmente não permitiríamos nem que entrasse no nosso carro – muito menos no nosso espaço emocional.
Depois de um tempo, aprendemos que o namoro é igual a dor… e os indivíduos tendem a se desligar emocionalmente para evitar a dor. Eles constroem uma versão falsa de si mesmos para começar namoros, aprendem a fingir uma maneira de jogar conversa fora.
O problema é que se você se constrói um muro para cada pessoa que você encontrar, as chances de passar por cima do que é realmente compatível com você está perto de 100%.
É sempre possível sentir a desconexão, fria e morta, por trás de uma conversinha espirituosa. Tudo é apenas uma atuação. Permitimos os outros na varanda, mas se querem ver a sala, precisam olhar através das janelas.
 
Tente isto: existem várias maneiras de fazer isso, mas o resultado tem que ser o mesmo: chegar a um ponto onde você pode compartilhar as piores partes de si mesmo e não julgar a outra pessoa quando ela fizer o mesmo.
É por isso que encontro na internet funciona tão bem para algumas pessoas – é realmente mais fácil ser aberto e honesto com uma pessoa sem rosto. Para outras pessoas, namorar alguém que já era um amigo de verdade funciona – não há necessidade de fingir que você é o que não é. Ou, talvez a solução seja só namorar alguém tempo suficiente para que as barreiras caiam todas, uma a uma, contra a sua vontade.
Obviamente que não funciona da mesma maneira para todo mundo – não há dúvidas de que existem caras que conhecem meninas em baladas e afins que, ao longo do tempo, derrubam as barreiras e começam a ser realmente honestos com a pessoa que ele se relaciona sexualmente. E vice-versa. O ponto é que é preciso passar a fase em que a relação depende inteiramente de quão bem você consegue esconder sua falha do outro.
Claro que isso envolve uma certa quantidade de confiança, o que significa que…
 
4 – Você precisa aprender a confiar
 
A coisa mais normal do mundo é ver amigos terem acessos de ciúme porque sua esposa foi às compras 45 minutos atrás e normalmente só leva 43 minutos. “Ela deve estar com alguém”, dizem. Mesmo depois que ela volta com um carro cheio de mantimentos e um recibo datado, eles só sentem o cheiro de outro homem nela.
Usar maquiagem diferente, um novo perfume antes de sair, um vestido novo… pronto. O ciúme manda até trocar de roupa. E não adianta procurar argumentos. A resposta é sempre a mesma: Eu não confio em você.
 
Tente isto: Não nascemos com a capacidade de confiança – quando bebê, você gritou, chorou e esperneou quando sua mãe saiu do quarto, com medo que você tivesse sido abandonado. A confiança é algo que se aprende.
Quando não se tem motivos para confiar em alguém nos anos mais jovens, a posição que se assume é a pior. Ele está trabalhando até tarde? Sim, trabalhando com uma mulher! Ela disse que vai sair para comer com os amigos? Mas como sair para comer com aquela roupa apertada! E normalmente não tem nada a ver com isso.
Quando alguém descobre como todo mundo tem sua roupa suja, desconfia sempre. Mas se a vida é tão compartilhada assim, não é possível esconder alguma coisa, mesmo que se queria. Você ganha confiança e confia na sua companhia.
E nada de fazer comentários contando uma história sobre como uma vez a sua desconfiança valeu a pena. Afinal, se a desconfiança existe, o relacionamento dá errado de qualquer forma. Ou eles não são dignos de confiança de fato, ou você não está seguro o suficiente para baixar a guarda.
 
3 – Vocês precisam ser amigos (em algum ponto)
 
Quando somos jovens, normalmente costumamos pensar que é impossível ser amigo de alguém que você está namorando. A amizade deve matar o romance, certo? A amizade é fazer besteiras e se divertir juntos e o romance é fazer sexo, não??
Mas, quando crescemos, percebemos que todo relacionamento bem sucedido tem este ponto em seu núcleo: se você tira a ligação romântica, essas duas pessoas ainda podem sair como se nada tivesse mudado.
De certo modo, muita gente não consegue ter amizade com quem tem uma relação romântica. Porque gostam de falar o que os outros querem ouvir, fazer o que os outros querem fazer, porque modificam seu senso de humor para parecer mais aceitável. Em vários níveis a ligação fica artificial.
 
Tente isto: Você não pode fazer um relacionamento funcionar a menos que você realmente goste da companhia do outro para além do sexo. Se isso soa como um conselho óbvio, então você não percebe que um grande número de casais esquece disso antes de fazer a compra das alianças.
E não pense que desfrutar da companhia do outro significa uma adoração sem fôlego, em que você acha que ele é um deus mágico, e sente borboletas intestino cada vez que ele passa. Canções pop são assim. Se você ainda acredita nisso, vai tratar pessoa como trataria uma celebridade, projetando na pessoa real uma fantasia que vive em sua cabeça. Qualquer um que diga que ainda sente as borboletas após 50 anos de casamento precisa ver um cardiologista, porque há alguma coisa errada.
Isso não quer dizer que ambos precisam ser amigos primeiro para depois entrar no relacionamento – isso pode dar muito errado, com a menina achando que tem um bom amigo do sexo masculino e o cara achando que está avançando cada vez mais. E esse tipo de amizade pode não dar certo porque ambos têm intenções diferentes. Mas também pode ser uma saída.
O que as pessoas tem que tirar da cabeça é que amizade e relacionamento são coisas opostas. Existem sabores diferentes de amizade que podem, inclusive, serem permeados por sexo. Talvez precise de um termo menos clínico para isso, mas é essencial que se tenha “compatibilidade”. Chame do que for, essa conexão é o núcleo do relacionamento. Não o sexo, não o romance. E também não só a capacidade de tolerar uns aos outros. Mas a compatibilidade.
 
2 – Nenhum de vocês tem dívidas para com o outro
 
Soa superficial dizer que as finanças tem o segundo papel mais importante em um casamento – os tipos mais românticos diriam que, se seu amor era tão frágil que o dinheiro poderia quebrá-lo, talvez ele estivesse condenado desde o início. Mas é preciso ser bem realista…
Pense você em um emprego ruim, seu parceiro desempregado. Terceiro filho acaba de nascer e não existem mais amigos para emprestar dinheiro suficiente para manter a eletricidade. Parece um extremo de vida, mas se você não tiver ideia do orçamento que tem e só se preocupar com a cerveja na geladeira, isso é muito fácil de acontecer.
E não é a casa caindo aos pedaços e carro feio que pressionam o relacionamento, mas o estresse. Argumentação constante, discussões de relação, atribuição de culpa.
O dinheiro traz toda a desconfiança em foco, suspeita constante de que o outro não está fazendo o esforço que deveria, carregando seu fardo.
 
Tente isto: Carregar seu fardo. Esse é o problema. Não imagine a relação como duas pessoas puxando uma carroça. É como duas pernas carregando uma pessoa.
Se você quebrar um dedo do pé, as pernas não têm argumento sobre o fato de que uma delas força a outra a mancar. Elas simplesmente mudam seu passo e seguem em frente.
É bem difícil pensar na teoria das duas pernas. Se você está trabalhando e outro não, ou se você está trabalhando mais horas, rapidinho começa a pensar que o dinheiro é mais seu, como você é o chefe de família e como o outro tem que dar satisfação para cada centavo que gasta.
Ou você pode entrar de fato na matemática: você leva para casa R$ 500 por semana e seu companheiro leva R$ 300. Suas contas são de R$ 600. Então, já que você está usando tudo na casa da mesma forma, você divide as contas no meio, R$ 300 cada. Agora o outro não tem nada e você tem R$ 200 sobrando, que você mostra para ele, juntando as notas, esfregando em seu nariz e cheirando profundamente. “Mmmmm… amo o cheiro de dinheiro, doce, doce. Aposto que você gostaria de ter algumas notas”.
É aí que o dinheiro destrói relacionamentos. Quando você ainda está pensando em termos de o que é seu e o que é dele(a). E o que cada um de vocês “ganhou” em dinheiro ou tempo. Enquanto você mantém uma pontuação em separado, você ainda não está pensando em vocês como um casal. Você tem apenas um colega de quarto.
É preciso chegar ao ponto em que você pode confiar no outro para desenhar a partir do mesmo conjunto. Se a menina diz que ela precisa de R$ 50 para um creme é preciso confiar que ela está sendo responsável. E quando seu trabalho lhe rende algum dinheiro extra, decidam juntos como será o gasto. Caso contrário, tudo se torna uma batalha.
Uma vez que você entra nessa besteira de pensar que o outro “deve” a você, é um redemoinho sem fim que se vai pelo ralo. E novamente a dívida não é sempre sobre o dinheiro, pode ser porque você fez mais tarefas domésticas na semana passada, ou por ter trocado mais fraldas, ou por não ter pulado na garganta dele quando ele esqueceu algo importante. O fato de você estar mantendo uma pontuação qualquer vá mata a relação.
 
1 – Você realmente entende o que “para sempre” significa
 
Muitas vezes, casamentos não começam com um gesto romântico ou uma proposta planejada. Pode ser um ultimato. Ela ou ele coloca um prazo: “Se não nos casarmos em julho, eu sigo em frente”. Nesse momento, não necessariamente se entende o que o “casamento” significa. Pode parecer somente um anel e um pedaço de papel que diz que oficialmente existe uma ligação.
Aí, depois de alguns anos você se senta sozinho no seu novo apartamento, tentando descobrir o que deu errado. Nesse caso, casar não foi uma coisa planejada, foi apenas o próximo passo, a próxima coisa que deveria ser feita.
 
Tente isto: Imagine que o casamento não existe. Imagine que você vive em uma sociedade onde o casamento não é esperado e onde você não precisa ficar dando explicações de por que não se amarrar. Imagine todas as pressões sociais indo embora. Você ainda faria a promessa de ficar com essa pessoa para sempre? Você vai se casar, porque você quer se casar? Ou apenas porque é isso que as pessoas fazem? Um número impressionante de casamentos acontecem por causa deste último caso.
 
É preciso perceber que existe um compromisso tão profundo que algumas pessoas estão dispostas a se vincular aos seus votos mesmo sem um pedaço de papel e uma orientação espiritual. Quando você está de fato apaixonado, se empenha em nunca trair, em confiar, em ser sincero, em não fazer cobranças. E o amor verdadeiro não é algo que se esgota em um dia, não precisa de “até que a morte os separe”. Mas e aí, preparado?

terça-feira, 3 de julho de 2012

Sonhando um com o outro

ELE anda cansado das baladas e dos casos furtivos sem sentimentos. Aprendeu a gostar da própria companhia, sem precisar estar em uma turma de amigos todos os sábados. Decidiu que quer um amor verdadeiro… que pode nem ser eterno, mas que traga um sabor doce às suas manhãs, que seja a melhor companhia para olhar a lua. Que ele possa exibir os seus dons na cozinha e o seu conhecimento em vinhos, só para ela.
Quer uma mulher que ele reconheça pelo cheiro dos cabelos, pelo toque dos dedos, pela gargalhada que vai ecoar pela casa transformando um domingo sem graça, no melhor dia da semana. Quer viver uma paixão tranqüila e turbulenta de desejos… quer ter para quemvoltar depois de estar com os amigos, sem precisar ficar “caçando” companhias vazias e encontros efêmeros. Quer deitar no tapete da sala e ficar observando enquanto ela, de short jeans, camiseta e um rabo de cavalo, lê um livro no sofá, quer deitar na cama desejando que ela saia do banho com uma lingerie de tirar o fôlego.
Quer brincar de guerra de travesseiros, até que o perdedor vá até a cozinha pegar água. Quer o poder que nenhum dos seus super heróis da infância tiveram… o poder de amar sem medo, sem perigo e sem ir embora no dia seguinte.

Quer provar que pode fazer essa mulher feliz!

ELA quase deixou de acreditar que seria possível ter vontade de se envolver novamente. Foram tantas dores, finais, recomeços e frustrações que pensou em seguir sozinha para não mais se machucar. Então percebeu que a vida de solteira já não está fazendo tanto sentido. Decidiu que quer um amor verdadeiro… que pode nem ser eterno, mas que possa acordá-la com um abraço que fará o seu dia feliz, quer um homem que ela possa cuidar e amar sem receios de que está sendo enganada. Quer a alegria dos finais de semana juntinhos, as expectativas dos planos construídos, o grito de “gol” estremecendo a casa quando o time dele estiver ganhando… a cumplicidade em dividir os segredos.
Quer observá-lo sem camisa, lendo o jornal na varanda… quer reclamar da bagunça no banheiro, rindo e gritando quando ele revidar puxando-a para o chuveiro, completamente vestida.
Quer a certeza de abrir a porta de casa e saber que mesmo ele não estando, chegará a qualquer momento trazendo o brigadeiro da doceria que ela gosta tanto. Quer beijar, cheirar, morder, beliscar e apertar para ter certeza que a felicidade está ali mesmo… materializada nele.

Quer provar que pode fazer esse homem feliz! 

ELES estão por aí… 
Sonhando um com o outro… 
Talvez ainda nem se conheçam… mas é só uma questão de tempo, até o destino unir essas vidas que se complementam e estão ávidas para amar e fazer o outro feliz.

Ou alguém duvida que o universo traz aquilo que desejamos?

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O verdadeiro amor

Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento.
Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando este se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio.
O mestre disse que respeitava sua opinião, mas lhes contou a seguinte história:

“Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um enfarto.
Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando a levou até à caminhonete.
Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta.
Durante o velório, meu pai não falou.
Ficava o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou. Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados.
Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção: “- Meus filhos, foram 55 bons anos… Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.”
Fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou: “- Ela e eu estivemos juntos em muitas crises.
Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade.
Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, e perdoamos nossos erros…
Filhos, agora ela se foi e estou contente. E vocês sabem por que? Porque ela se foi antes de mim e não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim…”
Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolava, dizendo: “Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa.”
E, por fim, o professor concluiu: Naquele dia entendi o que é o verdadeiro amor. Está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas.

Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar.
Pois esse tipo de amor era algo que não conheciam.
O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, no dia-a-dia e por todos os dias.
O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.

“Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe e terá a indescritível alegria de compartilhar, alegria esta que a solidão nega a todos que a possuem…”

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Atitude

© Paulo Roberto Gaefke

Sinto dizer que sem esforço nada vai acontecer!
Não adianta reza forte, nem macumba com 20 velas.
Se você não se decidir pelo primeiro passo,
se você não sair desse quarto,
nem os anjos e nem Jesus poderão te ajudar,
se você não se ajudar!

Quer emagrecer?
Caminhe todos os dias,
pare de dizer que não tem dinheiro para a academia.
A rua é livre, de graça e está te esperando, seja noite, seja dia.

Quer um novo emprego?
Estude algo novo, aprenda um pouco mais do seu ofício, faça a diferença
e as empresas vão correr atrás de você! Nunca é tarde!

Quer um novo amor?
Saia para lugares diferentes assista a um bom filme,
leia um bom livro, abra a cabeça, mude os pensamentos,
e o amor vai te encontrar no metrô, no ônibus, na calçada,
e em qualquer lugar, pois você será de se admirar.
Pessoa que encanta só de olhar...

Quer esquecer alguém que te magoou?
Enterre as lembranças e o infeliz!
Valorize-se criatura!
Se você se valoriza, sabe quanto vale,
sabendo quanto vale não se troca por qualquer coisa.
Se alguém te deixou é porque não sabe o seu valor.
Logo, enterre a criatura no lago dos esquecidos.
E rumo ao novo que o novo é sempre mais gostoso...

Quer deixar de dever?
Pare de comprar.
Não faça dívida para pagar dívidas!
Nunca! Jamais!
Faça poupança e pede para o povo esperar.
“Devo, não nego, pago quando puder.”
Assim, a cabeça fica livre e você vai trabalhar.
Em breve, não terá mais nada para pagar...

Quer esquecer uma mágoa?
Limpe o seu coração, esvazie-se...
Quem tem equilíbrio não guarda mágoas.
Só as pessoas com problemas emocionais é que se ressentem.
Ficam guardando uma dor, alimentando como se fosse de estimação.
Busque o equilíbrio emocional. Doe-se, ame mais e tudo passa.

Quer viver bem?
Ame-se!
Felicidade é gratuita, não custa nada.
É fazer tudo com alegria, nos mínimos detalhes.

Pergunte-se e se achar resposta que te satisfaça, comece tudo de novo:
- Pra que 2 celulares (1 pra cada orelha?)?
- Pra que 3 computadores, se não tem uma empresa?
- 4 carros?
- 6 quartos se é você e mais 1 ou 2?
- 40 pares de sapato, se tem apenas 2 pés ?
A vida pede muito pouco e nós precisamos de menos ainda

Acorde enquanto é tempo e comece a mudança,
antes que o tempo venha e apite o final do seu jogo!
Espero que você pelo menos tenha vencido a partida.

Seja Feliz !
Bom Dia a todos!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Como o mundo moderno tornou a felicidade uma meta (quase) impossível

... aqui estou eu, diante de uma estante de livros que vai do teto ao chão, tão cheia que não há um só espaço vazio, e penso: Nem um único livro que eu queira ler.
Depois passo às torres de CDs, que, apesar do tamanho e da divisão seletiva em clássico, jazz, world music e rock para adultos, não contém uma única música que mereça ser tocada. Evidentemente, tenho de procurar estímulo em outro lugar. Consulto o guia de restaurantes, bares e diversão de Londres, provavelmente a mais variada coleção de críticas de restaurantes do mundo, com capítulos substanciais sobre uma das 22 principais cozinhas regionais e nacionais...

A solução talvez seja ir mais longe em busca da mais pura e completa bem-aventurança de uma temporada de férias no Exterior. Mas os sites só provocam descrença e indignação....

Agora olho meu rosto no espelho... Como isso foi acontecer com um jovem hippie dos anos 1960? Especialmente a um que ainda não desfrutou plenamente a variedade sexual prometida à geração da Paz e do Amor? Sem falar de todas as novidades que surgiram nesse campo. Alguém pode afirmar ter vivido uma vida plena sem ter experimentado sexo grupal, sadomasoquismo e um transexual pré-operado? Isso é loucura, naturalmente.

... somos muito informados, muito sofisticados, muito irônicos, muito espertos, muito pré-tudo para usar uma palavra tão gasta e fora de moda como “felicidade, que provocaria uma expressão sarcástica de um filósofo, um romancista, um poeta ou um taxista, embora todos eles com certeza almejem secretamente a experiência. Muitos podem alegar que a vida fede – mas ninguém quer se sentir um merda.

... na prática é tão difícil encontrar um testemunho útil à felicidade quanto uma teoria convincente. Diferentemente de seu oposto, a depressão, a felicidade é avessa a definições ...

Talvez nem seja possível ser feliz conscientemente. Talvez esse estado só seja percebido, retrospectivamente, depois que o perdemos. Jean-Jacques Rousseau foi o primeiro a elaborar essa ideia: “A vida feliz da Idade de Ouro foi sempre uma condição estranha à raça humana, seja por não tê-la reconhecido quando poderia tê-la desfrutado, seja por tê-la perdido quando poderia conhecê-la”. Em outras palavras, se você a tem, não pode ter consciência dela; e, se você está consciente dela, não pode tê-la.

... outra hipótese é de que a felicidade não seja um estado, mas um processo, uma luta contínua. Aristóteles a definiu como uma atividade. O romano Marco Aurélio, mais direto, ligou-a à luta...

... apenas os substitutos da felicidade – sucesso, fama, status, riqueza, diversão, alegria – podem ser perseguidos, embora o nível mais baixo da felicidade, o contentamento, talvez possa ser alcançado diretamente...

... portanto o absurdo da felicidade reside no fato de que sua discussão, ou mesmo sua mera menção, cria constrangimento; de que ela é impossível de definir ou medir; de que não pode ser conquistada plenamente – na melhor das hipóteses só de maneira intermitente e inconsciente – e pode até se transformar no seu oposto se perseguida diretamente, mas muitas vezes se revela inesperadamente quando se busca outra coisa.

... mas outro axioma útil é que a definição de um problema é o começo de uma solução. Ter maior consciência dos problemas pode ser uma maneira de atingir indiretamente um subproduto milagroso: a felicidade! ....

© Michael Foley
trechos do livro A Era da Loucura

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Outro tipo de mulher nua...

Depois da invenção do photoshop, até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa, basta uns retoquezinhos, aqui e ali. Nunca vi tanta mulher nua.

Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas. O que não falta é candidata para tirar a roupa. Dá uma grana boa.

E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê?

Não sei se os homens estão radiantes com esta multiplicação de peitos e bundas. Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos. Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade... Emocionalmente.

Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso. É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história. É erótico uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.

Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos. Aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana.

Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em que sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.

Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas, lembro que se esperava com ansiedade a revista que traria um ensaio de Dina Sfat, por exemplo. - pra citar uma mulher que sempre teve mais o que mostrar além do próprio corpo.

Mas agora não há mais charme nem suspense, estamos na era das mulheres coisificadas, que posam nuas porque consideram um degrau na carreira. Até é. Na maioria das vezes, rumo à decadência. Escadas servem para descer também. Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal, mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior.

Mas é o que devemos continuar fazendo. Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor.
© Martha Medeiros

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Na imensidão silenciosa do tempo

Por mais que nos acorrentemos a passageiras impressões negativas, a prisões morais que fazem nosso espírito sucumbir pelas forças de natureza inferior, nada é assim tão eterno no mundo que vejamos expectativas egoístas serem cumpridas permanentemente. Tudo de mal é tão passageiro, e é verdade, nossas chagas serão esmagadas pelos séculos que virão.

Ajamos no devido tempo, procuremos enxergar com os olhos da alma a imensidão silenciosa e abençoada que o Criador nos coloca diante dos sonhos. E nesse instante de contemplação tão rápido que nos aguarda em impressões renovadoras, repensemos dores e mágoas que habitam nosso interior, realinhando nossos centros de força, trazendo ao nosso encontro as energias positivas do mundo invisível aos olhos carnais, e que nos acolhem pacientemente em nossa esfera.

Durante nossa estadia aqui na Terra, certo que somos impelidos a agir conforme algumas convenções humanas de uma sociedade que ainda perecerá em suas próprias crivas de orgulho e incompreensão, e colherá também os frutos do mérito no bem. Mas, nas controvérsias que atravessam o caminho, permaneçamos sobre a rocha que contruimos dia a dia sobre o amor, esse legado divino que ilumina nossas vidas. O amor é imperecível, tesouro inigualável do coração.

Carreguemos com heroísmo a cruz diante do mal, e do mal que pensarem a respeito das palavras e ações confortadoras vindos de nossas mãos, incompreendidas, julgando-as provenientes de um ser fraco, o tempo há de reformar todos os julgamentos à serenidade da reflexão e atividade no bem.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Algumas maneiras de amar

SER AMÁVEL COM QUEM LIGOU TELEFONE ERRADO.
Ele se enganou e não deve ter gostado disso. Não aumente seu desgosto com um gesto de antipático. Todos desejam ser tratados com doçura.


SER PONTUAL
Não aderir ao péssimo costume de marcar uma reunião para uma hora e chegar uma hora mais tarde.


SABER ESPERAR.
Pode ser que o outro tenha tido um motivo sério para atrasar. Não fazer do relógio um dogma de fé. Não seja escravo do relógio.


OBSERVAR OS GOSTOS ALHEIOS.
Para não contrariá-los, para satisfazê-los quando são legítimos, sobretudo quando se trata de pessoas com as que convivemos normalmente.


PENSAR NOS OUTROS
Deixar de pensar nos problemas que ocupam nossa mente. Pensar concretamente nas preocupações e sentimentos que estão vivendo no seu íntimo as pessoas que nos rodeiam.


ALIMENTAR A COMPAIXÃO.
Não passar às pressas perante as desgraças do outro. Deixar que o drama e o pesar do outro penetrem na gente e nos doam.


PRESTAR FAVORES.
Colocar à disposição dos outros nosso tempo, nossa pessoa. Os apuros do outro podem ser resolvidos muitas vezes pela nossa generosidade.


NEGAR COM BOAS MANEIRAS.
Quando não podemos fazer o favor que nos pedem, saber negá-lo com amor, sem ofender, demonstrando respeito e consideração.


VISITAR DOENTES.
Talvez saibamos por própria experiência como são agradáveis as visitas que recebe um doente. O que nos sentimos naquela ocasião é o que provavelmente sente agora o amigo que está preso a uma cama.
© Pe. Claudino Vanz

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Domando leões

Quando quisermos, poderemos ser mansos e humildes, o que não nos isenta de lutas internas e lágrimas. Entretanto, na maioria das vezes, somos invigilantes e a agressividade toma conta de nós, levando-nos ao afastamento gradativo das pessoas que tanto nos amam e que tanto nos querem bem. Geralmente, as palavras que nos atingem o ego nos fazem retornar ao outro esta mesma energia em forma de cólera vingativa de nosso orgulho, através de palavras e gestos ásperos.

Possamos refletir e domar nossos instintos primitivistas espirituais, no sentido de não almejarmos o patamar de senhores de todas as situações que nos rodeiam, ou nos colocarmos acima das palavras cheias de franqueza que os amigos verdadeiros nos corrigem em troca da simples compreensão e afeto.

O comodismo, ao tomar conta de nossa alma, nos prende ao plano físico e anestesia nosso ego, de forma a trazermos para junto de nós estas mesmas vibrações inferiores, o que nos cega à luz que a Divina Providência tanto nos convida através das oportunidades diárias. São estas amarras, criadas por nós mesmos, as responsáveis pelas trajetórias infelizes e aparentemente vantajosas que tomamos por tranquilidade terrena. Porém, mais cedo ou mais tarde, nossas ações serão chamadas à luz da própria consciência, fazendo-nos enxergar o quão estacionários permanecemos enquanto deixamos de lado a voz tênue e luminosa que está em nossos corações. Nós vemos, mas não queremos enxergar.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

A força do perdão

Quantas vezes evitamos propagar as nuances de beleza na personalidade daqueles que, na verdade, tantas vezes carregam consigo fardos inacessíveis aos nossos olhos?

Todos nós caminhamos em estradas evolutivas muito particulares, e muitas vezes insondáveis ao contato daqueles que nos cercam. Mesmo assim, não raro nos precipitamos em atitudes impulsivas, procurando de alguma forma a condenação dos que caminham ao nosso lado, por seguirem condutas tão diferentes das nossas nas ramificações desta árvore que se chama Vida. E, dia a dia, acumulamos em nossa personalidade, por invigilância moral, o atraso de vida proporcional à essência perdida nas oportunidades de amor das circunstâncias diárias.

A mão pesada que colocamos em julgamento, geralmente agride nossa própria existência em intrigas que dilaceram o próprio coração. Perdoar, ao contrário, engrandece, incentiva ambos os lados à esperança e trabalho no bem comum. Desculpar, portanto, é retórica preciosa e oportuna do tempo presente, onde podemos escolher o crescimento interior como estrada de infinita grandeza em nossas vidas.

Enquanto somos impulsionados a incontáveis acusações maliciosas e desordenadas, pelo vício de comportamento, as horas se perdem nos labirintos que forjamos ao redor de nossos próprios corações, e enquanto a maledicência encontrar espaço em nossas vidas, o perdão continuará sufocado dentro de nós.

Porém, entre tantos descasos de nós mesmos com relação à nossa própria conduta, chega um dia em que faz-se necessário o progresso em nossas atitudes, capaz de despertar a humanidade de sua infância moral, abrindo portas a um renovado estágio de evolução.

Então, quando a boa vontade atingir em nós a prioridade das ações, e os impulsos egoístas forem domados com a mansidão e paciência de quem constrói uma grande fortaleza... Ou quando os pequenos e silenciosos gestos de nossa relutante bondade alcançarem os aflitos que já se perderam nas próprias chagas da ignorância... Quando, em tortuosas lutas internas, invisíveis a olhares cobertos de orgulho e vaidade, doarmos o sorriso e o abraço ao indigente moral perdido também nos pesados desafios da vida... Quando, talvez, finalmente, priorizarmos o cuidado e o respeito àqueles que nos cercam diariamente, em detrimento de nossos próprios caprichos... Nesse dia tão distante, mas tão almejado, não mais nos sentiremos capazes de exigir e constranger os outros a um pedido de desculpas, ou mesmo não nos sentiremos tão ofendidos por mágoa qualquer. A ofensa, que antes nos feria, agora adormecerá nos braços incondicionais do amor e da compreensão, na certeza de que todos, sem exceção, caminhamos palmo a palmo, migalha a migalha, nas estradas do autoconhecimento e da perfeição moral que nos tornam semelhantes na condição humana.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Conto Chinês

Disse o sábio:

Meu filho, amar é uma decisão, não um sentimento. Amar é dedicação. Amar é um verbo e o fruto desta ação é o amor. O amor é um exercício de jardinagem.
Arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado por que haverá pragas, secas ou excesso de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame, ou seja, aceite, valorize, respeite, dê afeto, ternura, admire e compreenda. Simplesmente; Ame! A vida sem AMOR

...não tem sentido.

A inteligência sem amor te faz perverso.
A justiça sem amor te faz implacável.
A diplomacia sem amor te faz hipócrita.
O êxito sem amor te faz arrogante.
A riqueza sem amor te faz avarento.
A docilidade sem amor te faz servil.
A pobreza sem amor te faz orgulhoso.
A beleza sem amor te faz ridículo.
A autoridade sem amor te faz tirano.
O trabalho sem amor te faz escravo.
A simplicidade sem amor te deprecia.
A lei sem amor te escraviza.
A política sem amor te deixa egoísta.
A vida sem AMOR... não tem sentido.

 Pe. Marcelo Rossi
do livro Ágape

sábado, 26 de maio de 2012

Para reflexão...


(Qualquer semelhança é mera coincidência, ou não!) 


Dizem que, se você colocar um sapo em uma panela de água fervendo ele pula fora e salva a sua própria vida. Mas, se você colocá-lo em uma panela de água fria e for esquentando a água aos poucos, ele não percebe a mudança da temperatura e morre cozido. Por que o sapo não pula quando a água começa a se esquentar? Vamos analisar o que deve acontecer ao sapo e tentar entender:


28° - Humm... Que água gostosa!
32° - É, a água está boazinha...
36° - Essa água está ficando sem graça, será que está mudando? Bobagem, por que a água mudaria? Deve ser impressão minha...
38° - Estou ficando com calor, a água está me incomodando. Mas, é só um pouquinho.
39° - É, está quente mesmo. É melhor nadar em círculo que ela já esfria.
40° - A água está ficando quente mesmo. Vou procurar um cantinho mais fresco, até a quentura passar.
42° - Realmente a água está péssima. Está quente de verdade. Está ruim aqui. Vou procurar alguém que possa resolver isso.  Eu poderia até tomar providencias, mas, quem esquentou a água é quem deve resolver agora. É melhor eu esperar mais  um pouquinho.
43° - Meu Deus! Será que eu é que tenho que resolver isso? Ninguém vê que está me incomodando? Já reclamei, falei mal e ninguém toma uma atitude? 
44° - Agora perdi a paciência... Se não vierem resolver, eu vou procurar fazer um escândalo e terão que se  responsabilizar por mim.
45° - Eu deveria ter pulado fora da água quente, enquanto tinha forças, agora me sinto fraco e não consigo mais. Não poderia ter esperado durante tanto tempo... 
48° - Sapo morto!  O pensamento do sapo serve para ilustrar como, às vezes, enfrentamos as dificuldades em nossa vida. Quantos de nós, não paramos para perceber que em torno, a vida pulsa nos mostrando o milagre da criação Divina.


Continuamos insistindo para viver de acordo com situações que estão fora de nosso controle, que nós mesmos criamos,  perdendo oportunidades de fazer mudanças reais em nossa vida. Temos 'medos' que não conseguimos vencer, dificuldades que não dimensionamos e nos acomodamos em situações que não trarão nenhum proveito ao nosso aperfeiçoamento espiritual, mas, pela facilidade e pelo conhecimento que estes fatos nos proporcionam, perdemos dessa maneira, a oportunidade de começar a trabalhar a nossa reforma íntima.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Um siri vai lhe trazer alegria

Sempre que o mundo desabava sobre minha cabeça, eu ia andar pela praia, próxima de onde morava.

Um dia encontrei uma bela garotinha de olhos tão azuis quanto o mar, construindo um castelo de areia ou algo parecido.

Oi, disse ela.

Eu respondi com um aceno de cabeça, não estava com humor para me aborrecer com uma criança.

Você quer me ajudar a construir meu castelo?

Hoje não. Falei pouco atencioso.

Eu gosto de sentir a areia em meus dedos do pé, ela falou sorridente.

Que boa idéia, pensei, e tirei meus sapatos. Um siri deslizou próximo.

Isto é um "alegria", falou a criança.

É um o quê?, perguntei.

Isto é um "alegria", livre pela praia.

Adeus "alegria", olá dor, murmurei comigo mesmo e continuei a caminhar.

Eu estava deprimido, mas a menina não desistia e perguntou: qual é o seu nome?

Eu sou Robert Peterson, respondi..

O meu é Wendy... Eu tenho seis anos.

Oi, Wendy.

Apesar de minha melancolia fui obrigado a rir e continuei caminhando.

Sua risadinha musical me seguiu.

Venha novamente, Sr. P., disse ela, animada.

Nós teremos outro dia feliz.

Meus dias foram atribulados e somente semanas depois é que voltei à praia.

A brisa era fria, mas eu andava a passos largos, tentando readquirir serenidade.

Tinha até me esquecido da criança, quando ela apareceu.

Oi, Sr. P., você quer brincar?

Não sei, que tal charadas? Perguntei sarcasticamente.

Eu não sei o que é isto, falou a menina.

Então me deixe continuar a caminhada.

Onde você mora? Perguntei-lhe.

Ali. Ela respondeu apontando na direção de uma fila de cabanas de verão.

Como você vai para a escola?

Eu não vou à escola. A mamãe disse que nós estamos de férias.

Ela tagarelou e quando eu ia voltar para casa, Wendy disse que tinha sido outro dia feliz. E havia sido mesmo.

Três semanas mais tarde, eu andava apressado pela praia, quase em pânico, quando a garota me alcançou.

Olhe, se você não se importa, hoje eu quero andar sozinho.

Ela me pareceu pálida e sem fôlego.

Por que?, ela perguntou.

Porque minha mãe morreu! Gritei.

Oh, então este é um dia ruim, falou a menina com ar de tristeza.

Sim, eu disse, e ontem e anteontem também. Vá embora!

Um mês depois disto, fui andar novamente na praia, mas ela não estava lá.

Sentindo-me culpado e admitindo para mim mesmo que sentia falta dela, subi até à cabana, e bati na porta.

Uma mulher jovem atendeu.

Olá, eu sou Robert Peterson.

Senti a falta de sua pequena menina e gostaria de saber se ela está bem.

Oh, sim, Sr. Peterson, entre, por favor.

Wendy falou muito do Senhor.

Eu tinha receio que ela estivesse lhe aborrecendo.

Se ela foi um incômodo, por favor, aceite minhas desculpas.

Não, sua filha é uma criança muito amável. Onde está ela?

Wendy morreu na semana passada, Sr. Peterson. Ela tinha leucemia. Talvez não tenha lhe contado...

A notícia me deixou cego e mudo, por alguns instantes...

E a mãe continuou: ela adorava esta praia e parecia um tanto melhor aqui. Aqui teve muito do que ela chamava de "dias felizes".

Mas nos últimos dias, ela piorou rapidamente...

Minha filha deixou algo para o Senhor.

Entregou-me um envelope, com Sr. "P." escrito em grandes letras infantis.

Dentro havia um desenho uma praia amarela, um mar azul, e um siri marrom. Embaixo estava escrito: "Um siri vai lhe trazer alegria."

Lágrimas rolaram de meus olhos, e um coração que quase esqueceu de amar abriu-se largamente.

Tomei a mãe de Wendy em meus braços e murmurei repetidas vezes: eu sinto muito, sinto muito!

O pequeno e precioso desenho está agora emoldurado e pendurado em meu escritório.

Seis palavras uma para cada ano de sua vida me falam de harmonia, coragem, amor e desinteresse.

História traduzida por Sérgio Barros
autoria desconhecida.

domingo, 20 de maio de 2012

Nosso valor

Um famoso palestrante começou um seminário numa sala com 200 pessoas, segurando uma nota de R$100,00.
Ele perguntou. Quem de vocês quer esta nota de R$100,00?
Todos ergueram a mão.
Então ele disse. Darei esta nota a um de vocês esta noite mas, primeiro, deixem-me fazer isto. Então, ele amassou totalmente a nota e perguntou outra vez. Quem ainda quer esta nota? E continuou. E se eu fizer isso, deixou a nota cair ao chão, começou a pisá-la e esfregá-la. Depois, pegou a nota, agora já imunda e amassada e perguntou. E agora? Quem ainda vai querer esta nota de R$100,00? Todas as mãos voltaram a se erguer.
O palestrante voltou-se para a platéia e disse que lhes explicaria o seguinte. Não importa o que eu faça com o dinheiro, vocês continuarão a querer esta nota, porque ela não perde o valor. Esta situação também acontece conosco. Muitas vezes, em nossas vidas, somos amassados, pisoteados e ficamos nos sentindo sem importância. Mas, não importa, jamais perderemos o nosso valor. Sujos ou limpos, amassados ou inteiros, magros ou gordos, altos ou baixos, nada disso importa! Nada disso altera a importância que temos! O preço de nossas vidas, não é pelo que aparentamos ser, mas, pelo que fizemos e sabemos.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

E os velhos se apaixonarão de novo…

Meu amigo não chegou na hora marcada. Telefonou dizendo que estava num velório. Chegou atrasado, sorridente. E me contou que fora no velório que lhe viera aquela felicidade. Pensei logo que o morto deveria ser seu inimigo. Não era. Um tio, muito querido, pessoa doce, 82 anos. E ele me contou uma história de um amor… Parece que seu velho corpo não suportara a intensidade da felicidade tardia, e os seus músculos não deram conta do jovem que, repentinamente, dele se apossara.

O amor surgira no tempo em que ele é mais puro: a adolescência. Mas naqueles tempos havia uma outra AIDS, chamada tuberculose, que se comprazia em atacar as pessoas bonitas, os artistas, os apaixonados — esses eram os grupos de risco. Pois ela, a tuberculose, invejosa da felicidade dos dois, alojou-se nos pulmões do moço, que teve de ir em busca de ar puro, no alto das montanhas, sanatório, tal como Thomas Mann descreve em seu livro — ”A montanha mágica”. Quem ia para tais lugares despedia-se com um “adeus”, um olhar de “nunca mais”. Na melhor das hipóteses, muitos anos haveriam de passar antes do reencontro.

Imagino o sofrimento da jovem dividida: o corpo, naquela casa, a alma por longe terra! Na vida daquela menina, que surda, perdida guerra… (Cecília Meireles).

Valeram mais os prudentes conselhos da mãe e do pai: não trocar o certo pelo duvidoso. Vale mais um negociante vivo que um tuberculoso morto. E aconteceu com ela o que aconteceu com a Firmina Dazza, que de longe e às escondidas namorava o Fiorentino Ariza, na estória de Gabriel García Márquez Amor nos tempos da cólera, que foi obrigada pelo pai a se casar com o doutor Urbino: não se troca um médico por um escriturário. Casou e com ele ficou até que, depois de 51 anos, veio a libertação… Como também o foi o amor de T.S. Eliot e Valerie. Todos eles amores de velhice…

Amor de mocidade é bonito, mas não é de espantar. Jovem tem mesmo é que se apaixonar. Romeu e Julieta são aquilo que todo mundo considera normal. Mas o amor na velhice é um espanto, pois nos revela que o coração não envelhece jamais. Pode até morrer, mas morre jovem. “O amor retribuído sempre rejuvenesce”, dizia Eliot, no vigor de sua paixão, aos 70 anos…

A história que meu amigo contou era parecida com a do Florentino e da Firmina. Só que a espera foi muito maior. Amor de adolescência interrompido – cada um seguindo seu caminho, diferentes, outros amores, famílias. Mas o tempo não consegue apagar. A psicanálise acredita que no inconsciente não há tempo… Somos eternamente jovens.

Ela casou. Ele casou. Nunca mais se viram. Quando ele tinha 76 anos, ficou viúvo. Quando ela tinha 76 anos (ele tinha 79), ela ficou viúva. E ficou sabendo que ele estava vivo. A curiosidade e a saudade foram fortes demais. Foi procurá-lo. Encontraram-se. E, de repente, eram namorados adolescentes de novo. Resolveram casar-se.

Os filhos protestaram. Eles, os filhos, todos os filhos, não suportam a idéia de que os velhos também têm sexo. Especialmente os pais. Pais velhos devem ser fofos, devem saber contar histórias, devem tomar conta dos netos. Mas velho apaixonado é coisa ridícula. Não combina. Mais detalhes no livro da Simone de Beauvoir sobre a velhice. E houve também aquela história do programa Você decide: o velho pai, infeliz a vida inteira com a esposa, encontra uma mulher por quem se apaixona. A pergunta: ele deve ou não deve deixar a esposa para viver o novo amor? Você decide… A decisão do público — os filhos, evidentemente: “Não, ele não deve viver o novo amor…” Os filhos sempre decidem contra o amor dos pais. Mas, na nossa história, os dois velhos deram uma solene banana para os filhos e foram viver juntos em Poços de Caldas.

E de repente, já no crepúsculo, as arvores que todos julgavam secas começam a soltar brotos, florescem. Viveram um ano de amor maravilhoso, e ele até começou a escrever poesia e voltou a tocar o violino que ficara por mais de 50 anos sobre um guarda roupa, porque a esposa não gostava de música de violino. Reaprendeu as antigas palavras de amor. Confessou ao sobrinho: “Se Deus me der dois anos de vida com esta mulher, minha vida terá valido a pena…” Bem que Deus quis. Mas o corpo não deixou. Não teve dois anos, teve um… E eu fiquei pensando que esse um ano pode ter sido semelhante àquelas experiências raras que a gente tem, e que fazem brotar, do fundo da alma, aquele grito de exultação, a la Zorba: "Valeu a pena o Universo ter sido criado, só por causa disto!"

E foi o mesmo que aconteceu com T.S.Eliot, que só encontrou o seu amor aos 68 anos, e aos 70 anos dizia que, antes do casamento, estava ficando velho. Mas agora se sentia mais jovem do que quando tinha 60.

O amor tem esse poder mágico de fazer o tempo correr ao contrário. O que envelhece não é o tempo. É a rotina, o enfado, a incapacidade de se comover ante o sorriso de uma mulher ou de um homem. Mas será incapacidade mesmo? Ou será uma outra coisa: que a sociedade inteira ensina aos velhos que o tempo do amor passou, que o preço de serem amados por seus filhos e netos é a renuncia aos seus sonhos de amor? Morreu de amor, como temia o Vinícius.

Compreendi a felicidade do meu amigo. E também fiquei feliz. Aquele velório foi como o acorde que se toca ao fim de uma sonata: a culminância da felicidade. Interessante que, como regra, o movimento final das sonatas é um allegro. Para trás dos adágios lamentosos! A conclusão deve ser um orgasmo de alegria. E se eu pudesse, acrescentaria aos textos sagrados, nos lugares onde os profetas tem visões de felicidade messiânica, esta outra visão que eu penso até o próprio Deus aprovaria com um sorriso: “E os velhos se apaixonarão de novo…”

Começa aqui o novo final para a história. Passaram-se semanas. Eram dez horas. Eu estava trabalhando no meu escritório. O telefone tocou. Voz aveludada de mulher do outro lado.

— É o professor Rubem Alves?

— Sim, respondi secamente. Eu sou sempre seco ao telefone.

— Quero agradecer a belíssima crônica que o senhor escreveu com o título: ” …e os velhos se apaixonarão de novo”. O senhor já deve ter adivinhado quem está falando….

— Não, respondi. Por vezes eu sou meio burro. Aí ela se revelou:

— Sou a viúva.

Foi o início de uma deliciosa conversa de mais de 40 minutos, interurbano, em que ela contou detalhes que eu desconhecia. O medo que ela teve quando ele resolveu mandar consertar o violino! Ela temia que os dedos dele já estivessem duros demais… Ah! Que metáfora fascinante para um psicanalista sensível! Sim, sim! Nem os violinos ficam velhos demais, nem os dedos ficam impotentes para produzir música! E aí foi contando, contando, revivendo, sorrindo, chorando — tanta alegria, tanta saudade, uma eternidade inteira num grão de areia… Ao terminar, ela fez esta observação maravilhosa:

— Pois é, professor. Na idade da gente, a gente não mexe muito com sexo. A gente vive de ternura!

O que me fez lembrar a observação de Kundera sobre a necessidade “de salvar o amor da tolice da sexualidade”. A sexualidade pertence à ordem da poesia. Abelardo e Heloisa se amaram até a morte.
 
© Rubem Alves

domingo, 13 de maio de 2012

O mundo não é maternal

É bom ter mãe quando se é criança, e também é bom quando se é adulto. Quando se é adolescente pensa que viveria melhor sem ela, mas é erro de cálculo. Mãe é bom em qualquer idade.
Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco.

O mundo não se importa se estamos desagasalhados e passando fome. Não liga se virarmos a noite na rua, não dá a mínima se estamos acompanhados por maus elementos. O mundo quer defender o seu, não o nosso. O mundo quer que a gente fique horas no telefone, torrando dinheiro. Quer que a gente case logo e compre um apartamento que vai nos deixar endividado por 20 anos. O mundo quer que a gente ande na moda, que a gente troque de carro, que a gente tenha boa aparência, e estoure o cartão de crédito.

Mãe também quer que a gente tenha boa aparência, mas está mais preocupada com o nosso banho, com os nossos dentes e nossos ouvidos, com a nossa limpeza interna: não quer que a gente se drogue, que a gente fume, que a gente beba.

O mundo nos olha superficialmente. Não consegue enxergar através.
Não detecta nossa tristeza, nosso queixo que treme, nosso abatimento.
O mundo quer que sejamos lindos, sarados e vitoriosos, para enfeitar ele próprio, como se fôssemos objetos de decoração do planeta.
O mundo não tira nossa febre, não penteia nosso cabelo, não oferece um pedaço de bolo feito em casa. O mundo quer nosso voto mas não quer atender nossas necessidades. O mundo, quando não concorda com a gente, nos pune, nos rotula, nos exclui. O mundo não tem doçura, não tem paciência, não pára para nos ouvir. O mundo pergunta quantos eletrodomésticos temos em casa e qual é o nosso grau de instrução, mas não sabe nada dos nossos medos de infância, das nossas notas no colégio, de como foi duro arranjar o primeiro emprego. Para o mundo, quem menos corre, voa. Quem não se comunica se trumbica. Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
O mundo não quer saber de indivíduos, e sim de slogans e estatísticas…

Mãe é de outro mundo. É emocionalmente incorreta: exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente, dramática, chega a ser até corruptível se oferecermos em troca alguma atenção. Mãe sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta adivinhar todas as nossas vontades.

Enquanto que o mundo propriamente dito exige eficiência máxima, seleciona os mais bem dotados e cobra caro pelo seu tempo. Mãe é de graça!

© Martha Medeiros

quinta-feira, 29 de março de 2012

Pare de reclamar e mude sua vida

Uma pessoa que deseja realmente crescer, melhorar e evoluir deve, em primeiro lugar e acima de tudo, desejar genuinamente que algumas mudanças ocorram em sua vida. Para tanto, ela deve saber que as mudanças externas, sejam em relação ao trabalho, à situação financeira, ao relacionamento com pais, filhos, namorado, enfim, sejam em qualquer área de sua vida, é essencial que haja, antes, uma mudança interna.

Ou seja, que ela mude sua forma de pensar, de agir e de se comportar diante da vida. Tem uma frase da Programação Neurolingüística (PNL) que diz assim:
“Se você continuar tendo as mesmas atitudes que sempre teve, vai continuar obtendo os mesmos resultados que sempre obteve”.Isso significa que para obter novos resultados é preciso ter novas atitudes!

Certamente, muitas pessoas pensarão: “Ah, mas isso é óbvio!” No entanto, fico impressionada com a quantidade de pessoas que tenho visto reclamando da situação em que se encontram, da vida que têm levado e das conquistas que gostariam de fazer e não conseguem... Essas pessoas parecem estar sofrendo de uma espécie de surdez, cegueira e mudez!

E mais: de certa forma, parecem estar com uma paralisia mental e espiritual. Reclamam, reclamam e reclamam, mas não se arriscam a mudar absolutamente nada! Continuam fazendo tudo igual, todos os dias, automaticamente, como se fossem máquinas, como se por trás dessas atitudes não houvesse uma nobre missão a ser cumprida, como se a vida fosse uma seqüência de atitudes sem sentido e mecânica...

E, muitas vezes, não é por falta de recursos ou de sugestões. Se a gente sugere um livro, dizem que não têm tempo. Se a gente sugere um curso, dizem que não têm tempo ou não estão com ânimo, que estão cansadas ou até que acham uma bobagem... Se a gente sugere um passeio ou um comportamento diferente, mostram-se desinteressadas ou, de repente, surgem vários compromissos do tipo: “tenho que fazer a unha”, “preciso visitar o túmulo do vizinho da minha tia”, “preciso pintar a minha casa de roxo porque disseram que dá sorte!”.

Enfim, escuto as “desculpas” que essas pessoas arrumam com praticamente o mesmo peso que as piadas acima...
Pois eu gostaria de ser um pouco menos educada e dizer umas “boas” para algumas pessoas que pensam que o ouvido dos outros é penico e desperdiçam os seus dias reclamando de tudo e nada fazem para mudar, para conquistar o que desejam (ou o que nem sabem que desejam, pois estão sempre mais interessadas em falar daquilo que não desejam mais!).

Aproveito então para sugerir em bom tom que se você não está satisfeito com a vida que tem levado, se deseja realmente mudar, melhorar, tornar-se uma pessoa mais feliz, que você comece a agir de modo diferente! Não sabe como?!? Tudo bem... isso não é motivo para desistir!

Procure ajuda, leia, faça cursos, observe pessoas bem-sucedidas, procure uma terapia (existem muitas), enfim, pare de reclamar e de poluir o planeta com suas frustrações e saiba, de uma vez por todas, que as mudanças em sua vida dependem de você. Você é o único responsável por elas!!! E, de coração, muita luz e amor para você, além de “meus sinceros parabéns!”, pois mudar é uma atitude digna de elogios!